Baldur’s Gate 3 chegou com dois pés no peito para mostrar que RPGs por turno continuam vivos
Baldur’s Gate 3 é um RPG denso. Ficha de personagens, escolhas de feitiços, diálogos e ramificações, entender termos como iniciativa, classe de armadura, mecânicas de descanso longo e curto, existe muita coisa para aprender, se for um novato nesse tipo de jogo. Parece mais um estudo para o vestibular.
Não só as mecânicas que o jogador precisa aprender, mas o modo por turnos também pode ser considerado meio maçante para jogadores que gostam de algo mais frenético e cheio de ação. No entanto, não é que Baldur’s Gate 3 tá caindo nas graças do povo?
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Role a iniciativa
RPGs por turnos não são novidade para ninguém, afinal de contas, alguns dos maiores jogos do gênero utilizam esse sistema. Existem franquias que, até hoje, tem como a principal marca, o combate estratégico e cadenciado.
Pokémon, por exemplo, continua aí, vendendo mais que água no deserto. Mas podemos concordar que, para o jogador casual, os turnos não importam tanto. Já em Baldur’s Gate 3, o caldo engrossa. Os turnos podem ser cruéis e uma jogada errada pode significar dar adeus para o grupo.
Existem muitas variáveis que podem fazer do combate, um tormento. Irritar um NPC de nível alto, ter os personagens lá para o final da iniciativa, perder um turno por estar longe dos inimigos, esse tipo de coisa é comum.
No entanto, Baldur’s Gate 3 consegue transformar o combate, que deveria ser maçante para quem não está acostumado, em um jogo de xadrez. Gerenciar os recursos, ver quem ainda tem poção, observar se a Clériga não está muito exposta, existem várias coisas para se considerar no combate.
Mas mesmo assim, é divertido fazer isso em Baldur’s Gate 3 graças ao sistema de Dungeons and Dragons. O RPG de mesa recompensa bastante a criatividade, e a Larian Studios pensa de forma similar. Não é difícil encontrar vídeos de jogadores acabando com combates difíceis em dois turnos, por fazer um combo com uma Bola de Fogo e outros feitiços.
Mas não é preciso nem usar magias de nível alto. Jogar uma garrafa de óleo e depois jogar um Raio de Fogo causa efeito parecido — com menos dano, óbvio — e também é igualmente inteligente. Colocar o jogador para pensar de uma forma diferente do habitual é o grande trunfo do combate do jogo.
Qual a CA do inimigo?
É normal, enquanto está jogando Baldur’s Gate 3, abrir a ficha dos adversários e entender o que pode funcionar ou não. Acredite, tudo acaba de forma mais fácil e bem mais tranquila de passar pelo combate, e isso ajuda a recompensar os jogadores que tomam o tempo para pensar na estratégia e abordar a situação da melhor forma possível.
Darei um exemplo simples, de quando estava enfrentando um dos chefes do jogo. Dei de cara com um inimigo poderoso, que eu não havia enfrentado no acesso antecipado, por não ter chegado até aquele ponto da história, e a primeira coisa que fiz, foi examinar o bichão.
Ali, descobri informações extremamente importantes sobre o inimigo, como eu poderia atacá-lo da melhor forma possível, e como causar dano sem nenhum problema. Acredite, existem desafios que poderiam ser resolvidos de forma mais rápida se o jogador parar para ler e ver que o monstro tem fraqueza a dano Radiante, por exemplo.
Aprender as regras é como abrir um universo de possibilidades
Acredite, saber que quando o personagem pode ter vantagem em um ataque ou não, se determinada magia é efetiva, ou se o ataque tem mais chances de acertar, abre um leque de possibilidades para o jogador que em RPGs de ação, não é possível alcançar com tanto impacto.
Aprender os combos de utilizar, por exemplo, uma habilidade para incapacitar um inimigo e fazer o Bárbaro do grupo ter vantagem para derreter o monstro na base da machadada, é extremamente recompensador, principalmente para o jogador de primeira viagem.
Não existe nada melhor do que entender como o combate funciona, e RPGs de turno é um tipo de jogo que recompensa demais o jogador por abusar do combate e pensar fora da caixa. Já perdi as contas de quantas vezes, furtivamente, coloquei uma série de barris perto dos inimigos e joguei uma magia para explodi-los. Quem precisa de Bola de Fogo?
Como é bom ver RPGs por turno sendo exaltados
Em um mundo que os RPGs tem pendido bem mais para o lado da ação, é maravilhoso ver Baldur’s Gate 3 trazendo todo um novo público para o gênero, e que com certeza vai procurar experimentar outros títulos parecidos.
Seja Disco Elysium, seja Divinity 2: Original Sin, não importa. O mundo dos RPGs por turno é vasto e sempre tem lugar para mais um. Por mais que existam aqueles que achem chato o sistema, recomendo dar uma chance para Baldur’s Gate 3.
De todos os RPGs parrudos, ele é o mais dinâmico nesse sentido, e os poderes e sistema recompensam o jogador que aprende de verdade como engajar no combate. A Larian Studios sabia muito bem o que estava fazendo na hora de transportar o combate de D&D para os jogos, e basta quem está jogando se empenhar que é possível fazer tanta coisa absurda que a tal “chatice” dos turnos vai embora bem rapidinho.
Imagina ser contra um RPG que permite o jogador pegar um inimigo no colo e usar ele de arma, jogando o pobre coitado em cima de outro adversário? Se existe alguma chatice nisso, devo ser a pessoa mais chata do universo.
Aproveite para conferir os vídeos e o canal do YouTube da Game Arena. Neste vídeo, mostramos algumas dicas de Baldur’s Gate 3
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