Na leva de documentos vazados da Microsoft, a empresa tratou Baldur’s Gate 3 como um título secundário
Uma série de documentos do caso entre a Microsoft e a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos acabou vazando nesta terça-feira (19), e entre os arquivos estava uma série de projeções da empresa para títulos a serem incluídos no Xbox Game Pass. Entre os jogos, estavam Baldur’s Gate 3, Star Wars Jedi: Survivor, Suicide Squad e mais.
No entanto, o que chamou atenção foi a forma como a empresa decidiu tratar Baldur’s Gate 3, chamando de “um RPG de segunda execução”. O documento é de maio de 2022 e ainda cita o Stadia como uma das plataformas do jogo.
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Outros títulos, como Jedi: Survivor e Esquadrão Suicida foram considerados títulos de alta prioridade, com a sequência de Fallen Order recebendo o patamar de “joia da coroa” da Electronic Arts, e que a empresa pediria US$ 300 milhões pela parceria.
No caso de Baldur’s Gate 3, a previsão seria mais modesta. A Microsoft projetava que a Larian Studios iria pedir cerca de US$ 5 milhões pela parceria, e o título era considerado de categoria “Hub”, provavelmente se referindo ao Xbox Insider.
O serviço permite aos usuários receber prévias dos jogos, o que provavelmente colocaria a versão de acesso antecipado disponível para PC e consoles, mas a parceria não aconteceu. No entanto, não é preciso ser nenhum gênio da indústria para perceber o “vacilo” na leitura da Microsoft.
Baldur’s Gate 3 é um sucesso de público e crítica, chegando a 875 mil jogadores ativos somente no PC, segundo a plataforma StreamDB, que monitora o sucesso de jogos na loja digital da Valve.
No momento da elaboração desta matéria, o jogo conta com 229 mil pessoas ativas. O título acabou saindo para PlayStation 5 em 6 de setembro, mesma época que Starfield, e, até o momento, não tem previsão para chegar ao Xbox Series.
Baldur’s Gate 3 no PlayStation 5? Indo muito bem, despontando como o jogo de melhor avaliação do console, incluindo títulos exclusivos. Nada mal para um RPG de “segunda execução”.
A versão de Xbox ainda não deu as caras, e o principal motivo, segundo a Larian Studios, seria a dificuldade para colocar a tela dividida no Series S. No entanto, devido ao sucesso do jogo, a empresa lançará a versão para os consoles da Microsoft, sem a funcionalidade, ainda em 2023.
Mesmo que o jogo esteja para sair no Xbox Series X/S, a “pisada de bola” da Microsoft com Baldur’s Gate 3 é notória. A Larian Studios não é um estúdio desconhecido, nem de longe. Nichado? Pode se argumentar que sim.
No entanto, Divinity: Original Sin II é um dos maiores títulos de RPG para PC, concorrendo na categoria no D.I.C.E Awards e no The Game Awards em 2017. Isso sem contar na força dos nomes Baldur’s Gate e Dungeons & Dragons.
O gênero de RPG por turno é bem nichado, não podemos negar. No entanto, Baldur’s Gate 3 já era considerado um título bem sólido, com dois anos de acesso antecipado e feedbacks positivos da comunidade.
Trazendo um cenário hipotético, imagine se a Microsoft tivesse tentado uma exclusividade para Baldur’s Gate 3 no Game Pass no lançamento de consoles e PC? Imagine a quantidade de jogadores, que poderiam experimentar o título antes da chegada de Starfield e ter dois excelentes RPGs disponíveis no catálogo?
Na “dura” realidade, o jogo ainda não saiu para o Xbox Series e está em uma “exclusividade temporária” no PlayStation 5. É bem provável que continuemos falando sobre Baldur’s Gate 3 pelos próximos anos, enquanto títulos como Suicide Squad e Jedi: Survivor já não fazem mais a cabeça do público.
A Microsoft errou bastante no período do Xbox One, mas está gerindo de forma muito sólida o Xbox Series e o Game Pass. No entanto, esse ato falho de não dar o devido valor para Baldur’s Gate 3 pode custar caro.
Em uma época na qual gostar de um console é basicamente uma briga de torcida, os fãs acalorados — e tóxicos — consideram Baldur’s Gate 3 como um exclusivo “não oficial” de PlayStation 5, e estão defendendo o título com unhas e dentes pela corrida de jogo do ano.
Imagina se tivesse sido realmente um exclusivo, mas de Xbox Series? Mesmo que de forma temporária, mas com uma série de benefícios, por exemplo suporte para mods no console e no Game Pass, criando, em parceria com a Larian, uma plataforma oficial para publicar as modificações.
Isso tudo apenas jogando ideias no ar sobre como a empresa poderia ter aproveitado uma parceria que poderia ter rendido uma avalanche de usuários no Game Pass, se divertindo com um dos fortíssimos candidatos a jogo do ano de 2023.
Talvez em uma ironia que só uma rolagem de dados de RPG poderia proporcionar, a Microsoft acabou com uma falha crítica no teste de percepção sobre Baldur’s Gate 3.
Com informações de: Polygon
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