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MIBR fRoD
Valorant
Colin Young-Wolff/Riot Games

Masters Toronto: fRod comenta eliminação na EWC e preparação do MIBR

Em entrevista à Game Arena, fRoD também falou da mudança de meta e respondeu farpas de jogadores estrangeiros à aspas

Fernando "nandoshow" Schwabe •
04/06/2025 às 15:22, atualizado há 6 meses
Tempo de leitura: 12 minutos

Pela primeira vez desde que ingressou no VALORANT, em 2022, o MIBR disputará um torneio internacional no cenário misto. A equipe, que teve reformulação quase completa do elenco em 2025, será um dos representantes do VCT Americas no VALORANT Masters Toronto. Antes da estreia da equipe, a Game Arena conversou com Daniel “fRoD” Montaner, treinador do MIBR. Clique no vídeo acima e acompanhe na íntegra. 

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Inicialmente, fRoD refletiu sobre a campanha do MIBR no VCT Americas 2025 Stage 1:

Eu acho que, com certeza, poderíamos ir mais longe, mas estou feliz com o resumo de tudo. Todos os times têm coisas internas, problemas. Nosso time não é diferente, mas são coisas dentro do jogo. Quando fazemos mudanças, reseta muito o nosso time, reseta táticas, comps, tudo. Não é difícil taticamente, precisávamos de mais tempo, treinar, ver o que ia encaixar. Tinha um meta muito esquisito também.

Era mais jogar o meta e fazer o máximo, melhorar. Estamos chegando em um ponto onde o time melhorou bastante, mas cada vez que tem troca no meta, reseta muito os times. Estamos mais focados no futuro, é “chato” que voltamos a jogar esse meta que esquecemos um pouco das coisas, mas acontece. Não deveria ser tão difícil, mas do split 1, fizemos bem, mas temos que passar um muro pra não ficar em terceiro lugar em cada campeonato que entramos.”

Durante o qualificatório da EWC 2025, o MIBR abriu mão do meta Tejo na Split e voltou a atuar com a composição de dois duelistas. Para fRoD, a equipe sofreu com as mudanças de patch feitas pela organização do torneio, que optou por utilizar o patch 10.07 ao invés do 10.09:

Acho que é uma pergunta difícil. Estamos tentando treinar para Toronto, mas queremos vencer o camp. É muito difícil fazer os dois e eu acho que é muito chato que o campeonato trocou pro novo patch e voltou quando todos os times começaram a chorar. Acho que isso é meio zuado. Não é só trocar patch novo, velho. Somos o único time que fica fudid* nisso. Falei com o Rob [CEO] da Sentinels e ele tentou falar sobre isso. Qualquer time que fica em 3º lugar, sofre que nem nós nessa parte. Você vai qualificar pra um Masters, mas precisa brigar pra um outro campeonato internacional, no meta velho, e você é o único time.

Tem nove times e somos o único time focado no novo patch. Os outros times se juntam e choram demais. Os caras não têm muita experiência com o ecossistema da Riot, então eles só trocam. Em meio a tudo isso, tentamos treinar para os dois. Não é desculpa, é a realidade. Merecemos perder por causa de não jogarmos tão bem. Não gostei de como o campeonato tava indo e todos os times chorando do meta. Já estão eliminados, treinando no patch velho, mas essa composição já era, acho muito zoado. Quando muitos times grandes choram junto, é outra coisa“.

Durante a série decisiva contra a 100 Thieves, que dava a última vaga para a EWC, o MIBR chegou a abrir 2 a 0, mas acabou sofrendo a virada e ficando de fora. fRoD comentou a eliminação da equipe brasileira:

Acho que uma mistura de coisas. Era algo que nosso time precisava de uma vontade extra. A gente tinha vontade pra ganhar, vencer, qualificar. Um jogo assim é muito longo e estamos trocando composições e faz sentido para nós tentar fazer isso por conta do calendário, mas também no fim das contas, atropelou umas coisas. Como no Kickoff, seria melhor jogar no conforto ou no nosso pensamento ao invés de jogar o meta sem treino. Um pouco disso, o que vamos fazer, jogar sem treino ou no conforto? Não tem como fazer tudo e ficar pronto pra tudo.

