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Reflexões sobre as razões de existir dos reviews de jogos Nesta semana, foi divulgada, em vários portais, a notícia de que Baldur’s Gate 3 estava com uma média de notas maior que a de The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom, considerando o famoso agregador de análises Metacritic. No momento em que estou escrevendo esse texto, o novo RPG da Larian Studios está com 97 de média, contra 96 do jogo da Nintendo. 

Marcellus Vinicius •
11/08/2023 às 23h05, atualizado há um ano
Tempo de leitura: 7 minutos

Reflexões sobre as razões de existir dos reviews de jogos

Nesta semana, foi divulgada, em vários portais, a notícia de que Baldur’s Gate 3 estava com uma média de notas maior que a de The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom, considerando o famoso agregador de análises Metacritic. No momento em que estou escrevendo esse texto, o novo RPG da Larian Studios está com 97 de média, contra 96 do jogo da Nintendo. 

As publicações dessa notícia costumam vir acompanhadas de provocações envolvendo a disputa de melhor jogo de 2023. As chamadas deliberadamente ignoram o fato de que, conforme as avaliações vão se acumulando, a tendência é essa média cair. O próprio Tears of the Kingdom estreou com uma média de 97. Mas isso realmente é secundário na discussão. 

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O ponto mais importante é que veículos que cobrem videogames sabem que esse assunto gera engajamento. Vários debates sobre os méritos e deméritos dos jogos envolvidos passam a acontecer no espaço de comentários, impulsionando a matéria adiante e promovendo o respectivo site na economia de atenção da internet. Nada novo sob o Sol. 

Média de Baldur’s Gate 3, uma semana após o lançamento.

Quero aproveitar esse gancho para questionar aqui o que as pessoas que gostam de videogame procuram quando leem análises ou acompanham essas médias em agregadores. Existem vários caminhos possíveis para essa resposta, e não acho que exista um motivo certo, que anule todos os outros. Mas vou compartilhar aqui algumas das minhas reflexões sobre o assunto. 

Quando comecei a ler reviews de jogos, ainda na época das revistas impressas dos anos 90, os textos eram basicamente guias de consumo. Revistas de games não estavam tão distantes das publicações especializadas sobre eletrônicos ou carros. A ideia era analisar desempenho, dizer para o público se aquele produto valeria ou não o investimento. 

O diferencial estava no foco em crianças e adolescentes, exigindo uma linguagem mais dinâmica e lúdica – algo que eu comecei a parodiar com muito carinho aqui na Game Arena com a coluna “Radical Games”. As notas numéricas completavam essa caricatura, quantificando coisas totalmente subjetivas, como o famigerado “fator diversão” de cada jogo. Foi importante no processo histórico do jornalismo de games, e cumpria o papel de divertir, ao mesmo tempo em que ajudava nossos pais a não gastar o salário em algo frustrante. 

Com o tempo, à medida em que o debate foi amadurecendo, as análises gradativamente começaram a enxergar os jogos mais como obras de arte e cultura do que como produtos. Ainda é muito recente, afinal, o consenso de que videogames são, sim, arte. É normal que muitas pessoas da comunidade ainda não saibam muito bem o que fazer com essa informação. 

Por que fazer crítica de algo como uma obra do campo da estética vai muito além de meramente dizer se é ‘bom’ ou ‘ruim’, se os gráficos são feios ou bonitos, ou se a taxa de quadros se mantém constantemente em 60 frames por segundo. Bater o martelo sobre o valor quantificável das coisas é bem menos importante do que refletir sobre os motivos do jogo ser como ele é, e como isso pode dialogar conosco e com as nossas vidas. 

A esmagadora maioria dos reviews de jogos da última década são um híbrido entre as duas propostas. Parte guia de consumo, parte comentário estético. Não sei dizer se esse é o formato ideal ou se estamos apenas em um período de transição meio embolado. 

O que eu não tenho como negar é que existe espaço para as duas propostas coexistirem. Continuamos buscando ajuda para gastar direito nossos 300 reais na eShop (dói, eu sei), assim como precisamos de espaços para conversar sobre as experiências de jogo de modo mais contemplativo e menos consumista. Temos demanda e propósito para ambas abordagens. 

Mas a internet estabeleceu também um terceiro motivo para as pessoas acompanharem reviews de jogos com atenção. É a tal “disputa de GOTY”, a competição nos agregadores para tentar cravar quem ganhou de quem em cada ano. Uma versão mais dinâmica e direta das tais “guerras de consoles”, nas quais pessoas defendem fervorosamente empresas bilionárias como se fizessem parte do conselho administrativo delas.

Particularmente, acredito que essa atenção toda em médias de Metacritic prejudica a conversa porque, com isso, não estamos exatamente falando sobre os jogos e nossa experiência com eles, mas sobre uma hipotética corrida que só faz sentido para o fechamento do ano fiscal das desenvolvedoras. Sequer estamos falando sobre as análises em si, porque elas se tornam apenas números. Projetamos nosso ego em algum jogo ou console favorito, e usamos a média final como meio de afirmação, sabe-se lá de quê.

Esses foram alguns pensamentos soltos sobre o assunto que me ocorreram vendo as notícias e conversas sobre Baldur’s Gate 3 e Zelda. Acredito que a crítica, seja ela focada no consumo ou na reflexão estética, desempenham um papel fundamental não apenas nas transformações na maneira como nos relacionamos com videogames, mas também como um importante registro histórico da mídia.

Mas e você, por que se interessa por reviews de jogos?

Aproveite para conferir os vídeos e o canal do YouTube da Game Arena. Neste vídeo, falamos sobre Alex Kidd in the Enchanted Castle


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