Falas de Neil Druckmann foram alvo de críticas na última semana
Na semana passada, a Sony publicou uma entrevista com Neil Druckmann, diretor de The Last of Us e presidente da Naughty Dog, em que ele teria supostamente dito que o próximo game de PlayStation “poderia redefinir a percepção padrão dos jogos”, mas parece que isso não aconteceu, de fato.
A entrevista foi ao junto com um briefing estratégico da Sony para investidores. E, além de elogiar o potencial da inteligência artificial generativa, Neil Druckmann aumentava o hype em torno do próximo jogo da Naughty Dog.
As declarações de Druckmann foram rapidamente publicadas por todos os principais veículos de mídia do mundo todo, viralizando também nas redes sociais, onde foram bastante criticadas. E isso levou o chefão da Naughty Dog a desmentir a Sony e esclarecer o que, de fato, ele falou.
“Não foi exatamente isso que eu falei. Na edição das minhas respostas em minha entrevista recente com a Sony, algumas das minhas palavras, o contexto e minha intenção foram, infelizmente, perdidos. Bem, aqui está minha longa e divaga resposta sobre o futuro dos games”, disse Druckmann.
Druckmann postou, em seu Twitter, um trecho transcrito da conversa que teve com a Sony, em que fala sobre como os jogos costumam ser muito nichados e afastados do restante da cultura quando ele era mais jovem, e como isso mudou, em partes, graças às séries de The Last of Us e Fallout.
“Bem, eu tive muita sorte, e eu já tive isso (a realização de um projeto dos sonhos). Eu tive a chance de fazer vários projetos dos meus sonhos. Estou trabalhando em um novo agora mesmo. E talvez seja o que mais me deixou empolgado até agora. Não posso falar sobre isso ou nossos chefes ficarão muito chateados comigo. E eu acho que, no geral, existe algo acontecendo agora e eu acho isso muito legal”, disse Druckmann.
“Existe uma nova apreciação pelos jogos que nunca vi antes. Quando eu era menor, os jogos eram mais coisas de criança. Agora é claramente para todos. Mas, tipo, se você é gamer, você sabe o potencial dos games, e quem não é gamer não sabe o que está perdendo. Mas, minha esperança era que, quando fizéssemos The Last of Us como uma série de TV, para que pudéssemos mudar isso.
Por isso me envolvi com isso. Eu queria tanto que fosse bom, porque queria que isso acontecesse, que alguém assistisse e realmente gostasse. E se apaixonasse pelos personagens e pela história. E pensassem, no final, ‘espera, isso é baseado em um videogame?’, e então ele iria ver o jogo e perceber a riqueza de narrativas e tudo que acontece nos jogos.
Agora eu penso que existe um holofote nos jogos. Fallout acabou de sair e é um grande sucesso para a Amazon, e eu acho isso muito empolgante. Não porque jogos precisam ser filmes ou séries, mas eu penso que isso meio que abre os olhos de muitas pessoas que simplesmente não estavam cientes do tipo de experiências que existem nos games.
Acho que, agora, atingimos um ponto onde isso irá partir de onde as pessoas percebem que ‘ai meu Deus, existem muitas experiências impactantes nos games!’. Então, não estou empolgado apenas pelo jogo em que estamos trabalhando, que é algo muito novo para nós, mas também estou empolgado para ver como o mundo reagirá a ele.”
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“Porque com The Last of Us, e o sucesso da série, até pessoas de fora dos games estão olhando para nós para ver o que vamos lançar na sequência. Estou muito empolgado para ver qual será a reação a isso, e eu já falei demais, então vou parar por aqui”, finalizou Druckmann.
Ainda que as entrevistas normalmente são editadas e cortadas para serem mais claras e diretas, a que foi publicada no site da Sony fez muitas mudanças e cortes surpreendentes, e ainda inventou algumas coisas que Druckmann não falou.