Combo de gameplay, dificuldade e ambientação faz Blasphemous brilhar.
O gênero Soulslike surgiu após o estrondoso sucesso de Demon’s Souls, Dark Souls e todos os outros maravilhosos jogos que From Software e Hidetaka Miyazaki nos proporcionaram desde então. E junto às glorias, sempre surgem tentativas de homenagens, ou de simplesmente seguir os passos de algo que deu muito certo. Na maioria dos casos, estes esforços não geram produtos tão refinados ou minimamente originais. Mas, alguns projetos conseguem furar a barreira da “cópia” e alcançar patamares próprios, garantindo um lugar no panteão ao lado de quem os inspirou. Este é o caso de Blasphemous.
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Blasphemous foi lançado em 2017, no mesmo ano de Sekiro, pouco depois do anúncio de Elden Ring, e inicialmente parecia ser somente mais uma tentativa de recriar a magia cativante dos jogos da From Software. No entanto, o que recebemos foi uma pérola do estúdio espanhol The Game Kitchen, que explora um background do catolicismo romano e entrega cenários e inimigos altamente viscerais e estilizados.
Além da ambientação, impactante como a Yharnam de Bloodborne, e dona de uma “beleza morta”, como a que vemos em Dark Souls 3, Blasphemous também se destaca no gênero Soulslike pelo gameplay. Por ser um Metroidvania, o game possui grande parte do cenário composta por trechos de plataformas, muitos dos quais requerem a obtenção de itens especiais que permitem acesso a áreas antes bloqueadas. Mas é no combate que as semelhanças com os jogos da From brilham mais intensamente.
A mistura de golpes e combos da Mea Culpa, a espada do protagonista, com magias especiais e a possibilidade de usar o parry para se defender, além de inimigos e chefões implacáveis, criam uma experiência definitivamente digna de um Soulslike de elite. Blasphemous ainda usa de uma mecânica de “finalização” que entrega animações grotescas e brutais, para colocar uma cereja no topo do bolo.
Brutal também é um adjetivo pertinente para falar das batalhas contras os chefões de Blasphemous. Cada um possui muita personalidade, fortemente mergulhada na fonte do catolicismo, com visuais assustadores e incômodos. Assim como acontece em Dark Souls e companhia, aqui também é preciso se atentar para os padrões de golpes e movimentos dos inimigos, que nem sempre se repetem seguindo uma cartilha, então é fundamental ter um ótimo tempo de reação e adaptar a estratégia constantemente durante a batalha, principalmente naquelas que usam o cenário como parte da luta, e possuem plataformas que somem, chamas que impossibilitam o uso do chão, e outras cositas más.
A experiência padrão da From Software, que coloca o jogador explorando os cenários quase que na pontinha dos pés, enquanto encara hordas de inimigos capazes de te matar em poucos golpes, também aparece em Blasphemous. Aqui temos os Prie Dieu, os equivalentes às fogueiras de Dark Souls, e, assim como na inspiração, o inspirado cria este ciclo de renascimento nestes pontos, deixando para trás um espectro que precisa ser recuperado na próxima vida, para que a barra de “mana” não seja permanentemente reduzida por espinhos. Uma ótima solução para aliar a mecânica a um aspecto do catolicismo em si.
Esta trinca de gameplay, dificuldade e ambientação cria um incrível produto final, fazendo de Blasphemous não só um herdeiro digno do legado do que a From Software fez no passado, mas também um game capaz de assumir, sem medo de errar, o posto de melhor Soulslike 2D já feito até hoje. E vem mais por aí, já que o segundo jogo tem previsão de lançamento para 24 de agosto.
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