Refletindo sobre a suposta produção de um filme inspirado na série Zelda
No final da década de 80, um desenho inspirado na série The Legend of Zelda foi produzido e lançado nos Estados Unidos. Trata-se simplesmente de um dos maiores traumas coletivos da história dos fãs da Nintendo. A animação, cancelada após apenas 13 episódios, é um desastre absoluto.
O fantasma do infame desenho de Zelda está assombrando o imaginário dos fãs agora que, em 2023, um filme inspirado na série parece cada vez mais próximo. A notícia vem de um informante com bom histórico de vazamentos na indústria que atende pela alcunha de “My Time To Shine”.
Ele sinalizou, em uma publicação recente, para a parceria entre a Nintendo e a Universal Studios para a produção de um filme live-action baseado em The Legend of Zelda.
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Universal developing a live action Legend of Zelda movie pic.twitter.com/BfSDzF4fiA
— MyTimeToShineHello (@MyTimeToShineH) September 10, 2023
Jeff Sneider, também conhecido informante de Hollywood, já havia sinalizado essa colaboração entre Nintendo e Universal em junho. A existência do filme, a essa altura, não seria exatamente uma surpresa, considerando o sucesso da adaptação de Mario e o evidente interesse da Nintendo em seguir expandindo os negócios e lucros em outras áreas.
Pensando em todo esse contexto, quais seriam as maiores oportunidades e desafios que esse filme teria? De que maneiras ele poderia ter sucesso, ou fracassar novamente como aconteceu com o desenho dos anos 80?
Precisa mesmo ser Live Action?
Essa talvez seja uma opinião impopular, mas não acredito que um live-action, com atores reais, seja a melhor maneira de trabalhar com Zelda nos cinemas. O ideal, ao meu ver, seria uma animação, como aconteceu com o próprio Mario.
Talvez seja difícil pra algumas pessoas enxergar dessa forma, mas Zelda está muito mais próximo de uma animação tradicional, como as produzidas pelo estúdio Ghibli, do que de um filme convencional. Suponho que a visão imediata que os estúdios de Hollywood teriam de um épico medieval seria algo como a trilogia Senhor dos Anéis, que está bem distante da atmosfera que um jogo de Zelda transmite, embora as ambientações tenham semelhanças
Os desafios de um protagonista mudo
O protagonista, evidentemente, é outro desafio bem complicado de superar. Desenvolver bem o Link sem descaracterizá-lo é um fator crucial para filme que o filme obtenha sucesso, seja com fãs antigos ou com o público novo.
Isso seria particularmente difícil porque, em todos os jogos da série, ele é um protagonista sem linhas de diálogo. Link está sempre calado, servindo para que projetemos nossa participação dentro de Hyrule. Funciona perfeitamente dentro de um videogame, mas precisaria ser modificado para os cinemas.
Vale frisar que o Link nunca falar nada não significa que ele não tenha uma personalidade definida, que é muito bem demonstrada com ações. Esse é um ponto de tensão porque o já citado desenho dos anos 80 fracassou miseravelmente na tarefa. O protagonista ali é um completo idiota que não desperta nada no público além de repulsa.
Qual jogo adaptar?
A série Zelda tem a liberdade de contar novas histórias com outras gerações do Link e da Zelda sempre que achar conveniente, sem se prender muito à rigidez de uma continuidade direta. O filme, teoricamente, também teria esse caminho livre para contar uma saga totalmente nova da própria maneira.
Porém, o apelo comercial seria maior se a obra fosse a releitura de um jogo já conhecido, com personagens populares entre a comunidade de jogadores. Pensando nisso, fiquei refletindo aqui sobre quais seriam os jogos mais indicados para ganhar uma adaptação direta.
Os que me vieram à cabeça, não só pela popularidade, como também pela posição na linha do tempo da série, são Ocarina of Time e Breath of The Wild. Cito estes especialmente porque dependem de nenhum gancho prévio, nem precisam recorrer muito pra grandes referências a fatos de jogos passados.
Skyward Sword também se encaixaria nessa descrição, mas é um jogo bem menos popular que os outros dois aqui citados.
Bem, talvez tenha ficado evidente, mas não sou o maior dos entusiastas da ideia de um filme live action de The Legend of Zelda. Sei bem, no entanto, que esse trem já partiu e a releitura para os cinemas é apenas uma questão de tempo.
Espero que esse seja, assim como The Last of Us e Super Mario Bros, mais um desses casos em que meu ceticismo é recompensado com uma adaptação que superou todas as minhas expectativas – até porque elas eram consideravelmente baixas.
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