O editor-chefe da editoria de games da Game Arena, Marcelo Ferrantini, elegeu seus 10 jogos favoritos da história
A editoria de games da Game Arena é bastante recente, e a gente já está querendo falar de melhores jogos. Eu sou apenas o segundo editor-chefe, e, com muito orgulho, espero estar realizando um trabalho digno do projeto. Mas. para o público em geral, não basta a gente escrever notícias e colunas sobre o mundo dos jogos.
Queremos que, cada vez mais, vocês conheçam os membros desta incrível equipe, que vai tentar levar a vocês o melhor conteúdo possível.
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Para que vocês possam entender um pouco mais sobre os membros da nossa equipe, decidimos criar a coluna Escolhas da redação, na qual traremos listas e análises ligadas à nossa história nos videogames. Um pouco do que moldou nossa personalidade dentro da décima arte, e que, para sempre, lembraremos com muito carinho.
As regras são as seguintes:
- Não vale repetir série (senão confesso que boa parte dessa lista envolveria Zelda)
- É necessário que haja jogos de console e PC
- Quanto mais gerações, melhor!
E algumas dessas regras, para mim, foram muito difíceis de serem cumpridas. Confesso ser um ávido fã de Super Nintendo, então evitar que a quarta geração prevalecesse foi complicado. Fiquem aí com os 10 melhores jogos, dentro das regras, na minha humilde opinião!
10 – Super Punch-Out! (SNES, 1994)
O segundo jogo da série Punch-Out! é um mar de aleatoriedade, ritmo e carisma. Entre entender os padrões dos adversários, aprender a lidar com seus golpes, preparar o soco especial e manter a ofensiva, Super Punch-Out! se desdobra em tirar do jogador o máximo de criatividade para se entender como se tornar o campeão dos quatro circuitos do jogo.
Além da jogabilidade simples e precisa, os antagonistas são caricaturas incríveis e dão vida ao game. Desde um lenhador canadense a um playboyzinho que não gosta de ter o rosto tocado, os adversários transbordam personalidade, mesmo, muitas vezes, sem sequer emitir sons durante a luta. É simples, e, ainda assim, um dos melhores jogos lançados para o Super Nintendo.
9 – Counter-Strike: Global Offensive (PC, 2012)
Counter-Strike é um fenômeno mundial. Desde o ano 2000, o mundo passou a respeitar o maior FPS de todos os tempos, seja em sua cena competitiva, seja como um fenômeno casual que lotou as Lan Houses no começo do milênio. E me desculpem veteranos e fãs do 1.6, Counter-Strike: Global Offensive é a melhor versão do jogo.
Tanto comercialmente quanto como jogo e produto, CS:GO entrega muito mais do que simplesmente um 5 contra 5 honesto. É um mercado enorme, com skins, jogadores profissionais, competições gigantescas. Mexe com paixão, com emoção. Seja torcendo pela SK Gaming em 2016, pela FURIA e pelo Plano atualmente, ou passando o tempo em calls no Discord com os amigos. CS:GO é uma ferramenta de socialização, estabelecida sobre um excelente game de tiro. Um dos melhores jogos competitivos e casuais já lançados.
8 – Pokémon Scarlet/Violet (Nintendo Switch, 2022)
A escolha da mais recente geração de Pokémon como a melhor da história pode ser controversa para muitos. No entanto, nenhuma novidade da franquia, desde a concepção, é tão grande quanto o tão sonhado mundo aberto. E Scarlet/Violet o executaram com muita competência, abrindo portas para mais aventuras neste estilo, para as próximas edições.
Jogar Pokémon Violet me trouxe um sentimento muito semelhante ao que tive com Breath of the Wild (que estaria na lista, não fossem as regras). Tinha momentos em que eu não tinha absolutamente nada em mente sobre o que fazer no jogo, mas estava feliz, andando por Paldea, testando o quanto eu conseguiria quebrar a movimentação de Miraidon, quando encontrava uma raid que me interessava, ou dava de cara com uma cidade que eu ainda não tinha visitado, ou batia de frente com um dos Titãs. É surpreendente quantas possibilidades os games te apresentam.
7 – Kingdom Hearts: Birth By Sleep (PSP/PlayStation 3, 2010)
Curioso que um jogo considerado por muitos um Spin-off de Kingdom Hearts seja, na minha opinião, o melhor da série. A história de origem da jornada que mistura Final Fantasy e Pateta nos Jogos Olímpicos é brilhante, com personagens extremamente relacionáveis (tirando a parte que eles soltam uns fogos de artifício de umas chavonas gigantes), que se desenvolvem em importantes peças da complexa lore de KH.
