Será que Pokémon segue com mais força que os boletos?
Os jogos da franquia Pokémon acompanham uma grande parcela da comunidade há anos, quase sempre, desde que os jogadores eram bem pequenos, lá na época do Game Boy, e vêm fazendo parte do crescimento e amadurecimento deste grupo com cada lançamento de games e consoles da Nintendo.
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Apesar de todo o amor dos jogadores pela franquia, objetivamente, os jogos de Pokémon não mostraram, exatamente, uma enorme evolução no ciclo de gameplay entre os originais Red e Blue e os mais recentes Scarlet e Violet.
O loop é basicamente o mesmo: escolher um inicial, montar uma equipe, treinar e evoluir os monstrinhos através de batalhas e salvar o mundo de alguma atrocidade prometida por uma equipe malvada.
Olhando pura e simplesmente por este viés, é difícil justificar a manutenção do fogo da paixão da comunidade pelos jogos da franquia, principalmente para a parcela mais experiente do grupo.
E como um integrante desta turma, me peguei pensando: ainda vale a pena jogar Pokémon tendo mais de 30 anos?
Minha história com Pokémon começou muito cedo. Com menos de 10 anos eu já estava com um Game Boy em mãos e um cartucho de Crystal inserido nele.
De lá pra cá, mais de duas décadas se passaram, e sempre fiz questão de ter o portátil do momento da Nintendo para conseguir acompanhar os lançamentos da franquia, e, ainda hoje, com o Switch, consistentemente compro as versões novas dos monstros de bolso.
Mas, apesar de Pokémon Scarlet e Violet serem dos melhores que a franquia já nos ofereceu, foi durante a conclusão da campanha principal da versão mais arroxeada que senti um leve, porém importante desgaste na rotina.
O mesmo ciclo que citei acima, entre a escolha do primeiro parceiro até a derradeira batalha contra o líder de uma organização sombria, já não parecia mais tão atrativo para mim.
Não me entenda mal, ainda me diverti horrores com Pokémon Violet, principalmente por ser, pelo menos em tese, a realização do sonho de todo fã da franquia de ter um jogo em mundo aberto.
Mas algo que não sei explicar exatamente me tirou um pouco da magia que sempre senti ao desfrutar dos jogos da série. Talvez tenha sido, de fato, a repetitividade do ciclo de gameplay, ou ainda a simples falta de um desafio mais sério, já que sequer perdi uma batalha durante minha aventura em Paldea.
Pokémon é uma franquia de jogos que carece bastante de uma renovação. As evoluções que a série apresenta em questão de gameplay a cada lançamento são muito simples, e, normalmente, meras adaptações de conceitos já existentes, como a mudança de Mega para Tera evolutions. São diferentes, é claro, mas, na prática, acabam se tornando mais um estorvo do que de fato algo mais aproveitável para o jogador.
Se os games realmente exigissem o uso das novas mecânicas para que fosse possível derrotar treinadores mais fortes, talvez eu pensasse de outra forma. Mas, em Violet, por exemplo, raramente usei o recurso de Tera Evolutions.
Sinto falta de mistérios e desafios mais atraentes. Surpresas que me recompensem pela exploração da região. Ainda mais agora que a franquia finalmente atingiu um ponto de entregar os jogos em mundo aberto.
Gostaria demais de estar andando de bicicleta por uma área inexplorada e encontrar um Pokémon raríssimo, ou me deparar com o início de uma quest secreta.
E que isso me faça sentir empolgação por estar embarcando naquilo, e não, apenas mais uma ida do ponto A ao B.
Posso estar sendo vítima da energia ranzinza que, a cada novo aniversário, ganha mais espaço no coração do ser humano, mas, vendo por reações de outros fãs da franquia, tenho certeza de que não estou exagerando, e sim, buscando uma evolução para uma série de jogos que tanto amo.
No final das contas, acho que ainda vale a pena jogar Pokémon tendo mais de 30 anos. Mas espero que a franquia não permaneça parada no tempo e me ofereça razões para não mudar de ideia depois dos 40.