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Pérolas da 10ª Arte Especial – Zelda: The Wand of Gamelon

Zelda jogável confirmada… em um console da Philips No já longíquo ano de 2019, durante o Nintendo Direct especial da...

Zelda Wand of Gamelon

Zelda jogável confirmada… em um console da Philips

No já longíquo ano de 2019, durante o Nintendo Direct especial da E3, a Nintendo relevou ao mundo que a sequência de The Legend of Zelda: Breath of the Wild estava em desenvolvimento. O curto vídeo do anúncio mostrava Link e Zelda explorando cavernas subterrâneas, até encontrarem o desidratado corpo de Ganondorf despertando. Muito para comentar e especular, mas um detalhe em particular chamou a atenção da sociedade civil assinante de internet banda larga: o novo corte de cabelo da Zelda.

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The Legend of Zelda teaser
Imagem do teaser mostrando Link com o cabelo mais comprido que o da Zelda.

O novo visual poderia significar muitas coisas, inclusive nada. Mas internautas começaram a especular que talvez o cabelo mais curto fosse para facilitar a animação da Zelda como personagem jogável. “E se o Zelda fosse a princesa dessa vez?”, questionaram, pedindo por mais protagonismo e participação da monarca que dá nome à série há quase 40 anos. Afinal, se desconsiderarmos Super Smash Bros. e a ajudinha que ela dá em Spirit Tracks, Zelda nunca foi realmente jogável, certo?

Terrivelmente errado! Havia sim, um jogo, esquecido pelas deusas e convenientemente enterrado pelas areias do tempo, onde a princesa era jogável do início ao fim. A pérola da 10ª arte dessa semana é Zelda: The Wand of Gamelon.

Do que se trata

No começo dos anos 90, a Nintendo empolgou com a ideia de desenvolver um drive de CD para o Super Nintendo, considerando o poder de armazenamento da nova mídia e o potencial audiovisual. A princípio, rolou uma parecia com a Sony, e o adaptador se chamaria PlayStation (sim…), mas a Nintendo achou o contrato desvantajoso e fechou com a Philips, que tinha um sistema de discos interativos, chamado CD-i.

A ideia do drive para o SNES foi pro espaço, mas, como já estava lá mesmo, a Nintendo cedeu os direitos de algumas das séries mais famosas para jogos totalmente novos no CD-i. É assim que nasceu Zelda: Wand of Gamelon. O jogo é parte de uma série de três títulos para a Philips, todos tão sofríveis quanto o som de unhas arranhando uma lousa. Mas esse, em especial, era o primeiro jogo com a Zelda como protagonista. Veja como ela ficou feliz com a notícia:

Zelda Wand of Gamelon
Certos olhares são um pedido de socorro.

Resumindo, nessa brincadeira, a Nintendo esnobou a mídia de CD e perdeu, nos anos seguintes séries, como Final Fantasy, Dragon Quest e Street Fighter para a Sony e o PlayStation, mas ficou com Wand of Gamelon em um console que nem era dela. Parece um bom negócio, não?

O que você faz no jogo

Na história, o duque de Gamelon avisa o rei de Hyrule que está sob ataque do exército de Ganon. O rei em pessoa vai ajudar e não dá notícias por um mês. Zelda então envia Link – que, por algum motivo, é retratado aqui como um completo idiota – e nosso craque do gorrinho verde também desaparece. Cabe à princesa, então, partir pessoalmente para Gamelon para descobrir por que os homens são tão incompetentes assim.

O jogo é de ação em progressão lateral, mais ou menos como Zelda 2, só que muito, muito pior. Zelda tem uma espada, que é usada para pegar itens, conversar e, às vezes, acertar inimigos. O botão de pulo é o direcional pra cima, mas existe um botão para abrir portas, que por sinal é o mesmo usado para acessar o menu. O jogo foi todo mapeado e balanceado tendo o caos do movimento artístico dadaísta em mente.

Zelda Wand of Gamelon

Os cenários em pixelart são até bem bonitos e coloridos, mas não existe uma indicação muito clara de quais pontos do cenário servem como plataformas ou não, te obrigando a pular por toda parte, para descobrir, via tentativa e erro, onde a Zelda pode subir. E todos os itens gastam dinheiro. Quando eles acabam, você precisa comprar novos na loja no começo do jogo, que também envolve dinheiro. Tudo parece um grande esquema de pirâmide, onde a pirâmide é a Triforce da sabedoria.

O impacto estético

Zelda: Wand of Gamelon parece ter vindo de uma dimensão paralela – como outros jogos já analisados aqui nessa coluna, vale dizer. Exceto que essa dimensão é a nossa, e pudemos observar o impacto das decisões ruins da Nintendo muitos anos após o lançamento do primeiro PlayStation. Nesse sentido, o jogo é como o prenúncio de uma era sombria, onde absolutamente nada mais é sagrado, nem uma das séries mais aclamadas e prestigiadas da história do entretenimento eletrônico.

Sobre a Zelda jogável? Bem, alguém, uma vez, disse que devemos ter cuidado com o que desejamos. E eu cito “alguém” porque não faço ideia de quem mandou essa. Só no Google Imagens a citação é atribuída a pelo menos 10 pessoas diferentes.

Oscar Wilde

Enfim, no fundo o que a frase quer dizer é “cuidado ao desejar a Zelda jogável, porque esse desejo já pode ter sido atendido há 30 anos em um jogo absolutamente horroroso que nunca deveria ter existido”. Certamente foi algo assim que Machado de Assis quis dizer quando redigiu tais palavras.

Em uma nota de rodapé, Zelda: Wand of Gamelon está repleto de cutscenes animadas totalmente bizarras, onde todos os personagens parecem intimamente estar guardando um segredo e rindo da nossa cara nas entrelinhas. O que, pensando agora, faz total sentido diante da experiência de jogar esse troço.

Zelda Wand of Gamelon

Nos vemos na semana que vem com mais uma pérola da décima arte!

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