É uma situação que nosso time não jogou tão bem, estamos em uma fase que não estamos jogando em alto nível. A parte que fico feliz, que qualquer jeito que estamos em uma fase ruim, estamos tentando representar o Brasil e ir longe no campeonato. Até nós, nenhum time brasileiro ganhou mapa no qualifier. Ganhamos mapas, mas ficamos vacilando no final. Para nós, é muito importante qualificar, mas também manter a dominância como melhor time brasileiro, e ninguém pode falar o contrário.”

Diversos analistas, treinadores e criadores de conteúdo apontam o MIBR, junto à G2 Esports e Sentinels, como uma das melhores equipes do Masters Toronto. Para fRoD, a equipe brasileira, que é a terceira seed do VCT Americas, chega como “underdog” no Canadá:

Nosso time pensa muito no underdog, é nós contra todos. Pensamos assim, se ganhar ou não, vamos ficar nisso. Se a galera, analista, tudo isso, falam isso, tá de boa, opinião dele. Respeitamos, mas não muda nada pra nós, com muito respeito. Não estamos olhando, não importa no nosso dia a dia, isso é para o público. Feliz que estão respeitando o nosso time, mas não muda nada para nós. Entramos nesse ano com nós contra todo mundo“.

Em entrevista à Game Arena durante o VCT Americas 2025 Stage 1, Andrew “Verno” Maust comentou que a mudança de meta daria um buff ao MIBR em Toronto. Para fRoD, a mudança

Não sei se um buff, mas vai dar uma melhorada. Precisamos de treino e tempo para ficar bom. O VALORANT vai ser outro jogo agora. Antes era só magia, habilidade, recurso, timing de cooldown, jogar em posição roubada ou jogar post plant olhando o Ipad e cheirando parede. Agora vai ser muito mais voltando aos conceitos do FPS, jogar junto, fazer as coisas junto. Não vai ter algo definido, boneco roubadasso. Se você gosta, tem que jogar. Agora vai ter mais liberdade, mas nada vai ficar forte. Vai equilibrar o meta e abrir pra jogar de tudo.

Vai melhorar o time, especialmente um cara como o aspas, o melhor jogador do mundo, mas também, quando o cara tá com 15 habilidades caindo em cima dele, impossível jogar de Operator. Acho que o aspas vai voltar jogando com Operator, coisas assim, tem mais liberdade no mapa, não tem recurso demais para punir. Acho que, geralmente, nosso time vai melhorar. Temos muita mira e jogadores muito inteligentes. Vai forçar essa parte, team play e fazer coisas juntos, sem focar na magia. Vai ser legal pra todo mundo, mas muitos times vão ficar forte nesse sentido. Se você não está abusando do Tejo, não vai ir longe. Agora vai ser mais mérito do conceito, treinamento, não mérito de abusar boneco roubado“.

Com quatro estreantes em palco internacional, o MIBR tem apenas fRoD e aspas com experiência. O treinador falou sobre como blindar o elenco para evitar pressão diante da grande expectativa da comunidade brasileira e internacional:

Acho que são duas coisas. Coisas fora do jogo, nosso clima, personalidade do time. Como somos amigos fora do jogo, fazemos coisas juntos, quase sempre depois do treino, se não janta, jogamos. Depois que perdemos pra NRG, estamos numa fase ruim mentalmente, fomos pro mar, todos pularam no mar, tirar a maldição da mente. Estamos fazendo tudo junto, vamos vencer e perder juntos. Essa parte ajuda pra quando você tá no palco, você está na parte com pressão, você sente, mas sabe que está com os parceiros que estão aí para você. Acho que essa parte vai ser legal e ajuda muito. 

