Prática de vender lutadores novos por DLCs é comum e irritante.
Já não é de hoje que os jogos de luta criaram a prática de sempre oferecerem lutadores extras periodicamente, através da venda de passes ou pacotes especiais que custam dinheiro de verdade. E isso me deixa frustrado por diversos motivos.
Para começar, o simples fato de você cobrar a mais por algo que pode desequilibrar completamente a competitividade online já deveria ser proibido. Mas quando você faz isso sem ao menos oferecer uma outra maneira de desbloquear o personagem novo, fica muito claro que o interesse aqui não é dar mais opções aos jogadores, e, sim, lucrar ainda mais com o game (o que não tem problema, mas que seja feito de maneira justa).
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Esta situação me afastou completamente do cenário mais competitivo dos jogos de luta de alguns anos para cá. Me divirto inicialmente, mas com a inevitável chegada de novos personagens, sempre com a cobrança de dezenas, e em alguns casos, até centenas de reais, eu largo o game e procuro outra fonte de diversão. Foi assim com Tekken 7, com Mortal Kombat X e 11, com Dragon Ball FighterZ e com The King of Fighters XIV e XV.
O que as empresas não parecem perceber é que quando você oferece conteúdo extra de forma gratuita e busca lucrar de outras maneiras, a comunidade literalmente compra a ideia. Foi exatamente o que a Activision passou a fazer em Call of Duty. Até pouco tempo atrás, os mapas novos de multiplayer dos CoDs eram vendidos separadamente. E a cada novo pacote lançado, menos jogadores permaneciam ativos, até que finalmente só restavam lobbies gringos, com conexões péssimas.
Call of Duty, atualmente, disponibiliza todos os mapas pós-lançamento de maneira gratuita, e consegue arrecadar de outras formas, com pacotes de cosméticos na loja ou através do Passe de Batalha. Tenho total certeza de que Bandai, Capcom, Warner e companhia também conseguem surgir com ideias para não seguirem cobrando a mais dos jogadores por lutadores novos. Seja vendendo skins, pacotes de gestos e dublagens, e até mesmo apostando em um formato próprio de passe de temporada. Basta pensar com carinho na situação.
Imagine só alguém querendo muito fazer parte da comunidade de um game de luta que adora. Nem sempre é possível comprar o jogo no lançamento, e você perde alguns meses juntando uma graninha extra, e, quando finalmente sobra uma prata, você mergulha no online e descobre que, por exemplo, a Blue Mary ou o Robert só estão disponíveis pagando quase um terço do valor total do título.
E aí você apanha sem parar para estes personagens, e sequer pode fazer o mesmo com outros adversários, porque, simplesmente, não tem acesso aos lutadores de DLC. É frustrante. É decepcionante. E com certeza vai afastar a pessoa não só naquele momento, mas de possíveis futuros lançamentos da série.
O formato atual não funciona e não é justo. Quer cobrar por personagens extras? Tudo bem. Mas ofereça uma alternativa, por mais complexa que seja, para desbloquear os lutadores apenas jogando. É muito melhor ter que ganhar do chefão final 100 vezes do que gastar mais uma grana só por um gameplay mais equilibrado.