MOBA de Pokémon completa 2 anos em julho e parece estagnado
Pokémon Unite chegou em julho de 2021 com o potencial de ser um sucesso arrebatador. Parceria da Pokémon Company com o TiMi Studio Group, empresa do grupo Tencent, o jogo tinha uma base promissora para se estabelecer no mercado.
Um game gratuito de Pokémon, em formato de MOBA? Para celulares também? Fica difícil de não imaginar um mundo onde isso não tenha potencial para ser um grande sucesso. Pokémon é a franquia mais lucrativa de todos os tempos, estimado em US$ 92 bilhões. Não é pouca coisa.
Porém, o que vemos acontecer com Pokémon Unite é que, tanto o jogo quanto o cenário competitivo, parecem não estar no patamar de uma das maiores franquias de todos os tempos. Existem alguns fatores que dão a sensação de que nada engrena ao ponto de ser tão popular quanto.
Um MOBA mais amigável
Diferente de concorrentes como League of Legends ou Dota 2, Pokémon Unite tem uma curva de aprendizado muito mais tranquila do que os já citados. Você escolhe seu Pokémon preferido, escolhe sua rota, seus poderes e cai no combate. Não existe muito espaço para mudar seus itens, somente escolher outra habilidade conforme vai evoluindo.
Unite também tem o sistema de pontos, e não somente de objetivos. Como seu trabalho não é acabar com a base inimiga e sim marcar mais que o adversário, talvez falte um real sentimento de empolgação no embate, já que você pode só focar em ficar marcando pontos e ignorar o resto.
Acredito que Unite tenha sua curva de aprendizado e exista bastante coisa que possa ser explorado em questão de mecânica ao usar os Pokémon, mas não existem muitas estratégias num geral. Mesmo que tenha o conceito de outros MOBAs, o jogo não é tão complexo, e tudo bem. Pokémon é uma franquia ampla e com um público variado, faz sentido a jogabilidade ser mais prática.
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E isso não é um demérito, muito pelo contrário. Deveria fazer com que mais pessoas se aproximassem do jogo, e a base de players continuasse crescendo. Mas, ao mesmo, a situação parece ser inversa de certa forma. Em outubro de 2022, começaram relatos que as partidas casuais estavam sendo completadas com bots por falta de jogadores.
O problema é a Pokémon Company?
Algo que me chamou a atenção quando fui assistir partidas do campeonato mundial em 2022, foi ver que os times não estavam utilizando as camisas das organizações das qual eles fazem parte. A BLVKHVND, equipe vencedora do campeonato, não estava no palco com o uniforme da equipe. A Brasileira Xis também não estava utilizando a sua própria camisa. Não cheguei a achar se isso era uma imposição da Pokémon Company, mas consigo imaginar que sim.
E bem, a foto oficial da equipe usando a camisa da organização, deixa a entender que pode muito bem ser isso. Por esse motivo, consigo ver a Pokémon Company mais uma vez sendo extremamente superprotetora com a franquia, a pronto de prejudicar seu próprio jogo, impedindo que as equipes estampassem sua marca no maior evento da temporada.
O balanceamento do jogo também não é dos melhores, mas isso muitos MOBAs também sofrem, de tempos em tempos. No caso de Unite, o circuito competitivo é uma das formas de manter viva a comunidade, com as transmissões, porém parece que a dona de Pokémon não está muito bem preocupada com isso. Equipes não vão investir com força em um cenário onde, no principal palco competitivo, o evento do ano, elas não possam vestir o próprio uniforme.
Esse tipo de imposição nunca dá certo, principalmente em mercados menores, ou também com jogos que ainda não tem tanto impacto assim para impor tantas restrições às organizações que fazem parte do cenário competitivo. E, sinceramente, acho que isso atrapalhe muito na visibilidade, no quesito projeção de marca, em Pokémon Unite. Para a Pokémon Company, por mais que eu ame a franquia, ela quer saber dos números de venda dos jogos principais.
E isso é bem triste, para ser sincero. Soa como descaso da dona da franquia. Mesmo que existam transmissões de boa qualidade – inclusive, destaco a brasileira nesse sentido -, o jogo fica rendido a uma empresa que, bem, faz o mínimo. No fim, o lucro vem da venda dos bonequinhos de Pikachu e dos jogos da série principal lançados, e é isso que importa.
Jogo vazio não enche estádio
Elaborando essa pauta e procurando mais informações sobre o estado do jogo na totalidade, me deparei com uma publicação no Reddit do jogo, perguntando se o game estaria morrendo. Pelo menos, na minha bolha, eu sinto que está caminhando para isso.
Pessoas que eu conhecia e eram mais ativas do que eu, parando de jogar. Eu mesmo acabei parando, depois de algum tempo bem dedicado ao jogo. No caso, era bem mais pela dificuldade de encontrar bons companheiros de equipe jogando solo, do que pelo Pokémon Unite em si. Mas, o sentimento que fica é de que um jogo com tão pouco tempo de vida está preso em uma situação insustentável.
Atualizações de Pokémon Unite, acontecem normalmente, o passe de batalha está lá, mas, cada vez mais, é possível ver o jogo está ficando muito nichado para uma franquia do tamanho de Pokémon. Ainda mais sendo um jogo gratuito e também estando no mercado mobile. Qualquer pessoa pode jogar Pokémon Unite, mas, ao mesmo tempo, parece que ninguém está jogando.
O game está caminhando para o seu segundo aniversário, em julho, e, bem, dando uma olhada em locais de pesquisa como Google Trends, é possível ver que o interesse decaiu bastante. Pokémon Unite não merecia estar decaindo em popularidade tão cedo.
Problemas de balanceamento ajudam, é claro, a diminuir o interesse, mas fica difícil de ver um jogo prosperar quando quase ninguém mais está falando dele. Para uma franquia da magnitude de Pokémon, um jogo do calibre que deveria ser Pokémon Unite, infelizmente é uma decepção.
Ainda existe a chance de tudo se acertar com o tempo, mas quando um título gratuito, e com um nome forte por trás, não engrena, é bem provável que Pokémon Unite acabe caindo no caminho do Rollout do Miltank da Whitney.
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