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Joias Perdidas: Alex Kidd precisa de Zelda, Castlevania e Batman

Joias Perdidas: Alex Kidd precisa de Zelda, Castlevania e Batman

Alex Kidd é uma joia perdida, mas há de onde se tirar soluções Um dia desses, deitado na cama, assistindo ao YouTube, pra pegar naquele sono em meio aos sons dos vídeos, me deparei com um conteúdo do canal Cogumelando Videogame, que, eu confesso, está um pouquinho fora do escopo que eu estou acostumado, mas que, naquele momento, fazia algum sentido.

Redação Games •
24/04/2023 às 23h00, atualizado há 2 anos
Tempo de leitura: 8 minutos

Alex Kidd é uma joia perdida, mas há de onde se tirar soluções

Um dia desses, deitado na cama, assistindo ao YouTube, pra pegar naquele sono em meio aos sons dos vídeos, me deparei com um conteúdo do canal Cogumelando Videogame, que, eu confesso, está um pouquinho fora do escopo que eu estou acostumado, mas que, naquele momento, fazia algum sentido.

E, em meio ao conteúdo, que eu admito que nem me lembro em qual vídeo estava, o Pedro Cogu levantou um ponto muito interessante. A SEGA tem algumas IPs incríveis que, com algum trabalho, poderiam ser ressuscitadas e reestabelecidas. Reposicionadas, como algumas das grandes no mundo dos games.

“Imagina Alex Kidd como um metroidvania, ou mesmo no estilo de Zelda?” Essa frase me marcou demais, e eu tinha a plataforma perfeita para isso. O Joias Perdidas. Por isso, pulamos a semana passada, reformulamos nosso quadro e, a partir de hoje, o Joias Perdidas abre a discussão: como salvar as franquias da nossa infância? Aquelas que a gente prometeu, que teriam cheiro de bolinho de chuva e lavanda, da casa da vó. E, sim. Vamos começar isso tudo com o cabeçudinho mais querido do Master System. Alex Kidd.

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Eu vou confessar: sou apaixonado por Alex Kidd in Miracle World. Meu primeiro Master System veio com o jogo na memória, e eu passei realmente muito tempo da minha infância tentando entender o que cada item faria, aprendendo os padrões do Jokenpô, tentando ajudar o irmão do príncipe de Radaxian a, de fato, recolocar a família no poder.

Alex Kidd in Miracle World DX

 

O grande problema é: nada de bom saiu depois disso, para fazer justiça ao clássico. The Lost Stars é um jogo que apela para o público mais infantil ainda, BMX Trial é um jogo de corrida incompetente, e que ainda precisava de hardware especial, High-Tech World tem algum brilho, mas é fraco, Enchanted Castle é um desastre e Shinobi World, apesar de um jogo bem decente, não tinha mais espaço no imaginário popular.

Com isso, o campeão mundial de pedra-papel-e-tesoura acabou se tornando apenas uma bela memória para os fãs de games dos anos 90, até o remake do jogo, em 2021, mas, ainda assim, sem muito impacto em questão de vendas – as estimativas positivas giram em torno de 50 mil unidades vendidas para PC, fora, é claro, os números nos consoles.

E as ideias do YouTuber eram boas, de fato. Metroidvania, Adventure RPG… Alex Kidd tem, de fato, potencial para um jogo nesse sentido. E eu decidi matutar sobre isso. Mapas abertos, a possibilidade de explorar salas já visitadas. Por que não um Alex Kidd: Super Metroid of Time?

A série já tem um lore criado – levando em consideração que tudo pós Miracle World seria completamente descanonizado. O irmão do príncipe de Radaxian, em uma jornada de crescimento, passando por puzzles e desafios de lógica, com habilidade em combate e armas mágicas, capazes de fazê-lo voar, ficar invencível, lançar arcos de energia, com veículos de ar, terra e mar para permitir a exploração, um vilão, Janken, os capangas com cara de mão e muito mais.

Alex Kidd in Miracle World DX

A concepção da aventura é muito simples. Alexandre Crianço precisa derrotar os minions de Janken para recuperar o trono. Para isso, ele visita cavernas, lagos, montanhas, oceanos e grande elenco, juntando itens necessários para chegar a novas localizações, montar o arsenal e surrar o vilão no socão™.

Tudo isso é muito simples, mas, ao mesmo tempo, levando em consideração que a própria história do jogo já está descrita nos lendários quadradões pretos com texto branco™, a única coisa necessária para se desenvolver é a profundidade da trama, que, também, já tem uma excelente ferramenta: o irmão de Alex.

Egle, o príncipe de Radaxian e gêmeo de Alex Kidd é personagem-chave, para o desenvolvimento de uma história na qual faça sentido defender a monarquia. Mostrar um soberano moderno, com ideias democráticas, pronto para acabar com o imperialismo e dar o Poder ao Povo™. Transformar a família real de Radaxian na única a abrir mão do poder, ao ver o que Janken fez ao dominar, sozinho, toda a nação.

Alex Kidd in Miracle World DX

Uma jornada com temática mais adulta, explorando assuntos do cotidiano, em uma fantasia que fez parte da vida de muitos dos novos cidadãos. Alex Kidd tem o poder para ser transformador, se tratado da forma correta. E, não, a temática infantil, incluindo o Jokempo não precisa sumir, apenas, se transformar. Ao melhor estilo Mega Man e Pokémon, armas que, ao equipadas, causam mais dano aos vilões, enquanto outras fazem com que o protagonista apanhe mais.

Transformar os cenários do jogo em um mapa enorme também não é difícil. Há uma linha lógica no caminho percorrido pelo jogador para chegar aos chefes, que, dentro de um universo 2D, onde as localizações não passavam de enfeite, mostravam, aos mais atentos, que havia, sim, um mapa – que, inclusive, aparecia a cada vez que o player alcançava uma nova fase.

Alex Kidd in Miracle World DX

É apenas uma questão de adaptar. Trazer os escorpiões vermelhos para algo mais adulto, com mais tamanho, um esquema de combate que mescle os itens com o combate corpo-a-corpo – levando em consideração que o soco de Alex Kidd parece mais uma prévia de One Punch Man. E talvez essa seja a maior dificuldade. Traduzir esse estilo de combate para algo mais moderno.

Essa reconstrução do clássico dos 8-bits tem a capacidade de beber de outras diversas fontes modernas para transformar o combate. A série Arkham é um exemplo de combate melee bem feito. Claro que o Alex Kidd não vai saltar inimigos na estrelinha e usar um gancho (ou será que não?), mas há muito para se retirar dessa referência. Claro que misturar o uso de itens dos primeiros Zelda 3D – Ocarina of Time, Majora’s Mask, Wind Waker e Twilight Princess – pode enriquecer um sistema de combate simples e eficiente, além de ser também eficiente para o desenvolvimento da história.

Do jeito que a SEGA trata os criadores que usam as IPs da empresa para desenvolver jogos novos, eu realmente torço para que alguém, com muito conhecimento na produção de games leia isso aqui, porque eu pagaria preço cheio por Alex Kidd in Zelda, Castlevania and Batman World, uma aventura nova, com boa história e um personagem com cheirinho de pão de queijo de vó.


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