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BIG Festival 2023: um evento em transição

BIG Festival 2023: um evento em transição

Reflexões sobre a proposta original do BIG Festival e o momento do evento em 2023 Como mudar de tamanho e atingir um público cada vez maior sem perder a essência? Esse parece ser o dilema enfrentado pelo BIG Festival, feira de jogos brasileira dedicada à premiação e celebração dos jogos independentes. A edição de 2023, realizada entre os dias 28 de junho e 2 de julho, mostrou a ambição de se firmar como um dos maiores eventos de games do continente, ainda que, para isso, precise incluir na sua proposta atrações bem distantes da proposta original. 

Marcellus Vinicius •
03/07/2023 às 23h00, atualizado há um ano
Tempo de leitura: 6 minutos

Reflexões sobre a proposta original do BIG Festival e o momento do evento em 2023

Como mudar de tamanho e atingir um público cada vez maior sem perder a essência? Esse parece ser o dilema enfrentado pelo BIG Festival, feira de jogos brasileira dedicada à premiação e celebração dos jogos independentes. A edição de 2023, realizada entre os dias 28 de junho e 2 de julho, mostrou a ambição de se firmar como um dos maiores eventos de games do continente, ainda que, para isso, precise incluir na sua proposta atrações bem distantes da proposta original. 

Na primeira vez que visitei o evento, em novembro de 2012, a experiência toda parecia tão intimista e autoral quanto a cena independente que visa prestigiar. BIG, afinal, é a sigla de Brazilian Independent Games. Ou seja, o principal propósito é realizar uma exposição e premiação anual de jogos independentes com indicados do mundo todo, mas dando grande destaque para as criações nacionais. 

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Naquele ano de 2012, o evento foi realizado no MIS, Museu de Imagem e Som de São Paulo. O espaço era pequeno, sem grande lotação, com pouca iluminação. Os jogos indicados estavam enfileirados como obras expostas, de fato. Não havia muito o que fazer além de conhecer os títulos e participar das palestras, sempre com temas ligados ao desenvolvimento de jogos e à realidade da indústria. 

Esse clima de vernissage é o extremo oposto do que se vê no BIG Festival 11 anos depois, na edição de 2023. O evento, agora realizado pelo grupo Omelete, ocupa um grande pavilhão da São Paulo EXPO e, além dos jogos indies, traz também enormes estantes de marcas, bancos e lojas de bugigangas com a temática “nerd” – para pessoas que escolheram ter várias vidas em vez de apenas uma, se é que me entende. 

Lado a lado com os jogos indicados estão os espaços de grandes plataformas, como TikTok e Twitch. Uma fila gigante se formava na tarde de sábado, mas não para conhecer SEASON: A letter to the future, ganhador do prêmio de melhor jogo, e sim para encontrar, ao vivo, algum streamer verificado de grande projeção. Como conciliar essas diferentes propostas, sem que uma acabe canibalizando a outra?

A edição especial da Coca-Cola de League of Legends era uma das atrações

Vale dizer, não pretendo, com esse texto, criticar o crescimento do evento. Não sou ingênuo, eu sei como o mundo funciona dentro do capitalismo. É evidente que ter grandes patrocinadores e nomes de peso como Nintendo e Xbox no evento atrai um público maior e, consequentemente, aumenta a chance de exposição e divulgação dos jogos independentes do festival. Tudo isso pode ser muito proveitoso para a proposta inicial do BIG, sem dúvida.  

É possível notar, inclusive, que esforços foram feitos, na organização do evento, com o intuito de enaltecer a ideia original do BIG Festival. Os jogos indicados, por exemplo, aparecem com destaque perto da entrada do evento, e não escondidos em um corredor aos fundos, ofuscados pelas grandes marcas. Havia também um palco bem posicionado que procurou entrevistar desenvolvedores e divulgar os projetos expostos na feira. 

Mas, por mais que eu não me considere um cara ingênuo diante dos fatores comerciais de um evento dessa proporção, talvez eu seja, sim, um romântico. E é bem evidente a ambição do BIG em ser mais do que “apenas” um festival de jogos independentes. É algo perceptível até no slogan adotado pela organização: “O maior festival de games da América Latina”. Não o maior de games independentes, repare. Em vez de promover a cena indie, a frase parece mais uma tentativa de alfinetar a maior e principal concorrente: a Brasil Game Show, ou simplesmente BGS.

E nesse momento, em 2023, o BIG Festival parece estar em uma espécie de limbo. É algo nesse espaço de transição entre o pequeno encontro do MIS de 2012 e a megalomania de estandes, luzes, gritos e campanhas publicitárias típicas da BGS. Enquanto habita este vale, no caminho entre as duas propostas, o BIG não consegue realizar nenhuma delas em plenitude – o que é comum quando falamos de algo em processo de transformação.

A questão que fica para os próximos anos é a seguinte: as pretensões do BIG Festival de se firmar efetivamente como o maior festival de games da América Latina virá em detrimento da celebração de jogos e estúdios independentes que não têm dinheiro ou apelo midiático para competir com as grandes marcas e plataformas? 

Só nos resta aguardar pelos próximos episódios. E estarei no BIG Festival 2024 para descobrir, sempre torcendo pelo melhor caminho possível para a cena independente de jogos do Brasil, que é – e precisa continuar sendo – a grande protagonista.


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