Com a última Nintendo Direct, fica a questão: existem apresentações demais ou é o hype excessivo?
Com o Nintendo Direct que aconteceu na última terça-feira (27), tivemos duas apresentações que trouxeram várias novidades e o saldo foi bastante positivo, apesar da ausência de Hollow Knight: Silksong, que está se tornando uma lenda urbana devido a sua ausência nas apresentações. Contudo, será que não estamos num ponto em que temos apresentações demais, ou será que o hype das apresentações não está fora de escopo?
Muitas Directs para pouco tempo de vida restante do Switch?
Sabemos que o Nintendo Switch será substituído em breve, e mesmo assim, continuamos tendo transmissões focadas em vários jogos que chegarão para o console, com muito deles sendo indies ou títulos de parceiros, que convenhamos, não tem o mesmo impacto para o público geral quanto o anúncio de exclusivos.
E com a chegada do sucessor do Switch, ver tantas Nintendo Direct focadas no console que em breve estará sendo substituído, soa estranho. Sabemos que o console é um dos mais vendidos de todos os tempos, mas nesse caso não seria melhor fazer apresentações mais longas ao invés de fazer várias ao longo do ano?
Boa parte das apresentações não passam dos 40 minutos, e isso faz com que muitas vezes, alguns dos anúncios passem batidos ou acabem não recebendo tanta importância quanto deveria. Muitos deles passam como um breve clipe mostrando vários nomes compilados, e algumas vezes, é nesse momento que o público geral não está prestando tanta atenção.
Two presentations, lots of games! What are you most looking forward to from the recent #IndieWorld & #NintendoDirect: Partner Showcase? pic.twitter.com/zTaZYxc7J8
— Nintendo of Europe (@NintendoEurope) August 28, 2024
Talvez se as Nintendo Direct fossem mais espaçadas, e com mais tempo de tela, talvez algumas delas não parecessem tão desinteressantes, já que existem várias ao longo do ano, e muitas vezes, algumas acabam passado batido pela falta de novidades impactantes.
Contudo, precisamos ser justos. A quantidade de jogos que estão chegando para o Switch em seu oitavo ano, é consideravelmente incrível. Por mais que boa parte desses nomes não saltem aos olhos da maioria, é sempre bom ver nomes como Yakuza Kiwami ou as coleções da Capcom chegando ao console.
Uma forma de agradar os acionistas
Outro ponto que a gente precisa destacar, é que a Nintendo precisa agradar os acionistas. Querendo ou não, a empresa precisa fazer apresentações para mostrar que coisas continuam saindo para o Switch mesmo com o lançamento iminente do novo console, para garantir aos investidores de que tudo está correndo bem e que eles continuem investindo dinheiro ao comprar ações da Big N.
Principalmente por ser uma empresa de capital aberto, a gigante japonesa precisa sempre ter algumas apresentações aqui e ali, e no caso da Nintendo, ela opta por lançar várias apresentações segmentadas para cada tipo de situação, sem precisar fazer uma transmissão de duas horas e ainda assim faltar coisa para mostrar.
Por isso, é importante fazer algumas apresentações ao longo do ano para dar um “sinal de vida” para os acionistas e as ações continuarem sendo valorizadas e dinheiro chegar para financiar os projetos da empresa.
É importante para os parceiros
Eventos como o da última terça-feira (27) servem também para mostrar os parceiros e dar destaques para eles, principalmente os jogos independentes. Como boa parte desses títulos não contam lá com um orçamento tão extenso para divulgação, essas janelas de oportunidade são essenciais para que eles possam ser vistos, e esse tipo de apresentação ajuda bastante nesse caso.
Boa parte desses nomes acaba recebendo ainda mais atenção, justamente pelo hype da galera de ver um nome conhecido surgindo em uma dessas Nintendo Direct, seja Silksong ou até mesmo um novo jogo do Mario, pode ser que um desses indies acabem fisgando o público e fazendo sucesso.
Por isso, é bacana ver como essas Nintendo Direct servem não só para mostrar para o público o que vem por aí, como também serve como uma ponte da Nintendo com seus parceiros, principalmente os independentes, que conseguem ter um espaço a mais para brilhar. E no caso de grandes publishers, ajuda a trazer outros lançamentos importantes para o console.
O mal da indústria do hype
Infelizmente, por mais que a gente brinque, esse é um problema real. Nem toda Nintendo Direct trará grandes jogos, ou Silksong irá aparecer com a data de lançamento estampada, colocando toda a comunidade dos games em choque.
Essas apresentações, até pelo próprio nome, não deixam de ser um show, um entretenimento para os entusiastas da indústria. E com isso, acaba surgindo essa discussão eterna sobre qual evento foi melhor, se decepcionou ou não, quando muitas vezes essa não é a proposta.
Ficar empolgado pelos jogos é algo extremamente positivo, mas, ao mesmo tempo, a “indústria do hype” acaba fazendo com que a gente meça a empolgação quanto a uma apresentação pelo número de surpresas e lançamentos bombásticos que estão por vir, e não por mostrar mais opções do que se jogar no console.
Eu sei, nada supera olhar para tela, ver um “One more thing” e do nada ver a empresa tirar um jogo da cartola que vai deixar todo mundo falando sobre isso o dia inteiro. Acredite, eu também fico empolgado assim, contudo, a gente precisa entender que nem todo evento será assim, e me incluo nessa.
Infelizmente, somos reféns do nossa própria expectativa e da nossa vontade de jogar jogos, e isso acaba gerando excitação e toda essa especulação esperando que determinado título apareça ou não, quando existem bons motivos para a empresa não mostrar nada ainda.
Dito isso, custa fazer um trailer de 10 segundos falando que Hollow Knight: Silksong continua em desenvolvimento? Cabia ali no finalzinho…
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