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Manor Lords
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Imagem: Divulgação/Slavic Magic

Manor Lords sofre críticas por "falta de atualizações", evidenciando expectativas erradas da indústria

Manor Lords é desenvolvido por apenas uma pessoa, e mesmo assim, parece que tem que corresponder expectativas irreais da indústria

Igor Pontes •
08/07/2024 às 13h51, atualizado há 3 meses
Tempo de leitura: 9 minutos

Manor Lords não precisa ser um gigante em crescimento constante

No último domingo (07), os CEOs das publishers de The Long DarkManor Lords, compartilharam visões antagônicas sobre o sucesso do simulador de cidades medieval, com o foco sobre como deveria ser o ritmo de atualizações de um jogo em acesso antecipado.

O CEO da Hinterlands, Raphael van Lierop, publicou no LinkedIn um texto colocando Manor Lords como um “um estudo de caso bastante interessante sobre as armadilhas do desenvolvimento em Acesso Antecipado quando um jogo com uma pequena equipe (e fortemente comercializado como tal) enfrenta a realidade de um público ávido”, explicando que o jogo lançou com uma base sólida, porém, sem muito conteúdo.

“Um jogo fortemente centrado em sistemas precisa de uma variedade de mapas, modos de jogo ou algum grau de dinamismo procedural para mantê-lo interessante. Manor Lords não possui nenhuma dessas coisas. Assim, uma vez que você jogou de 5 a 10 rodadas do jogo, não há mais nada para fazer. Os mapas fixos e a simplicidade dos recursos significam que não há muitas permutações diferentes do início do jogo, porque as condições iniciais são quase sempre as mesmas. Isso não é ótimo para um RTS/city-builder,” explicou o executivo.

Manor Lords
Imagem: Divulgação/Slavic Magic

Van Lierop ainda alega que Manor Lords não conseguiu atender as expectativas pelo fato do Slavic Magic, estúdio que desenvolveu o jogo, é basicamente uma pessoa, Grzegorz Styczeń. “Como resultado da falta de atualizações, os CCUs [usuários simultâneos em todo o mundo] despencaram desde o lançamento (o que não é tão incomum — é a tendência atual para muitos títulos de Acesso Antecipado que explodem hoje em dia)”, ele escreve.

“Mas, dado o enorme número de listas de desejos e o hype em torno do jogo antes do lançamento, isso é algo para o qual o desenvolvedor e a editora deveriam ter se preparado melhor, na minha opinião. Acesso Antecipado é uma maratona, e quando você lança o jogo, precisa ter sua próxima grande expansão de conteúdo praticamente na fila”, o post continua. “O jogo está disponível há 2,5 meses e houve três patches relativamente pequenos sem novos recursos ou conteúdo”.

Van Lierop conclui com o conselho de que os desenvolvedores de jogos de Acesso Antecipado planejem “2-3 grandes atualizações com novos conteúdos e recursos (além dos hotfixes que você precisa lançar)” dentro de três meses após o lançamento.

Publisher de Manor Lords tem pensamento diferente, e tem razão

O CEO da Hooded HorseTim Bender, que publica Manor Lords, vê a situação de uma forma completamente diferente, explicando que ele vê a publicação “exatamente o tipo de perspectiva distorcida de crescimento infinito/expectativa excessiva/linha sempre ascendente que causa tantos problemas na indústria de jogos.” Ele também não se preocupa com o fato de Manor Lords ter ficado para trás em relação à sua popularidade inicial, ironizando “a aparente e sombria realidade de que algumas pessoas, após desfrutarem de sua compra de um título premium para um jogador, podem decidir jogar outro jogo (Que horror! Que horror!).”

Manor Lords é alvo de críticas desnecessárias
Imagem: Captura de Tela/LinkedIn

Bender também disse que alertou Styczeń  a não prestar atenção quanto aos comentários sobre jogadores parando de jogar Manor Lords, explicando que era para ele manter a visão que ele tem para o título, e que a jornada do acesso antecipado é longa e que ele não precisa sentir a pressão vinda de outros, principal por sua saúde e ajudar a manter a calma durante o processo.

Manor Lords
Imagem: Divulgação/Slavic Magic

“Se esta indústria deseja encontrar um caminho mais sustentável, precisamos nos afastar de opiniões como a de [van Lierop]”, conclui Bender. “O sucesso não deve criar uma barreira cada vez maior de novas expectativas de crescimento. Nem todo jogo deve ser direcionado para se tornar um serviço ao vivo de sucesso ou fracasso. E um lançamento não deve iniciar uma esteira sempre acelerada na qual os desenvolvedores são forçados a correr até que sua saúde mental ou física se deteriore.”

E Bender está completamente certo, principalmente pelo fato de que Manor Lords é feito por somente uma pessoa, que está trabalhando no seu ritmo e está tentando continuar a sua visão para o jogo da forma que dá para ser feito. Isso deve ser respeitado para que o processo não acabe se atropelando e também não cause problemas de saúde ao desenvolvedor solo, que no final do dia, só consegue fazer o trabalho de uma pessoa. Literalmente.

Fãs descobrem em que local se passa Baldur's Gate 3 no mapa de Faerun
Imagem: Reprodução/Larian Studios

Jogos em acesso antecipado não precisam necessariamente seguir uma fórmula mágica para ser lançado, e nem todos eles precisam ter atualizações gigantes como as de Baldur’s Gate 3, por exemplo, que adicionava novas classes e novos conteúdos para os jogadores em um Ato Um enorme para se explorar. A indústria precisa parar de focar nesse conceito surreal de que todo título que faz sucesso, precisa estar em uma crescente enorme para sempre e garantir mais dinheiro a cada segundo.

Se a genialidade de Manor Lords está no fato de estar sendo feito somente por uma pessoa, que está levando as coisas com carinho e com cuidado, e se tanto a publisher quanto o desenvolvedor estão contentes com isso, não tem muito o que ficar confabulando sobre o que pode ser acertado ou não.
Manor Lords
Imagem: Divulgação/Slavic Magic
Engenheiros de obras prontas existem aos montes, até mesmo no caso de construções medievais, e trazer essa perspectiva corporativa de que todos os jogos precisam entrar em um moedor de carne gigante da indústria e serem feitos a toque quase que industrial, é tirar o real conceito do acesso antecipado e a liberdade para trabalho que esse modo de lançar os títulos trazem para desenvolvedores emergentes.
Do que adianta um único desenvolvedor tentar acompanhar o ritmo de estúdios grandes que querem enfiar tudo nos moldes de jogos como serviço? É bizarro pensar que o padrão da indústria tem se tornado pegar tudo o que tem dado certo, e deturpar de forma que isso valorize o dinheiro no fim do dia.
Não tem problema nenhum em Manor Lords cair de usuários ativos após meses do lançamento. E ainda assim, ter médias de 17 mil — 13 mil jogadores nos últimos meses, é algo incrível para um jogo independente, feito por uma pessoa só.
Imagina achar ruim que um jogo feito por uma pessoa só, que vendeu 2 milhões de cópias, foi um sucesso, não exauriu o desenvolvedor até o final? Somente no mundo corporativo mesmo.

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Com informações de: Rock Paper Shotgun

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