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Starfield sofre do mesmo “problema” de todos os jogos da Bethesda

Starfield é um jogo da Bethesda, por bem, ou por mal Starfield, novo RPG da Bethesda, foi lançado para a...

Starfield e Skyrim

Starfield é um jogo da Bethesda, por bem, ou por mal

Starfield, novo RPG da Bethesda, foi lançado para a maior parte do público nesta quarta-feira (6). O jogo está consumindo as discussões em redes sociais e fóruns das mais variadas formas. Jogando o acesso antecipado, é notório que o título sofre dos mesmos problemas de outras obras do estúdio.

O principal problema do RPG espacial da Bethesda, está justamente no fato de ser uma criação dela. É um jogo da desenvolvedora de The Elder Scrolls e Fallout, e leva isso a sério até demais.

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Eu já vi esse filme antes

A premissa da trama de Starfield, parece um esqueleto de todos os outros títulos da Bethesda. O protagonista entra em contato com algum artefato, ou situação, que o joga para a aventura e de repente, o destino do mundo está nas mãos daquele herói improvável.

Starfield Landing Page

Todos os problemas giram em torno do protagonista. É ele quem resolve as situações, toma frente nas missões e sai em busca dos artefatos cósmicos, mesmo apesar de ter sido adicionado apenas recentemente à Constelação. Companheiros logo confiam no jogador para tomar decisões e comandar o destino do mundo, sem ao menos pestanejar.

O “chamado do herói” da Bethesda é a fórmula que está no cerne dos jogos da empresa, e Starfield não muda isso nem um pouco. Até mesmo na forma como a trama demora a engrenar e o jogador a ter respostas sobre o que está acontecendo, se repete.

Skyrim melhores jogos

Sabe como o jogador demora a conseguir o Fus-Ro-Dah em Skyrim? E mesmo assim, a trama só engrena após terminar uma quantidade razoável de missões. Então, Starfield sofre do mesmo “problema”.

Podemos acreditar que essa é a forma da Bethesda de deixar o protagonista “solto” no mundo, para conseguir explorar mais daquele universo antes de finalizar a campanha principal. No entanto, fica parecendo que a empresa não consegue desviar de uma fórmula já estabelecida.

Por mais que goste dos RPGs da Bethesda, Starfield me passa aquela sensação de “já vi isso antes”, e não pelas características marcantes das mecânicas de jogabilidade do estúdio, mas sim por soar um repeteco, ou uma reciclagem, dos conceitos utilizados em outras franquias.

Seria a Bethesda o AC/DC dos jogos?

Quem é fã de Hard Rock, talvez vai entender o que estou falando. Mas, para quem não fisgou, explico essa piada meia boca. Existe a brincadeira de que boa parte das músicas da banda australiana têm acordes parecidos, e uma sonoridade e ritmo que não muda entre as composições.

Na minha adolescência, adorava ouvir AC/DC. Coincidentemente, também me apaixonei pelos jogos da Bethesda na mesma época. Olhando em retrospectiva, tanto para banda quanto para o estúdio, parece que estou vendo a mesma criação, só que com outra roupagem.

Starfield

T.N.T tem uma letra diferente de Who Made Who, assim como Skyrim tem uma história diferente de Morrowind. No entanto, quando paramos para analisar, não é que se parecem? Para os fãs, isso funciona. Afinal, estamos falando de uma banda que marcou época, e um dos maiores estúdios de RPG do ocidente.

O problema, é que parece que a Bethesda se acomodou com a própria fórmula do sucesso, assim como o AC/DC se acomodou nos mesmos riffs e escalas musicais. E no fim, isso só agrada quem já conhece o trabalho do estúdio.

“Ah, é lógico que você não curtiu Starfield, RPG da Bethesda é assim mesmo”, diriam os fãs do estúdio, e eu entendo. Gosto bastante dos jogos da empresa, mas tem horas que precisamos colocar a mão na consciência e admitir: é tudo bem semelhante mesmo.

Estilo, ou repetição?

Algumas pessoas vão argumentar que, “ninguém critica a From Software por fazer jogos iguais”, e isso não é lá bem assim. Lógico, existem mecânicas e decisões estilísticas que fazem parte da criação de uma identidade nos títulos. É importante ter um diferencial que ficará carimbado na mente do consumidor.

Starfield

O problema, é que parece que a Bethesda, em vez de fortalecer uma identidade em Starfield, está apenas repetindo ideias que funcionaram em outros jogos. A árvore de habilidades é parecida com a de Skyrim. Os companheiros e a possibilidade de criar bases são como em Fallout 4. Tudo isso está incluso na aventura espacial.

Mas não existe um diferencial, algo que separe o jogo das outras franquias da Bethesda. Diria até que é pior: se trocássemos as texturas de Starfield pelas de Skyrim, parece que estamos no mesmo título.

É claro, tem a viagem espacial, os personagens utilizam armas de fogo, mas tudo isso vem de Fallout. Até mesmo a forma como o protagonista corre é idêntica a de Skyrim, além de outras coisas que me deparei na minhas aventuras pelo espaço.

Companheiros ficando para trás quando entrava no trem para usar a viagem rápida, a situação dos NPCs “ocupados”, as expressões dos personagens quando estão conversando, tudo é bem próximo daquilo que já presenciamos em outros títulos de décadas de décadas anteriores.

Um jogo Bethesda, por bem ou por mal

Antes de entrar no ponto final desse texto, preciso deixar claro aqui, o quanto gosto dos RPGs da empresa. Em 2011, quando Skyrim foi lançado, eu tinha um notebook bem abaixo das configurações mínimas, mas que conseguia rodar o jogo em 20 quadros por segundo.

Starfield

Isso não foi um impeditivo para mim, e fiquei jogando Skyrim por horas, mesmo lidando com vários travamentos toda vez que eu encontrava um dragão. Passei tanto tempo no RPG que o processador do notebook não aguentou e acabou queimando.

Fiquei sem um computador por meses, usando o notebook dos meus pais, até juntar dinheiro o suficiente para conseguir comprar uma máquina nova. Peguei as especificações necessárias para Skyrim, fui até a loja de informática da minha cidade, e falei: “É esse aqui que eu quero”. 

Skyrim e Starfield

Nisso, passei longos anos jogando Skyrim até enjoar e largar defintivamente. Retornava algumas vezes quando achava algum mod interessante, mas não ficava muito. Vivi uma história parecida com Fallout, mas, na época, jogava no meu Xbox 360.

Dito isso, adoro os jogos da Bethesda, mas Starfield sofre com problemas, justamente pelos vícios do estúdio. Talvez, se Todd Howard não fosse tão megalomaníaco e diminuísse o escopo e o número dos planetas, daria para passar mais tempo elaborando novas mecânicas, em vez de reciclar tudo e pegar o que ainda funciona e colocar na tela.

Starfield é a primeira franquia da empresa depois de 25 anos trabalhando em The Elder Scrolls e Fallout, mas, ao mesmo tempo, não parece que é algo novo, inédito, inovador. Falta um tempero a mais no jogo, para tentar diluir os repetecos da Bethesda.

E, por mais que Starfield possa ser idêntico a todos os outros jogos da Bethesda, estou me divertindo, mesmo com todas as ressalvas. Por mais que o título seja um repeteco de tudo que já vi, dessa vez, a “magia” de Todd Howard parece estar perdendo o efeito.

O que me deixa bem preocupado para The Elder Scrolls VI. Que até lá a Bethesda consiga tirar algum coelho da cartola e renovar o repertório. Já passou da hora de apresentar novidades.


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