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Empresas dos games devem se juntar à greve da SAG-AFTRA
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Imagem: Divulgação/SAG-AFTRA

SAG-AFTRA: já estava na hora dos games fazerem parte

Com várias revindicações sobre captura de movimentos, já era hora dos games se juntarem à greve da SAG-AFTRA Foi anunciado através do perfil da SAG-AFTRA, que a extensão para a indústria dos jogos aderirem à greve havia sido aprovada de forma unânime. Dado todo contexto do drama envolvendo os artistas de captura de movimento e também sobre o uso de inteligência artificial, já era hora dos games se juntarem aos piquetes.

Igor Pontes •
04/09/2023 às 22h30, atualizado há um ano
Tempo de leitura: 6 minutos

Com várias revindicações sobre captura de movimentos, já era hora dos games se juntarem à greve da SAG-AFTRA

Foi anunciado através do perfil da SAG-AFTRA, que a extensão para a indústria dos jogos aderirem à greve havia sido aprovada de forma unânime. Dado todo contexto do drama envolvendo os artistas de captura de movimento e também sobre o uso de inteligência artificial, já era hora dos games se juntarem aos piquetes.

Empresas como Insomniac, Take-Two, Electronic Arts e Warner Bros. estão envolvidas na negociação, e isso é extremamente necessário, principalmente em um ecossistema que tem “alergia” à palavra sindicato.

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Por incrível que pareça, faz muito sentido incluir os jogos

Não é de hoje que a indústria dos jogos flerta com problemas envolvendo direitos trabalhistas. Com os desenvolvedores, isso já acontece de forma notória, basta ver os caso de crunch e comportamento inadequado de alguns estúdios quanto a problemas envolvendo assédio e outros infortúnios.

Empresas dos games devem se juntar à greve da SAG-AFTRA

Agora, quando estamos no auge do uso de inteligência artificial, não só com artes, mas também com captura de movimentos, aderir às reivindicações da SAG-AFTRA é crucial para uma série de atores que corroboram com o que torna os jogos incríveis.

Não dá para negar que Hellblade: Senua’s Sacrifice não teria tanto impacto se não fosse a interpretação e captura de movimentos de Melina Juergens. Sem a forma como a atriz entregou uma das melhores atuações nos games em 2017, conquistando o D.I.C.E Awards, TGA, além de um BAFTA.

The Last of Us também coleciona uma série de premiações graças aos esforços de Troy Baker, Ashley Johnson e Laura Bailey. Metade do que alguns desses títulos são deve-se aos atores. E estamos falando somente dos grandes nomes envolvidos nesses projetos.

Aqueles que ninguém vê

Recentemente, saiu a notícia que os 248 atores que trabalharam nas vozes adicionais de Baldur’s Gate 3 também fizeram parte da captura de movimentos. Entre algumas das reivindicações, está a proteção aos atores contra usos irresponsáveis de inteligência artificial.

Empresas dos games devem se juntar à greve da SAG-AFTRA

Imagine uma empresa como a Larian Studios, com centenas de horas de capturas de movimento, reutilizando esses arquivos através da inteligência artificial? As reivindicações do SAG-AFTRA podem ajudar a impedir que isso aconteça, e, bem, o empenho e carinho dos atores será ainda maior nesses projetos, sabendo que estão protegidos pela lei.

Não é de hoje que a polêmica envolvendo inteligência artificial está em debate, ainda mais na indústria dos jogos. Um dos casos mais proeminentes — e perturbadores — foi o uso de uma ferramenta para emular as vozes dos artistas que trabalham em Skyrim, para criar um mod de teor sexual.

Uma série de atores que não são tão famosos como Laura Bailey, Melina Juergens, ou Troy Baker, estão a mercê de uma indústria que pode muito bem colocá-los para assinar um contrato que vai permitir utilizar a imagem deles o quanto quiser, sem precisar pagá-los.

É uma situação bem complicada, que coloca a indústria em uma situação insalubre para os artistas que querem prosperar no mercado. Imagine se, por exemplo, fossemos privados de uma atuação como a de Ashley Johnson como Ellie, por um estúdio não querer assegurar os direitos dos atores?

Não é difícil uma indústria bilionária pagar bem

Não é difícil para empresas com lucro na casa dos milhões, e algumas vezes, bilhões, pagar os artistas e entregar os direitos que eles reivindicam. O que a SAG-AFTRA pede é o mínimo, para os associados ao sindicato, de uma indústria que movimenta valores na bilionários. Microsoft e Activision que o digam.

Empresas dos games devem se juntar à greve da SAG-AFTRA

Em um ecossistema que o trabalho dos atores é extremamente vital, não dá para torcer o nariz e achar que os direitos dos artistas precisam ser negligenciados devido a um aumento de 11%. Sabemos que é difícil para o consumidor entender, mas é nessa hora que é necessário apoiar.

A Sony, Nintendo e Xbox não vão falir por darem direitos aos artistas, muito menos a Naughty Dog. Não deixe a paixão pelos jogos dessas empresas privarem uma série de trabalhadores de receberem o que é digno, dado a importância do papel deles na indústria.

Caso os artistas dos games passem a aderir à greve da SAG-AFTRA, não é o momento de ficar que nem uma criança chorona “ai, mas porque meu joguinho vai ser adiado”, porque sem essa galera, aí mesmo que eles não vão sair.


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