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Palworld nem tem como competir com Pokémon, e não é pelo motivo que você está pensando; entenda:

Palworld tomou a internet recentemente, mas ele nem de longe é concorrente para Pokémon

Igor Pontes •
23/01/2024 às 16h00, atualizado há 6 meses

Palworld tem tudo para ter sucesso, se a internet parar com as comparações com Pokémon

Palworld chegou avassaladoramente na internet. Com um estilo de humor altamente escrachado, o jogo de sobrevivência com monstrinhos fofinhos logo foi recebendo comparações com Pokémon, por ambos terem algumas semelhanças em alguns conceitos.

No entanto, apesar do sucesso de vendas e pessoas jogando de forma simultânea, Palworld entrou no imaginário da comunidade de games da forma errada. Para muitos, o jogo da Pocketpair é mais um dos vários “matadores de Pokémon” que já surgiram ao longo dos anos, mas não é esse o caso dessa vez.

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Palworld é sobre sobrevivência, não colecionar monstros

Primeiro, precisamos falar sobre a proposta do jogo da Pocketpair, que é completamente diferente de Pokémon. Apesar de ter a premissa de capturar alguns monstros no mapa e tê-los consigo, o estilo de Palworld não é esse, nem de longe.

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O gênero Monster Collector vem de colecionar monstros. Apesar de se encaixar no guarda-chuva dessa premissa, o jogo da Pocketpair tem como a principal ideia, sobreviver nesse mundo que possui esses monstrinhos fofinhos e bizarros.

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Se formos ser objetivos em comparação com outros jogos, qual outro título também tem sobrevivência, monstros para capturar, construir a própria base e sobreviver em um mundo inóspito? Ark: Survival Evolved é o primeiro nome quem vem na mente, e é aqui onde se encaixaria uma comparação mais honesta.

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Se o mundo inteiro de Palworld fosse sobre desbravar aquele mundo atrás de monstros, a gente entende as comparações com Pokémon. Contudo, o jogo foca bem mais em sobreviver aos perigos do mapa e conseguir aliados nos monstrinhos, bem como você poderia ter dinossauros como parceiros em Ark.

Pensando por esse lado, Ark deveria ter sido comparado a Pokémon também, já que também é possível capturar os dinossauros e usá-los como animais de estimação. Inclusive, existia um mod que transformava os animais pré-históricos nos monstrinhos de bolso, como podemos ver acima no vídeo.

Por isso, acho meio estranho limitar Palworld a ser só um “Pokémon com armas” quando o jogo se propõe a ser bem mais do que isso. Torna-se uma comparação que pode muito bem ludibriar as expectativas de quem entra no título da Pocketpair achando que vai encontrar um semelhante à franquia a Game Freak.

É um desserviço com o próprio jogo

Entendo a revolta de muitos com a Game Freak — me incluo em certos aspectos —, mas procurar sempre um substituto para Pokémon, coloca o jogo em uma batalha que ele não vai ganhar, nem que ele se esforce bastante.

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Temtem, sendo um jogo extremamente divertido e com uma proposta bem mais próxima de Pokémon do que Palworld, acabou no esquecimento justamente pelas comparações a todo momento com o jogo da Game Freak, e também pelos desenvolvedores não conseguirem balancear alguns aspectos do MMORPG.

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No momento de elaboração dessa matéria, Temtem conta com 292 jogadores ativos, com um pico de 39 mil jogadores antes do lançamento oficial. Depois disso, o máximo de jogadores que o MMORPG conseguiu, foram 10 mil pessoas durante a versão final.

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Fica difícil de sobreviver com uma série de comparações, e quando um estúdio acaba errando na tentativa de acertar, isso mata o jogo de uma forma que fica difícil de se recuperar. Temtem poderia ser uma experiência sólida, boa para quem não tem um Switch, matar a vontade de ver um Pokémon MMO.

