Unindo a jogabilidade incrível com uma história sólida e intrigante, Final Fantasy 16 já chega como um dos melhores jogos do ano
Poucos jogos conseguem te prender na narrativa de uma forma que você fique impressionado com o que ele se propõe. E acima, de tudo, quando um jogo teoricamente foca mais em elementos narrativos, a jogabilidade pode-se tornar um pano de fundo. Final Fantasy 16 consegue fazer ambos com uma excelência que só a Square-Enix é capaz. O jogo coloca o player em um universo mais sóbrio, bem trabalhado e com uma jogabilidade digna de um dos melhores títulos do ano.
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Aviso: Este texto contará com spoilers da trama do jogo
George R.R. Martin ficaria orgulhoso
Uma das principais inspirações do novo Final Fantasy é Game of Thrones. Inclusive, os produtores fizeram com que a equipe de desenvolvimento assistisse as quatro primeiras temporadas da série — as melhores, diga-se de passagem – e, a partir disso, construir o visual do novo título da franquia. E por mais que essa mistura possa parecer bem bizarra, não é que funciona muito bem?
Não é de hoje que Final Fantasy flerta com o conceito medieval, mas, dessa vez, a inspiração vai bem além, ainda mais quando se trata de adaptar o visual de outra franquia para o próprio universo. Alguns visuais dos Palácios, portas, armaduras, até mesmo um personagem que lembra bastante o gigante Hodor, a Square-Enix bebeu da fonte de uma das maiores referências visuais do estilo medieval na atualidade, e, ao invés de soar como genérico, conseguiu dar o próprio tom e fazer funcionar de uma forma que, caso o jogador não saiba dessa informação, passe despercebido.
Até mesmo em alguns pontos da trama, com reviravoltas e maquinações, tudo isso poderia ser um grande demérito, caso a história de Final Fantasy 16 não fosse boa. E ainda bem que ela é ótima. Mesmo com vários pontos bem próximos da história de George R.R. Martin, dá para dizer que o criador d’As Crônicas do Gelo e Fogo ficaria bem feliz de ver o resultado final do jogo da Square-Enix.
A fórmula do combate
O combate em Final Fantasy 16 é como saborear um prato de comida que você gosta ou descobrir algo novo que aguça o paladar. Fluído, competente e dinâmico, o estilo de luta utilizado no jogo é incrível, ainda mais com a possibilidade de usar as habilidades de Clive e combinar com os ataques de arma com as magias do herói. O jogo te dá a opção de realizar os combos no automático ou controlar como os ataques serão utilizados.
Testei ambos e os dois funcionam muito bem, na fluidez dos movimentos e em como Clive pode combinar as magias com os ataques físicos, também realizando esquivas bem precisas para desviar dos ataques dos inimigos. Os combos, magias, tudo o que envolve a pancadaria em Final Fantasy 16, é um deleite visual e mecânico para os apreciadores de RPG e a Square-Enix sabe disso muito bem. Com várias mecânicas, como o uso do Torgal, companheiro canino de Clive, o jogo te dá opções demais do que fazer durante o confronto.
Explorando o mundo e entrando em combate contra os monstros e inimigos, fica bem claro que passaremos a viver um mundo antes do combate de Final Fantasy 16 e outro depois. Não dá para passar por esse estilo de jogabilidade e não considerar que essa é a evolução natural da franquia, e que vai inspirar muitos jogos que estão por vir na próxima década. É o ponto forte do jogo, e aqui a Square-Enix não se segurou nem um pouco ao criar uma experiência satisfatória, com uma curva de aprendizado sólida e um estilo de luta variado, com muita abertura para criar sequências épicas de ataques.
As batalhas contra os chefes
Eu preciso destacar um parágrafo para as batalhas contra os chefes desse jogo, que são incríveis. Não vou dar detalhes, mas é maravilhoso como cada uma tem um desafio diferente, funciona de uma forma única e consegue inovar e elevar a barra a cada adversário que Clive enfrenta. É difícil ver jogos que conseguem manter a progressão de novidade entre lutas contra os principais inimigos, mas Final Fantasy 16 faz com que cada confronto seja único à própria maneira, e de uma forma que não fique maçante ou que pareça uma reciclagem de mecânica.
As batalhas que envolvem os Eikons — as invocações de Final Fantasy – são épicos dignos de uma batalha impressionante de Kaiju, onde cada monstrão tem a própria personalidade e também tem um pouco do portador neles. E, bem, não só isso, mas os momentos cinematográficos que o combate proporciona são incríveis. Elas são a epítome do poder dos personagens, e a Square-Enix faz um trabalho incrível em fazer com que o jogador realmente sinta que esse é o máximo de poder disponível.
A história são os amigos que fizemos no caminho
Como todo bom Final Fantasy, Clive tem o grupo de amigos para ajudá-lo durante a jornada. Apesar de ser um completo clichê de RPG japonês, ela consegue se sustentar graças aos personagens, que levantam a trama e tem bastante carisma. O casting de companheiros em Final Fantasy sempre foi recheado de bons personagens, e na edição 16 não seria diferente.
É ser o puro suco de RPG Japonês. O filho preterido, que desperta um poder – que ninguém sabe de onde veio – e, por isso, tem que atender ao chamado do destino e enfrentar os perigos do mundo para buscar as respostas. Mas é o entorno que transforma a trama de Final Fantasy 16 em algo que o jogador consegue se entreter e se divertir. Existe um momento no qual acontece uma grande revelação — que eu já estava suspeitando – e eu soltei um singelo grito de ”A LÁ, EU SABIA!” e me empolguei mesmo assim.
Quando obras funcionam mesmo com clichês e situações nas quais o jogador consegue enxergar vindo lá na curva, e mesmo assim acaba sendo pego pelo momento, é significado de que foi muito bem executado. E, no caso da história de Clive, é bem assim. Um mundo rico de personagens, tramas e poderes, mas com todo aquele gostinho de RPG Japonês e o herói improvável tomando as rédeas do próprio destino.
O mundo de Final Fantasy 16 tem muito mais coisas acontecendo além dos problemas de Clive, e o jogo vai te mostrando o que são esses movimentos conforme avança na trama. Muita coisa não é mastigada para quem está no controle ter todas as respostas, e é algo que funciona muito bem para a construção de um universo muito maior do que o plot principal. O desenrolar dos conflitos acontece de forma natural e, conforme o jogo avança, mais problemas vão sendo introduzidos, de uma forma que não fica forçado ou que buscar somente jogar algo na tela para o player ter o que fazer.
Tears of the Kingdom, pode esperar…
Se até então The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom não tinha um adversário digno na corrida de jogo do ano, podemos dizer que agora a Nintendo pode começar a sentir o suor escorrendo na testa. Final Fantasy 16 entrega uma história sólida e funcional naquele universo, sem comprometer a jogabilidade incrível e o combate arrasador que a empresa desenvolveu para o título. Com os Eikon fornecendo momentos épicos para os jogadores e um universo com muita história para contar, fica difícil não colocar o jogo na mesma prateleira da nova aventura de Link.
Final Fantasy 16 é um épico em forma de RPG, e a Square-Enix sabe como vender essa experiência para os jogadores, de uma forma que as longas horas jogando, só para perceber que ainda não se está perto do final não seja uma sensação de desespero, e sim de alívio que existe muito mais daquele jogo para se explorar.
Existem poucos jogos atualmente que o player pode chamar de sucesso instantâneo, e podemos garantir que Final Fantasy 16 está nessa lista, com todas as glórias possíveis.
Final Fantasy 16 chega em 22 de junho para o PlayStation 5.
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