A FURIA perdeu, na noite da última sexta-feira (25), para a Sentinels por 2 a 0. O resultado, que culminou na nona derrota seguida da organização no VCT Americas em 2025, foi a pior derrota de uma equipe na história da liga, com direito à vitória por 13 a 0 dos norte-americanos na Icebox. Após a partida, Arthur “tuyz” Andrade concedeu entrevista exclusiva à Game Arena. Clique no vídeo acima e confira em vídeo.
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Inicialmente, tuyz falou sobre o que foi a FURIA dentro do servidor contra a Sentinels em um dia “para esquecer” da equipe no VCT Americas 2025:
“Ah, cara, totalmente irreconhecível. A gente tava tendo uma boa semana de treinos, a gente tava corrigindo algumas paradas. Infelizmente não conseguimos transparecer na hora do jogo. Igual você falou, um jogo bizarro, não tem muito o que falar. Totalmente atípico“.
Na Sunset, a FURIA trouxe uma composição similar a da Paper Rex, atual campeã do VALORANT Masters Toronto. Tuyz explicou a escolha da composição da equipe:
“Acho que a gente não tava tendo tanto aproveitamento na composição antiga, principalmente com as traps que a gente tava usando. A gente resolveu trocar pra ver como ia ser. O time definiu que ia ser uma boa composição e era o nosso plano“.
Com derrota por 13 a 0 na Icebox, escolha da FURIA, tuyz falou sobre o desempenho da equipe no mapa:
“A gente vai tirar pontos assistindo a VOD. Por fora, os caras colocaram a gente na roda. Conseguiram bagunçar a nossa rotação, infiltrar, matar nós de lado. Eles bagunçaram o nosso mapa e estiveram na frente na nossa leitura. Infelizmente pecamos como time principalmente e eles saíram na frente. Eles têm mais tempo de time, ideologia de jogo deles que já tão construindo faz tempo. Tivemos nossas situações adversas. Os caras foram superiores hoje“.
Durante o Tixinha & Sacy Invitational, a FURIA fez boas apresentações na Icebox. No jogo contra Sentinels, entretanto, a equipe trocou a composição, abrindo mão de Jett e Harbor e dando espaço para Waylay e Omen. Tuyz explicou a mudança nos agentes e no sistema de jogo da FURIA no mapa:
“Foi o que você falou [troca de sistema de jogo], o Omen é mais agressivo. A composição do Harbor, a Jett dá muito dive sozinha e a gente fez isso pra ter um follow up maior com a Waylay. Essa é a nossa ideia“.
Até a noite da última sexta-feira (25), o maior atropelo da história do VCT Americas pertencia à KRÜ Esports, que venceu a 2GAME no Kickoff Americas 2025 perdendo apenas cinco rounds. Contra a Sentinels, a FURIA pontuou apenas quatro vezes e acabou, além do atropelo, colecionando o segundo 13 a 0 da história da região. Tuyz comentou sobre o mental da equipe e relembrou outro episódio onde acabou derrotado sem pontuar, em 2022:
“Acho que a principal coisa é não deixar abalar. Eu já estive meio na merd*. Já perdi de 13 a 0 antigamente contra a LOUD [em 2022]. Naquela vez, eu senti que, sendo sincero, eu era bem ruim e achei que nunca ia poder chegar no topo, que o gap era muito difícil. Continuei trabalhando.
Sempre tento lembrar do Arthur que era pequeno, que o sonho dele era estar aqui. Faço de tudo para tentar voltar por cima. Essa derrota, já passei por ela, sei que é só não deixar abalar e lembrar dos meus princípios, de tudo que eu já passei, todos os sacrifícios. Já cheguei no topo uma vez e vou chegar de novo“.
Na FURIA, tuyz é um dos jogadores mais experientes da equipe. Com a elástica derrota, o jogador comentou sobre compartilhar suas vivências com os mais novos, que tentam conquistar seu espaço no VCT Americas:
“Acho que a principal parte que temos que levar de aprendizado é não aceitar sair derrotado. A gente tem que, de alguma forma, se reinventar, ir pra frente, tentar ver os erros. Sei que é clichê, mas ver o que fizemos de errado e ir pra próxima. Se a gente aceitar que vamos ficar derrotados, vai ser pior. Todo mundo tem o sonho de ser campeão aqui. Temos que ir atrás das coisas”
tuyz também falou do impacto da bola de neve que a Sentinels criou dentro do jogo para a vitória histórica sobre a FURIA:
“Acho que sim, são vários fatores. Querendo ou não, o VALORANT tem a parte do snowball que os caras vão tendo ult e snowballando o jogo, botando na roda. Isso acontece com várias pessoas, você toma round em sequência e fica ‘o que a gente faz?’. Acho que sim, comunicação caiu um pouco“.
Chegando à FURIA, tuyz retomou seu papel como controlador e falou sobre a volta à função:
“Independente dos resultados, estou feliz voltando. É uma role que eu gosto muito, me sinto encaixado, gosto de fazer o papel de suporte, âncora e estar ajudando o time. Acho que é um dos pontos positivos que eu tenho, característica de ajudar e de estar junto. Acho que encaixo nessa função e estou feliz“.
Apesar de trocar quase todo o elenco, a FURIA chega à nona derrota seguida em 2025. Tuyz comentou se, apesar de não estar com a organização em sete jogos que saíram com as panteras derrotadas, existe uma pressão sobre o elenco por resultados não trazidos pelos outros jogadores que passaram pela organização até o VCT Americas 2025 Stage 1:
“Acho que eu não tenho essa pressão pra torcida, mas mais pra mim mesmo. Eu quero vencer, não tive resultados bons na LOUD também nesse ano. Pra mim, quero só provar pra mim mesmo que eu consigo e dar a volta por cima. Independente de qualquer coisa, meu sonho é ser campeão“.
Sem Luis “basic” Henrique em campo e os treinadores Ian “shaW” Jardim e Lucas “Kamino” Kamino, todos com problemas de visto, tuyz comentou a falta do trio durante as partidas, principalmente da comissão técnica e das pausas táticas:
“Acho que faz bastante falta. Ele [shaW] está no dia a dia, em todos os treinos, pausando e falando a visão dele, dando suporte, passando rounds, botando a gente pra cima e acordando nós. O lukzera e o Guerri fizeram, que estão aqui agora, bons pauses. Eu gostei bastante, estão dando o máximo na medida do possível, mas faz falta, sim“.
Na próxima sexta-feira (1º), a FURIA enfrenta a 2GAME Esports no clássico brasileiro. Tuyz compartilhou suas expectativas:
“Vamos rever nosso jogo, principalmente focar no que fizemos de errado e o que podemos melhorar. Também se preparar contra eles, ver o jogo deles e ir com tudo. Agora é ‘matar ou matar’, então vamos com tudo pro próximo jogo“.
Veja também os nossos vídeos. Neste, entrevistamos Lucca “luk xo” Travaioli, atleta da LOUD.