No entanto, não deu tempo do jogo sobreviver. Comparações grandes com duas décadas de acerto e erro, uma equipe experiente, e um erro na economia do jogo, fez o RPG decair consideravelmente. O desinteresse foi ficando grande, e hoje existem poucos jogadores por lá.

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Não acho que Palworld vá ter o mesmo destino de Temtem, principalmente pelo fator Game Pass. Com o jogo estando gratuitamente, sempre terá alguém ali jogando, e o fator multiplayer de sobrevivência sempre atrai uma galera apaixonada pelo gênero.

No entanto, essas comparações não ajudam quem está querendo conhecer o jogo. Elas moldam as expectativas, e muitas vezes, podem ser problemáticas ao colocar as pessoas com uma visão diferente da proposta original do título.

É um Magikarp contra Gyarados

Precisamos ser sinceros aqui, e falar a verdade: não existe atualmente um rival para Pokémon, para o bem ou para o mal. A última estimativa de lucros da franquia, é de US$ 92 bilhões. Isso foi há quatro anos, em 2019.

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Se a projeção está correta, é bem provável que Pokémon já esteja chegando bem perto da casa do trilhão. A franquia está na frente de nomes como Mickey Mouse, Star Wars, Harry Potter, a Shounen Jump, o MCU, e uma série de nomes que são gigantes.

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Palworld pode ter vendido 4 milhões de cópias, e isso é um mérito do jogo que conseguiu atrair uma galera bem interessada no conceito que ele tem. Contudo, é desonesto com a Pocketpair colocar o título como um possível rival para Pokémon, ou que ele sequer seja uma ameaça para o conglomerado de mídia absurdo que é a franquia.

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Trazendo a analogia para o campo da Game Freak, é como se fosse um Magikarp tentando vencer um Gyarados em combate. Ele consegue usar um Splash, fazer um barulho na água, mas existe um Hyper Beam cheio de ódio preparado para acabar com a história.

Não dá para em sã consciência acreditar que Palworld seria um concorrente, ou uma pedra no sapato da Game Freak. É tentar puxar uma narrativa que não existe, em prol de levantar críticas que são cabíveis aos jogos de Pokémon.

Contudo, não é dessa forma que conseguiremos trazer os pontos necessários para a Game Freak entender que Pokémon precisa de mais carinho.

Sim, a Game Freak precisa ser criticada

Entendo que boa parte dessa galera empolgada com Palworld, é pelo fato de que é um jogo online, de mundo aberto, e com a possibilidade de ter monstrinhos por aí. É o sonho de muita gente fã de Pokémon, ver esse formato na franquia.

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Scarlet e Violet são uma experiência de mundo aberto, mas infelizmente, o lançamento foi desastroso e mostra como a franquia precisa parar um pouco, acalmar o ritmo acelerado de lançamento, e demorar um pouco mais para entregar uma próxima geração mais sólida.

Let’s Go Pikachu e Eevee continuam como a experiência mais polida da franquia no Switch, com inclusive uma série das coisas que os jogadores adoraram em Palworld. É possível montar nos Pokémon, voar com eles por aí, e sair feliz e faceiro montado no seu Charizard ou em outros monstros de Kanto.

Imagem promocional de Pokémon Legends: Arceus

Fica difícil pensar que os jogos subsequentes, não tiveram tanto carinho quando o segundo remake da primeira geração. Pokémon Legends: Arceus tinha chance de trazer um frescor interessante para a franquia, mas acabou sendo prejudicado pela fata de cuidado da Game Freak.

Sword e Shield foi bombardeado de críticas pelos jogadores, assim como Scarlet e Violet. No entanto, ambos venderam muito bem, e continuaram quebrando recordes para a Game Freak. Fica difícil de provar um ponto quando todos continuam consumindo a franquia de forma intensa.

Entendo quem possua críticas para a Game Freak, e eu endosso boa parte delas. No entanto, usar Palworld como uma tentativa de cutucar a Game Freak, só fica soando como desonesto, e às vezes, uma comparação fora da realidade, e fica parecendo um argumento fraco e sem embasamento.

