Os fãs mais fervorosos de Pokémon acompanham de perto o lado competitivo da franquia em seus diversos jogos atuais como United, Go, Scarlet & Violet ou TCG (Estampas Ilustradas no Brasil).
Mas existe uma certa ausência de transmissões de Campeonatos Regionais de Pokémon oficiais no Brasil, algo que perturba bastante a comunidade. Um bom exemplo foi o recente Regional de Joinville que aconteceu entre os dias 28 e 29 de setembro.
No passado, a The Pokémon Company, ao lado da Copag (fabricante e distribuidora do card game oficial no Brasil), realizavam parcerias para as transmissões por aqui. A união de ambas as empresas ainda existe, mas com o foco em transmitir o Latino Americano de Pokémon, o tradicional LAIC.
Enquanto isso, fãs do nosso país precisam se contentar em assistir transmissões de regionais em cidades da América do Norte, Europa ou Ásia. Até mesmo a Oceania possui regionais sendo transmitido.
Com isso, resta a pergunta: qual o motivo para que não aconteçam transmissões de regionais Pokémon TCG no Brasil em 2024?
Fizemos a pergunta para a Copag, que enviou um nota simples, mas que traz algumas questões importantes. Também conversamos com organizadores e jogadores que participaram de Regionais e eles revelam os possíveis motivos para a falta de interesse em transmitir os jogos.
Vamos explorar esses pontos mais a fundo a questão.
Nota: Os dois membros da staff do Regional de Joinville preferiram não se identificar por questões pessoais. Respeitamos o direito à privacidade e não usaremos citações diretas dos mesmos ou revelaremos seus nomes.
Logística e Infraestrutura
De fato, a logística é um obstáculo significativo. Organizar transmissões ao vivo e, eventos de grande porte requer uma infraestrutura, no mínimo, organizada. Com isso, estamos falando de equipamentos de filmagem de alta qualidade, conexões de internet estáveis e pessoal técnico qualificado.
No Brasil, muitos locais de eventos regionais podem não ter a infraestrutura necessária para suportar transmissões ao vivo de alta qualidade, em especial por serem em grandes centros de convenções e exposições.
Além disso, há a questão da cobertura de internet. Em muitas regiões, a velocidade e a estabilidade da internet não garantem eventos ao vivo sem interrupções. Segundo conversas que tive com membros da staff do Regional Pokémon de Joinville, não houve um interesse real da Copag ou The Pokémon Company em estruturar o evento para ter uma conexão estável de internet.
Regionais passados, a exemplo do último realizado em São Paulo, sofreram bastante com uma falta de transmissão de qualidade, com imagens em baixa qualidade e uma câmera estática em um dos pontos do evento.
Pesa no bolso!
As questões financeiras também influenciam diretamente na falta de transmissões. Transmitir um campeonato envolve custos com equipamentos, contratação de pessoal e pessoal especializado. No passado, existia uma iniciativa da Copag em realizar tais transmissões. Porém, durante e após a pandemia, equipes de comunicação foram enxugadas ou cortadas, sendo o foco agora na contratação de terceirizados.
Existe também a busca por parceiros influenciadores ou veículos diversos para a cobertura dos eventos, mas questões ligadas a distância e disponibilidade de tempo interferem diretamente no interesse de cobertura.
Interesse do público?
Esta é uma questão importante que levantamos ao conversa com jogadores do competitivo dePokémon TCG. Muitos preferem acompanhar transmissões internacionais. O motivo, segundo os entrevistados, é a questão do metagame envolvido nas competições.
“Infelizmente, o meta(game) é influenciado especialmente pelo cenário competitivo do exterior. Às vezes por eles terem outros produtos que nós (brasileiros) não temos ainda disponível, outras vezes é pela vasta antecedência de lançamento das cartas, como no caso do cenário japonês”, explica o jogador Daniel Lima.
Já para Lucas Assis, lojista e jogador Pokémon, o motivo está mais na qualidade das transmissões. “As transmissões da Pokémon Company são muito mais interessantes. Temos locutores empolgados e com conhecimento avançado das regras do jogo, além de uma boa qualidade de imagem e som. Infelizmente, são coisas que costumam faltar nas transmissões brasileiras quando elas existem”.
O futuro das transmissões, segundo o SAC da Copa
Infelizmente, até o fechamento desta matéria, não conseguimos contato direto com a Copag ou The Pokémon Company para o esclarecimento geral deste tema, com uma média de 1 semana na espera de uma resposta efetiva.
O que recebemos foi uma resposta “oficial” através do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa. Em envio oficial, a Copag afirmou o seguinte:
“Estamos trabalhando para melhor oferecer uma experiência aos visitantes e participantes de eventos oficiais Pokémon. Novidades sobre transmissões para os próximos eventos serão reveladas em breve.”
E é isso…
Estamos abertos para maiores esclarecimento seja da Copag ou demais envolvidos. Caso uma nova resposta seja fornecida, atualizaremos as informações neste texto.
Os regionais são esquecidos, mas com certeza o Latin America Pokémon será promissor
Apesar dos desafios, o futuro de Pokémon no Brasil é bastante promissor. Primeiro, devido ao sempre crescente interesse dos brasileiros com a franquia. Tomemos como exemplo o evento especial Safári Urbano de Pokémon GO na cidade de São Paulo, que promete levar milhares de jogadores por uma experiência incrível.
Já para o público do Pokémon TCG, o interesse no jogo é sempre crescente, com diversos influenciadores divulgando a “palavra” do card game aos quatro ventos. Outro ponto que merece ressaltar é que a própria The Pokémon Company está apoiando iniciativas locais como as Ligas Oficiais, presente em praticamente todos os estados do Brasil.
O Latin America com certeza será transmitido, com suporte de todas as forças envolvidas com a franquia aqui no Brasil. Com isso, temos a certeza de que o amor pelos nossos Pocket Monsters em terras tupiniquins continuará crescendo cada vez mais.
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