Próximo do lançamento e com mais informações, Starfield parece mais do que só as “mentiras” de Todd Howard
Milhares de planetas, várias habilidades, facções, customização de naves, combate amplo com a possibilidade de customizar o armamento, exploração espacial vasta. Starfield tem vários dos ingredientes que podem transformar o jogo em um sucesso instantâneo.
No entanto, devo admitir que demorei para ficar empolgado com o título da Bethesda. Mas, apesar das ressalvas, eu não consigo mais esconder que estou ansioso para colocar as mãos no RPG.
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Ressalvas justificadas
Tenho meus motivos para ficar escabreado com Starfield. A última experiência que tive com a Bethesda foi Fallout 76, e, pior ainda, na época, eu pedi para fazer o review do jogo. O universo de Fallout de forma online? O que poderia dar errado? Bem, tudo.
Devo admitir, me senti mal de ter investido tanto tempo no jogo e saber que ele era péssimo. Era meu trabalho, mas, ao mesmo tempo, sentia a minha boa vontade com os erros da Bethesda indo embora durante as horas que meu PlayStation 4 parecia decolar, ao iniciar Fallout 76.
Erros, o jogo desligando sozinho, tudo de ruim que poderia ter acontecido durante o review, aconteceu. Não sou fã de notas quando analisamos um jogo, mas na época, o site utilizava o sistema. Tive que entregar um sonoro 4 de 10 para o game.
Desde então, fiquei com um gosto amargo na boca, e, talvez por isso, Starfield demorou a me saltar os olhos. A proposta do jogo sempre me pareceu interessante, mas as derrapadas da desenvolvedora me afastavam de me empolgar.
Existe um meme sobre como Todd Howard, diretor do jogo e chefão da Bethesda, “mente” na hora de comentar sobre os títulos da empresa, e dessa vez, eu não queria cair nas mentiras dele. Mas já dizia o ditado, querer não é poder.
Falar sobre o jogo faz bem para ele
As informações de Starfield só vinham sendo divulgadas pelo próprio Todd Howard, e com as chaves do cofre especial na mão, o diretor não entregava nada. Notícias espaçadas, alguns vídeos de gameplay aqui e ali, o segredo todo em torno de como estava o jogo me deixava preocupado.
Seria uma ideia de mascarar os problemas no desenvolvimento? Será que Starfield acabaria tendo o mesmo fim de Fallout 76? É difícil de pensar que uma empresa que emplacou jogo do ano em 2008 e 2011 com Fallout 3 e The Elder Scrolls V: Skyrim, tivesse perdido a mão em fazer RPG single player.
No entanto, existia esse medo, devido à falta de informações sobre o jogo. O povo queria saber mais sobre Starfield, e nada era falado além das transmissões durante eventos como Gamescom ou Xbox Summer Showcase.
Em uma época de ultra exposição de mídia, o segredo acaba se tornando um ponto fora da curva e, no caso da Bethesda, não faz bem para ela, principalmente pelos anos que empresa levou para conseguir deixar Fallout 76 jogável.
Como encarar, então, a primeira franquia inédita da empresa em décadas, sem nenhuma informação, na base do “confia que está bom”? Era complicado acreditar que o sonho poderia ser real.
Agora, é inevitável ficar empolgado
Com o jogo prestes a sair, informações, entrevistas e materiais promocionais acabam pipocando. Nesta quinta-feira (24), uma extensa — e ótima — entrevista com Todd Howard e a equipe da Bethesda sobre Starfield, feita pela GQ, acendeu a luz verde do hype em mim.
Saber que dessa vez, a Bethesda está tomando cuidado de diminuir a quantidade exorbitante dos bugs do jogo, algo que já virou parte do “charme” de projetos da empresa, mostra uma mudança que eu não esperava.
É bem comum ouvir frases que viraram piada de Todd Howard, como o clássico “It just works”. É óbvio que muitas das alegações de Howard sobre os jogos são as de um vendedor tentando tirar o cascalho de quem está interessado no produto, mas, dessa vez, algo soa diferente.
Pode ser pela mão da Microsoft e pela expectativa em torno do jogo, que muitos acreditam ser um “vai ou racha” para a dona do Xbox, mas saber que Starfield está em desenvolvimento por oito anos, e como a empresa tem trabalhado extensivamente para fazer desse o grande acerto dessa década, me faz acreditar.
Com 53 anos, ler sobre como Todd Howard está descobrindo sobre como amar o processo de desenvolver um jogo, e, segundo o próprio, Starfield é um trabalho único e muitas empresas não teriam a chance de trabalhar em algo assim, deixa aquela sensação de que, dessa vez, não é mais uma falácia clássica do diretor.
Saber que um cara que criou jogos que revolucionaram o RPG ocidental trabalhava somente para completar o projeto e que, com Starfield, ele está aprendendo como apreciar o processo de desenvolver o título, é um sinal bem positivo.
Nesse conto do Menino e o Lobo que se tornaram as promessas irreais de Todd Howard quanto aos jogos que ele desenvolve, acho, finalmente, que estamos diante da verdade. Se será um alarme falso ou somente uma armadilha para fisgar as pessoas para mais um título normal da Bethesda, eu não sei dizer.
A entrevista que me motivou a escrever esse texto termina com uma passagem sobre a esposa do próprio Todd Howard, que disse que quando Fallout 3 estava em desenvolvimento, ela viajou com os filhos enquanto ele ficou para trás para trabalhar, e disse que “esse jogo precisa ser realmente bom.”
E devo dizer que esse é o sentimento. Starfield precisa ser realmente bom. Eu não aguento mais cair nas mentiras do Todd Howard, e tomara que, dessa vez, o meu voto de confiança acabe sendo certeiro.
Com informações de: GQ Magazine
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