Falando dentro do jogo, nosso time bota muita pressão nas nossas costas, alta pressão, muita cobrança, então não vai ser muita pressão chegando no Masters porque tem pressão a cada dia pra treinar. Acho que nossa mentalidade está ficando mais forte com nosso dia a dia. Minha esperança é que isso ajude no palco, estamos tentando coisas que eu sei que ajudam e que estão indo bem pro nosso time até agora“.

Além das mudanças de meta, o Masters Toronto terá mudanças na rotação. fRoD comentou sobre a saída de Fracture e retorno da Sunset e se o MIBR pode jogar os sete mapas:

Se você olhar nosso histórico, vai ver que nosso time gosta da Sunset. Fracture é um mapa que sabemos jogar, mas é uma bost*. Um círculo gigante com orbes demais que não tem como controlar, tem uma corda no meio do mapa. É o pior mapa do VALORANT. Pra nós, estamos felizes quando anunciaram um mapa ruim saindo e um mapa bom voltando. Pra nós, não temos um perma ban, mas sempre estamos pronto pra jogar Fracture, mas tem times melhores e não vamos arriscar.

No fim, temos um map pool, muita gente pensava como nós. Quando Sunset volta, vamos ter melhor de três diferentes, gosto muito. Estou feliz com a volta e que o Tejo foi embora, foi pro lixo. Acho que a Riot fez boas mudanças, mas até ontem a gente tava jogando o meta velho. Era um pouco esquisito, mas está positivo para o futuro. Meta e rotação é muito mais saudável para a liga.”

A partir das 16h (horário de Brasília), o MIBR começa sua caminhada no Masters Toronto. Jogando contra a Gen.G na estreia, vice-campeã do Pacífico, fRoD falou suas expectativas para o confronto:

A expectativa é pra vencer. Os caras são muito bons, mas nosso time é bom também. Nosso time entende como jogar contra os caras. Só o aspas jogou contra eles, eles nunca jogaram contra nós. Vai ser muito legal de assistir. Verno venceu contra os caras no OFF//SEASON, sabe como os caras jogam. Se você olhar a entrevista dos caras, eles respeitam nós mais que outros times. Não é que somos melhor que G2 ou Sentinels, mas eles acham que tem chance melhor de vencer porque sabe como jogam, tem confiança contra os caras. Contra nós, eles não sabem e tem muito respeito. Eu tenho muito histórico com Solo [treinador da Gen.G] também. É um cara muito legal que, se Deus quiser, vamos entrar no Hall da Fama [do CS] juntos.

O cara é um monstro, era um jogador bom de AWP como eu. Sei que vai ser um jogo difícil, mas nossa preparação tá começando agora porque não tinha como começar antes. Eles saem na frente, mas nosso time está focando agora completamente. Vai ser muito legal, estamos prontos pra jogar contra eles e todos os times do Masters. Todos os times são bons, mas todos tem um playstyle que não é muito fora da caixa. Muitos times jogam muito padrão, default. Vamos ver o que vão fazer com meta novo. O estudo que vamos ter não será certo, então nunca vamos saber até entrar no palco. Vamos ter a preparação de como jogam, mas como plano B, C. Não vamos saber o que vai acontecer até entrar no servidor“.

Durante a primeira etapa do VCT 2025, a Team Heretics publicou um vídeo farpando Erick “aspas” Santos, afirmando que o brasileiro jogava por números. fRoD comentou sobre enfrentar a equipe europeia:

Com certeza, todo mundo quer enfrentar esse ruins, só falam merd*. Os caras tão fazendo clickbait com o Cabra [aspas] e acho isso muito zoado, porque isso mostra que você não tem respeito. Se não vão nos respeitar, não vamos respeitar eles. Tá de boa, enfrentamos os caras. Vamos ver como o Fortnite entra no jogo, sabe?“.

O MIBR estreia no dia 08 de junho, às 16h (horário de Brasília), contra a Gen.G, vice-campeã do VCT Pacific 2025 Stage 1. O torneio começa neste sábado (7), a partir das 13h (horário de Brasília)


Veja também os nossos vídeos. Neste, entrevistamos Matias “Saadhak” Delipetro, que falou sobre a nova geração brasileira no VALORANT:

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