Game Arenagamearena.gg

Busca

Games

Comparação entre original e remakes
Colunas
Remake não existe para apagar as versões originais

Remake não existe para apagar as versões originais

Uma reflexão sobre a febre de remake na indústria e suas consequências Se você fizer uma busca rápida por "Final Fantasy VII" no Google Imagens, perceberá que a maioria dos resultados não será do clássico de 1997, mas sim de Final Fantasy VII Remake. Não especificamos na busca que queríamos imagens do remake. Isso é apenas o que a ferramenta de busca entende como Final Fantasy VII hoje. Esse resultado não reflete o valor histórico que a versão original teve no primeiro PlayStation. E é reflexo de como nós, jogadores e veículos especializados, estamos falando da onda recente de recriações na indústria.

Marcellus Vinicius •
22/03/2023 às 20h45, atualizado há 2 anos
Tempo de leitura: 6 minutos

Uma reflexão sobre a febre de remake na indústria e suas consequências

Se você fizer uma busca rápida por “Final Fantasy VII” no Google Imagens, perceberá que a maioria dos resultados não será do clássico de 1997, mas sim de Final Fantasy VII Remake. Não especificamos na busca que queríamos imagens do remake. Isso é apenas o que a ferramenta de busca entende como Final Fantasy VII hoje. Esse resultado não reflete o valor histórico que a versão original teve no primeiro PlayStation. E é reflexo de como nós, jogadores e veículos especializados, estamos falando da onda recente de recriações na indústria.

Recentemente, as análises de Resident Evil 4 Remake foram publicadas e, embora muito positivas, apontam também para essa tendência na forma como falamos de remakes. Surgiram comentários sobre essa ser a “versão definitiva” de Resident Evil 4, ou sobre como corrige aspectos que “envelheceram mal”. Tudo isso dá a entender que o jogo de 2005 pode ser substituído pela versão de 2023. Será que é justo falar dos jogos nesses termos?

Leia mais

Um trecho específico do texto da IGN sobre o jogo repercutiu bastante no Twitter. Nele o autor, Tristan Ogilvie, conta que rejogou Resident Evil 4 original para se preparar para o novo e ficou chocado. Nas palavras dele, um remake era muito necessário porque a movimentação do Leon no jogo é “ridiculamente restrita”, dizendo que é absurdo para os padrões modernos não poder andar e mirar ao mesmo tempo. “Isso certamente afastaria muitos novos jogadores antes que pudessem começar a entender por que esse jogo é tão prestigiado”, completa Tristan.

Nada disso é necessariamente mentira. Sim, é estranho para os padrões de hoje que não se possa andar e atirar ao mesmo tempo em um jogo de ação em terceira pessoa. Também é muito provável que o público acostumado com jogos mais recentes estranhe a movimentação nos primeiros momentos. No entanto, o papel de Tristan, e de grandes veículos que analisam jogos profissionalmente, deveria ser o de ajudar essas pessoas a entender por que o jogo é tão aclamado, não reforçar os preconceitos contra jogos antigos, olhando tudo apenas pelo viés da evolução tecnológica.

Porque, do contrário, parece que estamos falando de Resident Evil 4 ou de qualquer grande clássico apenas como um software, um produto que caiu em obsolescência. E aí nos afastamos da conversa sobre jogos eletrônicos enquanto obras de arte. Porque ninguém com algum senso estético diria que versões refeitas da Mona Lisa ou de O Poderoso Chefão tornariam as obras originais substituíveis.

Mona Lisa Moderna

A gente fala nesses termos de substituição quando vamos nos referir à versão do Windows, ao modelo de celular, à mais nova placa de vídeo. Quero crer que jogos são mais valiosos e singulares do que isso.

Isso é ainda mais absurdo porque, teoricamente, se um jogo merece receber um remake de altíssimo orçamento, é porque o original é um clássico que marcou época na indústria. São jogos como Final Fantasy VII, Dead Space, Pokémon Red & Blue e Silent Hill 2, só pra citar alguns. As novas versões são bem-vindas e é ótimo que possamos reviver essas experiências com o que a tecnologia nos oferece hoje. Mas é isso, uma nova forma de curtir essas experiências, que de maneira alguma deveria substituir e muito menos apagar as originais.

Final Fantasy VII

O valor desses jogos é tamanho que a indústria continua presa a eles. O problema real é uma crise criativa que assola o universo dos games, uma dificuldade de reproduzir hoje, com novas experiências, o impacto que esses títulos tiveram quando surgiram pela primeira vez. Muitos desses remakes são, na verdade, uma reverência resignada. Uma carta aberta, que tira o chapéu e reconhece que, quase 20 anos depois, jogos de tiro, ação e suspense em terceira pessoa continuam tomando como base o trabalho de Shinji Mikami em Resident Evil 4.

Se a indústria toda reconhece o valor do que foi feito em 2005, nós vamos esquecer? Vamos desmerecer porque tem menos polígonos ou porque não dá pra mirar e atirar ao mesmo tempo?

No mesmo texto da IGN que citei aqui, Tristan Ogilvie afirma que passou 18 anos esperando por um jogo que o emocionasse da mesma maneira que Resident Evil 4 tinha feito. Jogando o remake, ele afirma que “esse tempo todo estava apenas esperando por outro Resident Evil 4”. É, claro, uma maneira até poética de elogiar o original e o remake ao mesmo tempo.

Mas a verdade é que, no grande esquema das coisas, o “novo Resident Evil 4” ainda não chegou. E por isso sempre será importante relembrar e respeitar o original.

Probabilidades em alta

Últimos Arena Shorts

Hora do DROPS!

coldzera segue liderando as estatísticas individuais entre jogadores brasileiros na história do CS.

Assassin’s Creed Shadows não receberá mais os três dias de acesso antecipado.

Jogadores de CS2 não puderam comemorar em voz alta após conquistar título

flash insana para dominar a região do Rádio da Nuke!

Betnacional - A Bet do Galvão, do Thiaguinho e do Brasil
Tenha acesso a estatísticas avançadas sobre o seu time em tempo real.