Consoles fizeram parte de um período de transição da Nintendo
A partir do dia 27 de março não será mais possível comprar jogos e DLCs nas lojas virtuais (eShops) do Wii U e do 3DS. Será o fim de um ciclo que durou mais de 10 e que, em meio a alguns tropeços, rendeu uma biblioteca memorável de jogos exclusivos.
Os dois consoles compartilharam uma responsabilidade enorme. Wii U e 3DS forem sucessores de dois dos maiores fenômenos de popularidade da história dos videogames (Wii e DS, respectivamente). Eles representaram um momento de transição onde a Nintendo fazia experimentações se apoiando no sucesso dos consoles anteriores, antes de achar o equilíbrio encontrado no Nintendo Switch.
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Para homenagear os dois consoles, separamos uma lista de jogos que não foram relançados no Swich e seguem exclusivos de Wii U ou 3DS. Não é necessariamente uma lista de melhores jogos, mas de experiências marcantes que ficarão para trás até a Nintendo resolver revivê-las de algum modo.
Super Mario 3D Land (2011, 3DS)
Apesar de não ter saído junto com o 3DS, Super Mario 3D Land merecia ser um título de lançamento por trazer o personagem mais famoso da empresa ilustrando bem o poder do console. O jogo faz uma ponte entre a experiência dos jogos 2D e 3D de Mario, trazendo a liberdade da movimentação tridimensional com as fases curtas e objetivas dos jogos clássicos.
Ele também faz algo que poucos jogos conseguiram fazer na plataforma: usar o efeito 3D de maneira prática e inteligente, aproveitando o ângulo da câmera para fazer ilusões com perspectiva e profundidade.
Nintendo Land
Lançado junto com o console, Nintendo Land tinha a missão de ser como Wii Sports foi para o Wii. Precisava vender a ideia do console, mostrar o potencial dele. E isso ele conseguiu fazer muito bem. Se depois as desenvolvedoras conseguiram aproveitaram esse potencial ou não é outra história.
Sabe aquele entusiasmo e o turbilhão de ideias que são comuns nos primeiros dias de um novo projeto? Isso é Nintendo Land. Charmoso, vibrante, criativo, ousado. Ele é tudo o que Wii U pretendia ser. E, como pudemos notar com o passar dos anos, esse entusiasmo foi minguando, como quando caímos na rotina em um emprego que não atendeu nossas expectativas.
Rhythm Heaven Megamix (2015, 3DS)
A série Rhythm Heaven começou no Game Boy Advance e aos poucos foi conquistando espaço fora do Japão. É uma compilação de pequenos desafios de ritmo com comandos simples, um carisma absurdo e o senso de humor característicos dos jogos da divisão SDP (Software Planning & Development) da Nintendo, que trabalhou também em WarioWare.
Megamix fez por Rhythm Heaven o que Mario Party Supertars faz por Mario Party. É uma compilação de alguns dos melhores momentos da série, reunidos no 3DS e sem se apegar às firulas com o uso da tela como a versão de DS.
Star Fox Zero (2016, Wii U)
Star Fox Zero talvez seja, ao lado de Nintendo Land, o jogo que melhor resume o que foi o Wii U. Nele estão alguns dos pontos fontes da efervescência de ideias da Nintendo ao tentar aproveitar o conceito do controle com uma tela própria. E também podemos notar no jogo alguns dos motivos que fizeram o console fracassar com o grande público, justamente pela insistência em um modelo confuso que nem sempre muda a experiência para melhor.
Sigo recomendando? Com toda certeza. Esse Star Fox não é apenas um retrato do seu tempo, mas também a última grande iniciativa de revitalizar a série, com participação direta de Shigeru Miyamoto. Merecia demais um relançamento para Switch adaptado para funcionar em uma tela só.
The Legend of Zelda: A Link Between Worlds (2013, 3DS)
A Link Between Worlds é, na minha humilde opinião, a experiência definitiva do Nintendo 3DS. O jogo é uma sequência direta de um clássico absoluto, The Legend of Zelda: A Link to the Past (1992, Super Nintendo). E não apenas consegue fazer justiça ao primeiro jogo, como ainda expande as possibilidades com muita personalidade para ser lembrado pelos próprios méritos.
É um dos melhores jogos de uma série que já é conhecida por ter um padrão de qualidade muito alto. É urgente que seja remasterizado e relançado no Switch. Mas, enquanto isso não acontece, faça o que for possível para jogá-lo no Nintendo 3DS.
Virtual Console (Wii U e 3DS)
Para encerrar a lista, temos não um jogo, mas vários. O Virtual Console foi um serviço que disponibilizou vários jogos de consoles clássicos com uma qualidade de emulação e variedade muito (MUITO) superior a tudo que estamos vendo no seu substituto, o serviço Nintendo Online do Switch.
É surreal que hoje encaramos o lançamento de jogos de Game Boy no Nintendo Online como um grande avanço, quando o Virtual Console contava com jogos de NES, SNES, Nintendo 64, Mega Drive, Master System, TurboGrafx-16, Neo-Geo, Gamegear, Gameboy, Gameboy Color, Gameboy Advance, Nintendo DS, e ainda alguns jogos de Commodore 64 (apenas na Europa) e MSX (apenas no Japão).
O Virtual Console, assim como todos os jogos dessa lista, são retrato de uma época, um ponto determinante da história da Nintendo que, para o bem e para o mal, parece não voltar mais.
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