Um especial para você relembrar a história de Breath of the Wild, antes da sequência
The Legend of Zelda: Breath of the Wild é, com grande justiça, aclamado como um dos melhores e mais influentes jogos da última década. Sempre elogiado pela liberdade de exploração e pelo enorme leque de possibilidades que as mecânicas trazem, esse Zelda costuma ser menos citado pela história. Não que ela seja ruim, apenas fica deliberadamente em segundo plano, como algo quase sempre opcional. São memórias perdidas, flashbacks de personagens, diários escondidos, tudo fora da ordem cronológica.
Como a sequência do jogo, Tears of the Kingdom, é uma continuação direta dos eventos do jogo anterior (algo raro na série Zelda), preparamos aqui, na Game Arena, uma retrospectiva, com os principais eventos da história do reino de Hyrule, conforme apresentado em Breath of the Wild. Este especial será dividido em duas partes, com a conclusão saindo na próxima quinta, 11 de maio, véspera do lançamento do novo jogo. Tudo para você começar a nova história em dia com os acontecimentos.
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Essa primeira parte é dedicada aos eventos do passado de Hyrule. Como a maior parte da trama é contada através de lembranças, todo o contexto de Breath of the Wild está dividido em dois grandes acontecimentos históricos: A guerra contra Ganon, que ocorreu há 10 mil anos, e o ressurgimento, um século antes do despertar de Link no começo do jogo.
A Guerra de 10 mil anos atrás
“A história da família real de Hyrule é também a história de Calamity Ganon. Um mal primordial que tem perdurado ao longo das eras.”
–Impa
A história se inicia 10 mil anos no passado. Ganon, uma entidade antiga, composta de energia maligna (malice) que deseja tomar o controle de Hyrule, está fadada a retornar para ameaçar a paz do reino. O ciclo de ressurreição de Ganon é uma maldição, que acompanha Hyrule desde a sua fundação, algo que vimos nos eventos de The Legend of Zelda: Skyward Sword (Wii, 2011).
A família real de Hyrule faz uma aliança com o povo Sheikah, para se preparar para o retorno de Ganon. Os Sheikah são uma tribo antiga, que domina tecnologias e artes bélicas extremamente avançadas. Para proteger Hyrule, eles criam quatro autômatos guardiões gigantes, as Divine Beasts, que são confiadas a quatro raças do reino: Goron, Zora, Rito e Gerudo. Um integrante de cada uma das raças foi escolhido campeão para comandar as feras mecanóides.
Mas as Divine Beasts não bastam para deter a ameaça. A maldição de Ganon está sempre vinculada a mais duas figuras: a encarnação da deusa Hylia com o poder da Triforce, que é também a princesa de Hyrule (Zelda), e o herói escolhido, que acompanha a princesa empunhando a sagrada espada conhecida como Master Sword (Link). A união dessas duas forças é crucial para conter o avanço da entidade maligna. Cientes disso, os Sheikah também construíram inúmeros templos subterrâneos com testes para preparar o herói, além de torres de observação e vários guardiões menores, automatizados, chamados simplesmente de Guardians.
A união do herói, da encarnação de Hylia, dos quatro campeões liderando as Divine Beasts e um exército de Guardians derrotou Ganon e selou a fera primordial no subsolo do reino, abaixo de onde hoje se encontra o castelo de Hyrule. A batalha foi vencida, mas a guerra do destino continuaria. O selo de Ganon voltaria a se quebrar, mesmo que levasse milênios para isso.
Link, Zelda e os quatro campeões de Hyrule
Chegamos à história que se passa 100 anos antes dos eventos do jogo. A tecnologia Sheikah foi enterrada e esquecida, após quase 10 mil anos de paz. No entanto, uma quiromante da tribo faz uma profecia, alertando ao atual rei, Rhoam Bosphoramus Hyrule, sobre o iminente retorno de Ganon, dando tempo para que o reino preparasse medidas de proteção. Começam escavações e pesquisas para reviver as Divine Beasts e os Guardians de milênios atrás.
A atual princesa, que por tradição de família se chama Zelda, participa ativamente dessas pesquisas, sempre acompanhada do guardião Link, um exímio espadachim de poucas palavras. Ela é apaixonada por pesquisas arqueológicas, mas a profecia a obriga a cumprir uma outra função: um treinamento para despertar os poderes da deusa Hylia e, consequentemente, conseguir usar a Triforce para selar novamente Ganon. O dom adormecido de Zelda não se manifesta, apesar do árduo treinamento e da pressão imposta pelo pai.
E, sem dar tempo para os preparativos finais, Ganon ressurge das profundezas do castelo de Hyrule. Uma nova guerra se inicia.
A Grande Calamidade e a destruição do reino
Com o surgimento de Ganon, um dispositivo de segurança antigo dos Sheikah é ativado. Gigantescos pilares se erguem do subsolo, ao redor do castelo, liberando o exército de Guardians. As Divine Beasts também estavam a postos. No entanto, tudo acontece diferente dessa vez.
Ganon toma controle dos Guardians e das Divine Beasts, possuindo as máquinas antigas com Malice, a energia maligna. Urbosa, Mipha, Revali e Daruk são mortos, e Link é gravemente ferido em batalha. Esse evento, que ficou conhecido como a Grande Calamidade, destruiu toda a região central de Hyrule e enviou monstros para todas as partes do reino.
Quando tudo parecia perdido, porém, Zelda desperta os próprios poderes, em uma medida desesperada para proteger Link. Usando a Triforce, ela prende a si mesma, junto com o Calamity Ganon, para conter o avanço. Link é enviado para o Templo da Ressurruição, uma unidade de recuperação construída pelos antigos Sheikah, para curar as feridas. Lá, ele tem o corpo escondido e congelado, para preparar um contra-ataque contra Ganon 100 anos depois, em um plano para recuperar o controle das Divine Beasts e escolher novos campeões em cada uma das raças.
E aqui, como você já deve ter notado, é onde os acontecimentos do tempo presente de Breath of the Wild de fato se iniciam. Na semana que vem, nossa retrospectiva continua com tudo que aconteceu no presente, apresentando os novos campeões das Divine Beasts e o contra-ataque contra Calamity Ganon.
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