30 anos depois, retorno do Mario aos cinemas decepciona fãs do filme original
29 de maio de 1993 é uma data histórica. Foi nesse dia que Super Mario Bros. chegou aos cinemas, em uma super produção que representou um divisor de águas para as adaptações de jogos. Ninguém pode negar que a história dos videogames em Hollywood pode ser dividida em antes e depois do apoteótico filme do Mario.
Por esse motivo, a notícia de que uma obra tão importante ganharia uma sequência após 30 anos de espera foi recebida com grande entusiasmo. O resultado, porém, tende a decepcionar fãs do primeiro filme, pela pouca, ou nenhuma, relação com a história contada três décadas atrás.
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Bob Hoskins e John Leguizamo não retornaram em seus icônicos papeis como a dupla Mario Mario e Luigi Mario. A dificuldade de substituí-los levou o novo estúdio responsável, Illumination, a usar personagens totalmente gerados em computador, com outros atores emprestando suas vozes aos personagens. Mario, por exemplo, agora é vivido pelo limitado Chris Pratt, um evidente declínio em relação à maestria de Hoskins no filme original.
A maior frustração, porém, vem com a decisão de recontar, de maneira diferente, eventos que já tinham sido estabelecidos na história anterior. O mundo que conhecemos no primeiro filme era uma dimensão paralela, onde os dinossauros prosperaram a ponto de fazer do Brooklyn uma distopia, resultado de um golpe de estado do rei Koopa (Bowser), que transformou o antigo rei em fungo. Esse brilhante conceito foi substituído por uma terra também dominada por fungos, o Reino dos Cogumelos, que não traduz tão bem a angústia e desolação vistas no original.
Bowser deixou de ser um líder fascista obcecado em manipulação genética. O vilão agora virou uma tartaruga gigante com interesses românticos pela princesa Peach, uma personagem totalmente nova que, aparentemente, veio para substituir a estudante de arqueologia Daisy, porém sem o mesmo carisma. O romance de Mario com a Big Bertha é referenciado brevemente, no entanto, agora ela é representada como um peixe desastrado, com poucos segundos de tela para ser desenvolvida.
Todas essas alterações parecem ter um intuito bem claro: agradar o público infanto-juvenil e acenar para fãs dos jogos de videogame do personagem. A guinada parece estar se pagando, considerando a altíssima arrecadação que o novo filme vem obtendo desde a sua estreia. É triste constatar, porém, que a busca por um filme divertido, cativante e fiel aos jogos eletrônicos que encantaram o mundo tenha nos trazido ao cenário atual, de gritante desrespeito com a comunidade de fãs do primeiro filme. Nintendo e Illumination produziram um filme de estrondoso sucesso que agrada pessoas de várias idades ao redor do mundo e deve movimentar bilhões de dólares mundialmente, mas, a que preço?
O que nos consola é saber que Super Mario Bros (1993) segue com seu legado intocado. Tudo indica que, pelas próximas décadas, essa continuará sendo a única adaptação de Mario que nos leva à distopia de uma dimensão paralela controlada por dinossauros com estética steampunk e simbologia que critica regimes totalitários do século XX.
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