Palworld tem vários problemas, assim como a Pocketpair

Outra coisa que eu gostaria de trazer aqui, é as alegações do uso de Inteligência Artificial para criar alguns dos Pal, e também as versões de monstrinhos que parecem versões paradoxais de alguns Pokémon.

É preciso ser sincero e ver que sim, existe ali uma inspiração que vai um pouco além da conta, e isso não é digno bater palma e achar normal. Tudo bem achar válido a Pocketpair dar uma alfinetada na Game Freak, mas roubar o trabalho de outros artistas não relacionados com Pokémon, é algo não dá para corroborar.

Copiar assets de Pokémon não é bacana, mas como a Nintendo já tem uma bolsa cheia de dinheiro com a franquia, dá para entender quem não se compadece com a situação. No entanto, a alegação do uso de alguns monstrinhos criados por outros artistas, já deixa a coisa mais nebulosa.

Isso, sem contar o uso de Pals como mão de obra de uma forma que parece bem mais um trabalho forçado do que uma transação entre parceiros. Fica difícil de entender em que âmbito de uma piada, a situação se encontra.

Outra coisa que também chama a atenção, é o fato do CEO da Pocketpair, Takuro Mizobe, ter tido abertamente em uma entrevista, que não tem problemas em pegar ideias de outros lugares e não se preocupar em ser original.

Com as comparações com Pokémon, algumas pessoas descobriram que existem outros jogos que também receberam uma espécie de “primo perdido” vindo da Pocketpair. Never Grave, outro jogo da empresa, parece muito com Hollow Knight.

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Nesse caso, fica a reflexão sobre a Pocketpair, e todo o problema envolvendo o jogo. Por mais que os desenvolvedores não mereçam receber ameaças como aconteceram recentemente, fica meio esquisito não olhar para esses casos e não ficar com um pé atrás.

O CEO da Pocketpair chegou a responder ao site VGC sobre as acusações, e disse que apesar de não negar as influências de Pokémon, alegou que alguns artistas e desenvolvedores do jogo receberam ameaças de morte e pediu para que parassem.

Aproveite Palworld pelo que ele é, não para tentar suprir um buraco

Palworld é divertidíssimo para quem gosta de jogos de sobrevivência, e ele ainda tem esse adicional de ter uns monstrinhos parecidos com Pokémon. No entanto, precisamos apreciar o jogo pelo o que ele realmente é: uma brincadeira com o gênero, e nada mais.

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É um título divertido, que permite os jogadores a criarem situações inusitadas como capturar um humano e vendê-lo, mesmo que isso possa ser extremamente errado. Isso sem contar nos monstrinhos trabalhando sem receber nada, mas pelo menos eles conseguem descansar nas fontes termais depois de um árduo dia de produção na base.

Não é difícil de entender que Palworld não passa de um jogo divertido, que pode ser considerado uma paródia ou não, mas é uma brincadeira com alguns monstrinhos fofos e algumas piadas que gostam de flertar com o limite do cabível.

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É um desserviço com um jogo e com uma equipe de desenvolvedores, limitar o trabalho deles com comparações com Pokémon. Fica também muito feio a pessoa defender o jogo só pelo desejo de querer ver melhorias em outra franquia, e não pelo fato do título divertir ele ou não.

Como as polêmicas envolvendo o jogo continuam no âmbito da especulação, dá para entender quem está se divertindo com o jogo. Afinal de contas, a mecânica de criar novos equipamentos e conseguir novos Pals, é recompensadora, principalmente para os fãs do gênero de sobrevivência.

Contudo, ficar utilizando Palworld para criticar e falar mal de Pokémon, fica meio esquisito, principalmente pela proposta muito diferente dos dois jogos. Fica parecendo aquela pessoa que procura alguém parecido com o ex-namorado e vive de falar mal do outro.

Com informações de: Visual CapitalistSteamDBVGC


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