As mecânicas também brilham. Criar novos poderes a partir dos mais antigos vira uma gostosa missão para os que buscam ter mais poder de fogo para encarar a aventura, mas sem perder o crescimento linear e deixar o jogo fácil demais. Além disso, são três diferentes histórias – a de Aqua, Ventus e Terra – dentro de um só game, apresentando as diferentes visões dos protagonistas, e as relações criadas com figuras da série principal. É um spin-off que vale mais do que, praticamente, toda a trilogia, que se coloca entre os melhores jogos da geração PS3.
6 – Super Metroid (SNES, 1994)
Super Metroid é um jogo delicioso. Não só é parte da série responsável por criar, junto de Castlevania, um estilo de jogos – os metroidvania – mas, dentre os 2D da franquia, é, sem dúvida, o melhor, em todos os aspectos. Uma jogabilidade perfeita, inclusive para os dias de hoje, gráficos impressionantes, que definiram um estilo de arte, boa história, mesmo que desenvolvida apenas no começo e no fim do jogo, além de uma das protagonistas mais icônicas e representativas dos games: Samus Aran.
Esse é o tipo de jogo que, não importa quantas vezes você zere, vai bater a vontade de jogar de novo. E o mundo é tão extenso que você ainda vai esquecer como chegar até a Varia Suit, ou qual o bloco que você precisa quebrar para pegar o Spazer Beam. E cada uma das suas aventuras vai ser diferente, mesmo que quase 30 anos depois. Esse daí, com ou sem regrinha, é um dos melhores jogos da história.
5 – Phoenix Wright: Ace Attorney 3 – Trials and Tribulations (Game Boy Advance, 2004)
Que obra de arte é o terceiro jogo da série Ace Attorney. Não só fechando o arco que é desenvolvido desde o primeiro jogo de Phoenix Wright, mas também individualmente, contando as histórias que se abrem e fecham dentro dos cinco casos que o advogado encara no tribunal.
Relembrar a morte de Mia Fey, apresentar Godot, o ressentido promotor, Dahlia Hawthorne e sua ambição, e, ainda assim, criar um elo de ligação entre tudo isso e os jogos anteriores da série, sem deixar buracos, sem forçar as ligações. Tudo é muito bem feito, a história é inacreditavelmente polida e cada caso traz uma nova sensação de tensão, de desespero, de tentar entender o que aconteceu, de fato, com a família de Maya, com os personagens trazidos durante o caminho. É indescritível.
Phoenix Wright é, ao lado de The Legend of Zelda, minha série favorita de jogos. E, sem dúvida alguma, Trials and Tribulations tem uma influência fortíssima nisso. Possivelmente figura no hall dos melhores jogos baseados em texto de todos os tempos.
4 – Street Fighter V (PC e PlayStation 4, 2016)
Sim. Street Fighter V é, para mim, um jogo mais marcante do que Street Fighter III: 3rd Strike. Muito pelo fato de que a cultura dos arcades no Brasil já tinha morrido no lançamento do icônico jogo do Parry do Daigo, muito pelo fato de que o Dreamcast, console que tinha exclusividade do game, não deu certo por aqui também.
E, sim, também. Street Fighter V teve uma das piores estreias de jogos de luta na história. Gameplay quebrada, um modo história que saiu do jogo depois de lançado, falta de modo arcade. Um jogo incompleto. Faltava, de fato, muita coisa para que a quinta edição da série fosse, realmente, considerada um produto.
Mas que virada fenomenal SFV ofereceu para quem se manteve fiel ao principal jogo de luta da geração do PS4, tornando-se um dos melhores jogos de luta da história. Com o lançamento da Arcade Edition e, posteriormente, da Champion Edition, os personagens distribuidos em temporadas, balanceamento e as novas mecânicas, como o V-Shift, os novos V-Trigger e V-Skill, Street Fighter V virou um jogaço!
Sem perder a emoção de ser um jogo competitivo e que precisava permitir inovações e estudos complexos para o desenvolvimento dos lutadores a nível profissional, Street Fighter V permitiu, ao jogador casual, conhecer novas camadas em um jogo de luta. Sem os precisos combos com links de 1 frame, buffer de comandos para mais fácil execução de especiais, entre outras mecânicas, o game trouxe novos fãs para a série, além de reabrir portas para antigos membros da comunidade.
