Fatal Fury: City of the Wolves brilha ao modernizar a série
Durante a BGS 2024, tivemos a chance de testar Fatal Fury: City of the Wolves, o retorno da franquia após 25 anos em hiato. E durante a nossa breve jogatina, e além do jogo estar belíssimo, é muito bacana ver o retorno da série depois de tanto tempo.
Escolha o seu estilo
É possível escolher dois tipos de jogabilidade: Arcade e Smart. Caso lembre os combos dos personagens depois de tantos anos, é bem provável que não sinta muita diferença nesse sentido. Testamos a novidade, que é o Smart, e ele funciona muito bem para diminuir o “gap” de jogabilidade entre jogadores casuais e os mais versados na arte da luta.
O novo modo de jogabilidade é uma tendência nos jogos de luta atuais, com nomes como Street Fighter 6 e Tekken 8 também tendo essa forma de ajuda para os novos combatentes. Fatal Fury: City of the Wolves acerta bastante em trazer essa simplicidade para auxiliar a curva de aprendizado dos jogadores, facilitando o entendimento de cada lutador antes de masterizar o escolhido.
Após testar o título, conversamos com Maxx Clark, gerente de marketing da SNK, e ele explicou um pouco sobre o conceito por trás da adição do novo estilo: “Pense em como é jogar Super Smash Bros. Você sabe, Terry Bogard esteve em Super Smash Bros. Somos muito afortunados por ter essa colaboração. Então, muitas pessoas talvez conheçam o Terry por meio de Super Smash Bros. Quando essas pessoas estão experimentando este jogo, queríamos oferecer um esquema de controle alternativo que fosse um pouco mais simplificado para aqueles que gostam de Super Smash Bros. ou que preferem um esquema de controle mais moderno.”
Com a possibilidade de facilitar a experiência para uma nova geração de jogadores, Clark também comentou que existe espaço para os jogadores que gostam de uma experiência mais single-player, com Fatal Fury: City of the Wolves adicionando um modo RPG.
Clark explica que a ideia é dar espaço para os jogadores que prefere uma expirência offline: “Também estamos adicionando um modo RPG chamado “Episodes of South Town” no jogo. Então, se as pessoas quiserem mais conteúdo para single-player, haverá muito o que fazer no jogo, além de jogar online ou participar de torneios. Há bastante conteúdo para aqueles que talvez sejam mais casuais ou que preferem uma experiência focada em single-player e PvE.”
Pancadaria franca
Ao todo, 5 personagens estavam disponíveis na demonstração: Mai Shiranui, Terry Bogard, Preecha, Vox Reaper e Rock Howard. E durante o combate, deu para perceber que alguns dos sistemas, tanto de ataque quanto de defesa, fazem toda a diferença na hora de pensar a sua estratégia.
As novas adições de Fatal Fury: City of the Wolves são Preecha e Vox Reaper, e ambos são personagens muito interessantes. No meu caso, como Preecha é aluna de Joe Higashi, terei uma certa familiaridade com o set de movimentos dela, tornando uma adição muito bacana.
Já Vox Reaper é discípulo de Grant, que é um sub-chefe de Garou: Mark of the Wolves, e possui um estilo que mistura um pouco do estilo do seu mestre, e as suas habilidades como assassino.
O REV System é uma adição muito interessante e ajuda a criar uma sensação bacana de gerenciamento desse poder. Como a barra vai aumentando conforme o jogador vai executando algumas das ações relacionadas ao novo sistema, é preciso ficar de olho para não superaquecer e acabar ficando vulnerável no combate.
Quando o personagem superaquece, a barra sinalizará isso ao jogador e será possível quebrar a defesa depois de uma sequência de golpes, o que pode ser fatal em momentos de aperto, mas diferente do que acontece em Street Fighter 6 com o Burnout, por exemplo, o personagem não parece ficar completamente indefeso.
Existe a possibilidade de diminuir a barra se movimentando, atacando o adversário ou usando defesas como o Just Defense ou Hyper Defense, além de ser possível cancelar a animação e emendar ataques em sequência usando essas mecânicas.
Já o S.P.G (Selective Potential Gear), é uma espécie de buff que o jogador consegue escolher quando ele estará ativo. No meio da barra de vida, no começo, ou no final. Nesse caso, vai do seu estilo de luta. Se gosta de começar a partida já dominando, ter o aumento de ataque, além de usar o REV Blow, que permite o jogador a repelir ataques inimigos e atacar ao mesmo tempo, pode ser essencial para dominar o ritmo do combate. Além disso, também é possível combinar com ataques normais e com o REV Arts, causando mais potência nos combos.
Visualmente impactante
Algo que chama atenção em Fatal Fury: City of the Wolves é o visual do jogo. Com pequenas adições visuais que ajudam a dar o impacto em cada situação, o título consegue brincar com o impacto de cada momento sem perder o dinamismo da jogabilidade. De uma forma bem próxima ao que vemos a Capcom fazendo com Street Fighter ou como a Arc System Works também utiliza o dinamismo visual.
Algo que fica visualmente bacana, é o momento em que o jogador consegue usar o Counter contra o adversário, que mostra atrás uma breve animação como se fosse um vidro quebrando, adicionando mais uma camada de estilo ao jogo, e com pequenos detalhes como esse, é possível ver o carinho da equipe da SNK com o projeto.
Inclusive, foi um dos pontos comentados por Clark em nosso bate-papo posterior a gameplay. “Para dar um pouco de contexto da equipe de desenvolvimento, eu trabalho na equipe de marketing, mas estou muito próximo da equipe de desenvolvimento. Muitos veteranos que trabalharam na SNK por muitos anos deixaram a empresa, mas muitos também retornaram. Pessoas como Oda-san (Yasuyuki Oda) e Kuroki-san (Nobuyuki Kuroki), que têm trabalhado na série Fatal Fury desde jogos como Fatal Fury Special, há muito, muito tempo. Eles amam tanto a série que, quando voltaram para a SNK, queriam trazer Fatal Fury de volta. Esse era um dos objetivos deles”, explicou o gerente de marketing.