As primeiras impressões de Armored Core VI, por um iniciante na franquia
Após o lançamento de Elden Ring, logo começaram as especulações sobre qual seria o próximo projeto da FromSoftware. O sucesso apoteótico do jogo em 2022 jogou muitos holofotes sobre o lançamento seguinte da empresa. E foi assim, com todos os olhares voltados para o palco, que Amored Core VI: Fires of Rubicon foi anunciado.
A revelação do sexto jogo da série de ação com robôs gigantes gerou muitas perguntas na cabeça dos novos fãs da empresa. Embora Armored Core exista desde os anos 90, os games da franquia sempre foram cultuados por um nicho. A mudança de patamar vivida pela FromSoftware na última década trouxe à série uma atenção que ela nunca teve.
Leia mais
- Mortal Kombat 1: veja os primeiros 17 minutos do modo história
- O lendário Atari 2600 será relançado rodando cartuchos originais
- Persona 3 Reloaded chega em fevereiro de 2024
Afinal, como esse novo momento da empresa impactaria a série? Armored Core abandonaria suas raízes para se transformar em um Dark Souls com armaduras mecanizadas? Bem, tive a oportunidade de jogar o título antecipadamente nos últimos dias e trago aqui algumas respostas através das minhas primeiras impressões.
Antes de tudo, vamos tirar isso da frente: Armored Core VI não é um Souls de robô. Quem se aproximar do jogo com alguma expectativa criada por jogos como Elden Ring tende a se decepcionar.
O que não significa, de maneira alguma, que o jogo esteja longe do padrão de qualidade apresentado pela FromSoftware. É apenas uma questão de alinhamento de expectativas. Novos jogadores precisam chegar de mente aberta para sacar a proposta da série.
Armored Core VI se apresenta como um jogo de ação com mechas, os famosos robôs gigantes, que aqui são chamados justamente de Armored Cores.
No papel de um piloto mercenário, você deve realizar missões avulsas (lê-se freelas) para corporações e facções, em um planeta arrasado chamado Rubicon, lugar de origem de um poderoso combustível que pode revolucionar a tecnologia de toda a galáxia.
Essas missões são bem variadas, mas quase sempre bastante curtas. O que aumenta a duração de cada uma é o número de tentativas para vencer cada tarefa. E, acredite, tentativa e erro estão na essência da experiência de Armored Core.
Principalmente porque dificilmente você saberá se montou o robô da maneira certa sem antes conhecer o desafio da fase.
E aqui entra o aspecto mais fundamental do jogo: a customização. Montar o Armored Core é quase tão imersivo e divertido quanto controlá-lo nos combates. São inúmeras opções para cada parte da armadura mecânica, todas com impacto real na maneira como nos movimentamos, atacamos e gerenciamos recursos.
Felizmente, o complexo sistema de montagem é introduzido de forma gradativa, pois a quantidade de informações pode sobrecarregar quem não estiver muito habituado com o gênero.
Particularmente, a parte mais divertida para mim foi entrar de cabeça, não apenas nos aspectos funcionais do meu robô, mas principalmente na parte estética.
Foi muito gratificante escolher a paleta de cores, desenhar estampas e poder conferir vida e personalidade próprias a máquinas que, a princípio, são tão sóbrias e cinzentas. Bateu a curiosidade de ver como serão as criações da comunidade quando o jogo for lançado.
Mas, claro, nada disso tem muito propósito se não for igualmente lúdico controlar o robô, na hora da porrada comer solta. E aqui a FromSoftware arregaça as mangas e diz, em alto e bom som, que sistema de combate é a especialidade da casa.
Os confrontos em Armored Core VI são complexos e podem intimidar novatos em um primeiro momento, mas também são viciantes e extremamente recompensadores quando passamos a entender as particularidades e o ritmo que cada desafio propõe.
É nas batalhas, inclusive, que as principais influências de Dark Souls podem ser encontradas. Apesar da dança de Armored Core ser muito mais frenética e vertical, podemos perceber, por exemplo, a tradição de ter inimigos gigantes com animações de ataque bem didáticas, “telegrafando” cada golpe para que possamos calcular o tempo da esquiva e do contragolpe.
A mira automática é outra adição que certamente tornará a experiência mais familiar para fãs de outros jogos da empresa.
Consciente do novo momento e da inédita atenção que o título receberia, a FromSoftware acertadamente se preocupou em proporcionar uma experiência que pudesse ser interessante para um novo público – e, vale dizer, me incluo neste grupo.
Não há qualquer necessidade de jogar os títulos anteriores para curtir o sexto jogo, e nunca antes os sistemas de customização e combate foram tão convidativos, mesmo mantendo um alto nível de desafio.
Pretendo passar muitas horas ainda com Armored Core VI para amadurecer minha percepção do jogo, mas já adianto que é uma experiência apaixonante para fãs de ação, robôs gigantes e jogos da FromSoftware.
Basta que o novo público da empresa venha de mente e peito abertos para conhecer algo diferente. Afinal, sem essa abertura, até mesmo Dark Souls seria uma experiência de nicho até os dias de hoje.