3 – Mega Man X (SNES, 1993)
Mega Man X é o melhor jogo de plataforma da geração dos plataformas, a 16 bits. Em uma época na qual Super Mario World batia de frente com Sonic The Hedgehog, o robozinho azul meteu uma obra de arte, em mais um spin-off, que acaba sendo o mais inovador game da série.
E falar de Mega Man X passa por níveis muito profundos da paixão pelo videogame. A trilha sonora é estuporante para os ouvidos, inclusive, ainda presente nas plataformas de stream de músicas por aí afora. Os inimigos são marcantes, com animações excelentes, e que não deixam a desejar para nenhum dos jogos da série X que sairam no PlayStation a partir do 4.
A jogabilidade é sensacional. Poucos jogos utilizaram-se tão bem do controle do Super Nintendo, acrescentando aos poderes que se adquire ao derrotar os chefes das fases, únicos e perfeitos para diferentes situações, inclusive com a eterna mecânica de cada arma absorvida por X ser mais forte contra outro dos inimigos. Tudo é concatenado, bem fechado, bem trabalhado. Mega Man X é um jogo infinito. Em 2023, ainda é um dos melhores jogos do estilo na história dos videogames.
2 – Super Mario Bros. 3 (NES, 1988)
Mas ser o melhor não quer dizer que eu goste mais, né? Até porque, quando se fala de carisma e diversão, Super Mario Bros. 3 é insuperável, até hoje. Na minha opinião, o jogo 2D mais bem trabalhado do bigoda (e dá para discutir se não é o da série inteira), o terceiro lançamento de Mario como um jogo de plataforma inovou e pavimentou o caminho para o fenômeno Super Mario World.
Cada mundo é facilmente reconhecível, com inimigos variando de acordo com o ambiente, desde os koopas e goombas já conhecidos da série, mas trazendo os Hammer Bros. em outra capacidade, os Boomerang Bros. (provavelmente primos), criando desafios no então inédito mapa do jogo. O sistema de itens, que permitia que os poderes fossem armazenados para uso posterior, assim como os novos itens, a roupa de tanuki, de Hammer Bro., de Sapo. Cada detalhe em Super Mario Bros. 3 foi pensado minuciosamente, por uma das mais brilhantes mentes do entretenimento mundial, Shigeru Miyamoto.
E esse capricho e cuidado com a pepita de ouro da Nintendo deu muito resultado. Não somente em vendas e na popularização dos videogames ao fim dos anos 80, fechando a era dos consoles 8 bits, mas também subindo a barra do que seria considerado um jogo inesquecível para o público. Um dos melhores jogos de todos os tempos, na verdade.
1 – The Legend of Zelda: Ocarina of Time (Nintendo 64, 1998)
Mas o melhor jogo da história não é um plataforma, não é um jogo de luta, não é um RPG por turnos. É um misto de tudo, somado a uma história perfeitamente contada, em 64 bits e polígonos para dar e vender. The Legend of Zelda: Ocarina of Time precisava de um museu só dele, e teria conteúdo para encher o Louvre.
Eu vou tentar evitar a adjetivação necessária e realmente explicar o por que de Ocarina of Time ser isso tudo.
Imagine um jogo onde até os NPCs mais obscuros, como um soldado que morre após a invasão do principal vilão ao castelo, são estudados por mais de 25 anos, para se entender minúcias perdidas da história? Ou um item deixado no código do jogo que mineradores de dados e speedrunners foram atrás, para modificar o jogo e torná-lo alcançável, mesmo que isso significasse um esforço hercúleo de estudo da linguagem e do motor do jogo? Esse é o fanatismo sobre Ocarina of Time.
Um jogo que ultrapassou a sua geração por muito. Inovou em mecânicas, em controle de câmera, profundidade da história, desenvolvimento de personagens. Dizer que ele estava à frente do seu tempo é um dos eufemismos mais sujos que se pode usar para o game.
Como marco do mundo real, a relação de OoT com os jogadores é quase como um divisor de águas. É como pensar que todo um universo foi criado após a aventura de Link. Não há meios de adjetivar esse jogo. Nem a história, nem os coadjuvantes, nem os antagonistas. É um jogo perfeito, não só em um recorte cronológico, mas num geral mesmo. Não tem o que acrescentar a Ocarina sem quebrar algo nesse ecossistema genial, mais uma vez, com a mão de Shigeru Miyamoto, ao lado de um então despontante Eiji Aonuma. É brilhante do começo ao fim. Não dá pra falar em melhores jogos. É o melhor. Ponto.
Na semana que vem, outro nerdola da nossa equipe vem dar mais um depoimento sobre quais são os melhores jogos da vida por aqui!
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