O VALORANT é uma modalidade que conquistou o público rápido. Antes mesmo do jogo ser lançado, a comunidade já ansiava pela chegada do jogo de tiro da Riot Games. Com a premissa de chegar como um game competitivo, movimentações de profissionais já começaram a ser feitas, mas a realidade de pro players brasileiros acaba sendo bem diferente dos gigantes que fazem sucesso em equipes consolidadas no cenário e que disputam torneios como VCT Americas (VALORANT Champions Tour). Afinal… por que jogadores bons acabam ficando sem time?
Investimentos iniciais e esforços da desenvolvedora logo no lançamento do jogo de tiro acabaram fazendo com que pessoas migrassem para a modalidade, deixando de lado games competitivos mais antigos, que ainda fazem sucesso entre os fãs de esports, tais como o próprio Counter-Strike (CS). Há profissionais que vieram também de outros lugares, tais como o pro player frz, do MIBR, que já possuía uma carreira consoliadada no Paladins, disputada desde o auge de sua adolescência. A movimentação também aconteceu com atletas que vinham de modalidades que nem sequer são parecidas com o VALORANT, como o caso do campeão mundiial Sacy, da Sentinels, que em quatro anos de competitivo elevou o Brasil no game e mostrou que nós temos muita bala para trocar.
Temos nomes de peso no competitivo e sabemos que possuímos pessoas talentosas e que desempenham um alto nível de jogabilidade que choca o mundo, seja o público, outras equipes estrangeiras e até mesmo casters internacionais. Mesmo assim, a sensação é que temos muitos profissionais disponíveis, para uma pequena gama de organizações que queiram contratar jogadores brasileiros, por mais que sejam muito bons.
Na database da plataforma liquipedia consta que nosso país possui 216 jogadores profissionais de VALORANT, contando com players de todos os gêneros. Porém, quantos destes atletas estão em equipes que possuem visibilidade no competitivo, disputando campeonatos da Riot Games que são acompanhados Brasil afora? A conta praticamente despenca só se pensarmos por alto nos nomes que mais aparecem nos torneios.
De quem é a culpa?
Há quem fale que a culpa é da desenvolvedora, que não conta com um VCT do Brasil, por exemplo, fazendo com que acreditemos que o Americas seja o espaço ideal para apresentarmos nossos strafes, habilidades e muita mira. Há quem reclame também que o formato das competições atualmente não seja viável para que profissionais apareçam para o mundo, sendo o caso do Ascension e Challengers, que não possuem o mesmo peso do que outras competições de ligas pelo mundo.
Vendo nomes de peso em campeonatos com premiações pequenas e sem muita chance de subir acaba entristecendo o público, que, na maior parte das vezes, acaba ficando mais revoltado do que outra coisa com a falta de oportuniadade de pessoas da nossa nação para a modalidade. O negócio é: desde que o esport é esport, nós brasileiros tivemos que dar muito duro para que fossemos vistos. Foi muito trabalho de base e da própria comunidade para que em algum momento, brilhássemos em outros jogos, que é o caso do próprio CS, que, com muita paixão latente e trabalho de anos, conseguiu, aos poucos, ir construindo sua base e caminhar ao sucesso.
A comunidade também gosta de culpar o Léo Faria, que atualmente é head de esports do game. Porém, é sempre bom lembrar que não é apenas o executivo que toma decisões, estas, que precisam ser validadas por mais pessoas da empresa para que as ideias sejam postas em prática definitivamente. Com a possibilidade de jogadores profissionais serem emprestados, a esperança de alguns referente ao crescimento da carreira no VALORANT pode ter aumentado, mas… na prática, será que irá resolver? De qualquer forma, será achar o culpado vai fazer com que atletas habilidosos tenham espaço em campeonatos consolidados? Qual solução precisamos para sermos vistos? Parecer ser um problema muito mais complicado do que vemos, afinal, provavelmente não temos visão nem da ponta do iceberg da modalidade olhando de fora.
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O topo é o suficiente?
A situação é complicada para jogadores que ainda não chegaram no topo, porém, nos últimos tempos, atletas que já garantiram campeonatos importantes ou uma quantidade considerável de títulos também acabaram ficando ou ficaram sem ter uma organaização para chamar de sua por algum tempo, sendo o caso de RAAFA — atualmente no projeto de expansão de cenários da HERO BASE — e o próprio paNcada, que é campeão mundial da modalidade. O problema da falta de espaço para competidores atuaram acaba explodindo em todas as esferas, dando uma sensação de que não importa o quão bom você seja, nem sempre existirão oportunidades para que você possa desempenhar o seu melhor. Precisamos mudar, mas a solução definitiva da problemática ainda engloba algo que talvez possa ir além de jogadores profissionais e organizações do cenário, que dependem de fatores externos para poderem atuar da melhor forma possível.
Confira também nossos vídeos. Neste aqui, entrevistamos Biggie, CEO da Hero Base. Confira:
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