Quando anunciado em meados de 2022, REYNATIS trouxe uma certa expectativa para fãs de JRPG. Em especial pela equipe de nomes lendários da indústria de games japonesa a exemplo da compositora Yoko Shimomura (Kingdom Hearts, Street Fighter II), Kazushige Nojima (designer de cenários de Final Fantasy VII e Kingdom Hearts), além do badalado escritor Kazushige Nojima (Final Fantasy 7, Final Fantasy 7 Remake, Rebirth e tantos outros).
O game é desenvolvido pela FuRyu Corporation, uma empresa até popular entre os fãs de J-RPG, mas não é uma badalada desenvolvedora como Square Enix ou Atlus. Ou seja, uma empresa de escala muito menor do que os grandes destaques da indústria.
Assim, já tínhamos certeza de que o game teria um orçamento muito menor do que os grandes projetos aos quais os membros da equipe de desenvolvedores chave de REYNATIS já estavam acostumado a trabalhar.
Eis que a Nis America, publisher do game no Ocidente, lançou um novo demo oficial do jogo, para que os jogadores pudessem experimentar em primeira mão o que virá no lançamento em 27 de setembro.
Com menos de duas horas de duração, o demo de REYNATIS traz um pequena apresentação do gameplay, com um tutorial até interessante para revelar as diversas mecânicas de combate do RPG.
A demonstração até diverte, mas existem certos problemas que podem prejudicar a visão geral do que virá na versão final do RPG. Assim, vamos analisar o que encontramos nestas quase duas horas de gameplay e adiantar: consertar isso logo, FuRyu.
Uma história interessante que mistura Shin Megami Tensei e Final Fantasy
Como um “lendário escritor”, já vemos de cara as ideias de Kazushige Nojima em ação. REYNATIS é um RPG de ação que traz uma versão “realista e moderna” de Shibuya (palavras da própria FuRyu), onde a magia é uma força temida e reprimida, sendo controlada por forças governamentais e organizações secretas.
O game segue a jornada de dois personagens principais: Sari Nishijima e Marin Kirizumi.
A primeira é Sari Nishijima, uma oficial da Agência de Resposta à Magia Criminal (MEA). Nesta agência governamental, aqueles que possuem habilidades mágicas são instruídos como membros de uma força policial para conservação da ordem e controle da magia.
Já Marin Kirizumi é um jovem mago que cresceu em meio à repreensão de suas habilidades mágicas. Desde cedo, seu pai o ensinou sobre como a força move montanhas, sendo uma chave para liberação dos oprimidos. Assim, Marin atua como antagonista da própria Sari.
Dois membros diferentes. Com grandes poderes, mas ideologias completamente diferentes. O demo não demonstrou, mas Sari e Marin são dois lados opostos de uma mesma moeda. Da mesma forma que o escritor Nojima fez em Kingdom Hearts (Sora e Riku), Final Fantasy VII (Sephiroth e Cloud) e tantos outros em vários JRPG.
Preto e Branco. Previsível, mas os fãs adoram a dupla mocinho e “antagonista / rival de cabelo branco” em um J-RPG.
Liberar ou suprimir
REYNATIS apresenta um sistema de combate que deixa os jogadores em dois modos distintos: o Modo Suprimido e o Modo Liberado.
No Modo Suprimido, os jogadores não podem atacar, mas podem evitar ataques inimigos com facilidade. Já no Modo Liberado, todas as habilidades ofensivas são desbloqueadas, permitindo ataques poderosos, mas sem acesso a defesas.
A permanência no primeiro modo, suprimido, é necessária para recuperar energias e contra atacar. Já o Modo Liberado é onde os personagens liberam todas as habilidades e poderes conquistados contra os inimigos.
Assim, precisamos alternar entre os modos para sobreviver aos combates. Em REYNATIS, o MP é fundamental para o uso de habilidades. Mas diferentes de outros RPGs, os MPs são conquistados durante os combates, ao esquivar e bloquear de golpes ou esperando a barra de pontos encher (o modo mais demorado, diga-se de passagem).
Os jogadores devem buscar oportunidades para esquivar dos golpes, defender e atacar. Logo, não existe um foco maior na ofensiva (pelo menos no demo). Somos obrigados a seguir à risca o sistema de esquiva e bloqueio para contra-atacar e gerar MPs. Simples e direto, mas pode enjoar com o tempo (especialmente em um RPG previsto para ter mais de 30 horas).
Como magos, os personagens buscam a purificação das Máculas, energias sinistras originadas do uso da magia corrompida pelos corações humanos. As missões apresentadas na demo são a limpeza dessas energias de pessoas comuns, consumidas por elas devido ao uso indevido ou abusivo de magia.
Fora dos combates, os modos atuam como ocultamento (suprimido) e de exploração ativa (liberado). Como o nome sugere, no ocultamento os personagens seguem normais pela cidade, explorando os cenários sem chamar a atenção da pessoa mundana.
No caso de Marin, isso é extremamente importante, pois caso chame atenção, os cidadãos normais começam a “ligar e tweetar” para a MEA que no melhor estilo “cinco estrelas” de GTA V.
Se a demo já possui limitações, imagine na versão final de REYNATIS
Okay, não é um jogo AAA da Square Enix ou Atlus. Isso já sabemos. Mas a FuRyu poderia trabalhar melhor o polimento do de REYNATIS. Os gráficos são deploráveis, com sérios problemas de modelo dos personagens. Os cenários também são pobres (pelo menos na demo), com limitações, poucos elementos e muitas barreiras invisíveis desnecessárias.
Os combates são os que mais chamam a atenção na demonstração. Mas, se a FuRyu não trabalhou bem na versão final do game, o que é divertido pode acabar tornando-se extremamente chato e massante.
Por fim, temos acesso a algumas missões secundárias no jogo. Como é uma demonstração do jogo, você espera algo bem elaborado, para que chame a atenção do jogador e que ele acabe desejando comprar a versão final do game.
Mas uma das missões se resume a apenas ir e vir em uma rua em linha reta, conversando com duas pessoas até liberar uma batalha. Se temos isso na versão demonstrativa do game, o que nós espera da versão final de REYNATIS?
Realmente vale a pena comprar REYNATIS?
Com o preço previsto de 60 dólares, o jogo deve chegar ao Brasil com o preço médio de 300 a 350 reais em plataformas como PlayStation e Nintendo Switch. Ou seja, o valor de um AAA. O que foi mostrado na demo vale a pena o gasto? Infelizmente, não.
Mas é possível que a versão final seja mais polida, melhorando problemas pontuais e até otimizando os gráficos (principalmente no PS5, a versão que testamos). Caso isso não ocorra, é muito mais interessante esperar por uma promoção repentina de 30 ou 50%.
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*Com imagens do site Steam
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