As imagens de personagens famosos geradas com inteligência artificial desrespeitam a visão artística original
A produtora Corridor Digital, conhecida por experimentações tecnológicas no YouTube, está no centro de uma polêmica envolvendo a direção de arte dos videogames. Recentemente, o canal lançou um vídeo onde tenta aplicar rostos fotorrealistas em personagens icônicos de jogos usando Inteligência Artificial (IA).
Embora o objetivo fosse demonstrar uma possível evolução na renderização gráfica dos rostos, os resultados são bastante controversos e abrem espaço para um debate maior.
No vídeo, personagens famosos como Nathan Drake de Uncharted e Aloy de Horizon: Forbidden West são submetidos a um filtro de IA para torná-los mais realistas. No entanto, muitos dos resultados pareceram artificiais e desprovidos de emoção, distanciando-se das representações originais criadas por artistas digitais talentosos.
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https://www.youtube.com/watch?v=7juJgPbQx8w
Uma das críticas centrais ao vídeo é a afirmação da Corridor Digital de que personagens mais realistas criam uma conexão emocional mais forte com os jogadores. A verdade, porém, como qualquer pessoa que tenha consumido várias obras de ficção diferentes pode comprovar, é que realismo não é o único fator que determina a profundidade de uma conexão emocional com um personagem.
Arrisco dizer, inclusive, que sequer é um fator relevante. Do contrário, como nos emocionaríamos com um robô como Wall-E, ou com o Pikachu chorando ao ver o Ash transformado em pedra?
Além da afirmação infundada sobre nossa identificação com personagens fictícios, o vídeo é ofensivo também ao trabalho de profissionais que, dentro das limitações de cada época e plataforma, criaram personagens e jogos memoráveis.
A maioria dos resultados gerados por IA destroem totalmente os detalhes de caracterização e direção de arte que tornaram esses modelos icônicos a princípio. Faltou tato também com esse tipo de nuance.
A seção de comentários do vídeo reflete muito bem o descontentamento, com muitos usuários pedindo que a produtora retorne à criação de conteúdo tradicional, evitando experimentos controversos com IA.
A equipe do Corridor Digital reconheceu posteriormente algumas das limitações da abordagem, sem se retratar de fato com os profissionais que foram menosprezados no experimento.
Com informações de: Kotaku
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