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FURIA lukzera
Valorant
Colin Young-Wolff/Riot Games

VALORANT: lukzera fala sobre afastamento de mwzera, preparação e acredita que FURIA é a "maior do Brasil"

lukzera detalhou o trabalho da equipe nas últimas semanas e rasgou elogios à pryze

Fernando "nandoshow" Schwabe •
19/03/2025 às 16h31, atualizado há 3 dias
Tempo de leitura: 13 minutos

 
Apesar das grandes expectativas no começo da temporada 2025, a FURIA acabou tendo problemas fora do servidor e não conseguiu corresponder à altura do desafio apresentado. Eliminada do Kickoff Americas sem vencer mapas com o elenco brasileiro, a equipe retoma sua jornada em Los Angeles com mudanças entre os titulares. Antes da estreia, a Game Arena conversou com Lucas “lukzera” Soares, General Manager da FURIA VALORANT. Clique no vídeo acima e acompanhe na íntegra.

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Grande surpresa na última semana, a FURIA anunciou que moveu mwzera ao banco de reservas devido a um problema de saúde reportado pelo jogador. Na entrevista, lukzera comentou sobre a mudança e revelou que a staff também foi pega de surpresa com a notícia:

Para nós, também foi uma grande surpresa, especialmente para mim e o Peu, que recebemos a notícia primeiro. Estávamos vindo de quatro semanas de treino e, após nossa eliminação no Kickoff, tínhamos um total de oito semanas para nos preparar. Já havíamos completado metade desse período, e tudo estava fluindo muito bem e em um final de semana o jogador relatou que não estava se sentindo bem e que buscaria atendimento médico para entender o que estava acontecendo e de imediato, apoiamos a decisão dele.

E foi isso que ele fez e acabou tendo que se afastar por um período indeterminado para melhorar desse problema de saúde. Acredito que ele vá entrar em mais detalhes, ele mesmo já postou nas redes falando que vai se pronunciar quando estiver se sentindo melhor. Pra gente foi uma surpresa muito grande, a gente não esperava. De imediato, a gente respeitou o momento que ele estava passando e estamos dando todo o suporte e por outro lado a gente como time tentou ser o mais racional possível para lidar com a situação levando em conta que tínhamos a estreia no stage1 em 3 semanas.”, explicou lukzera.

FURIA mwzera
mwzera foi movido ao banco da FURIA por problemas de saúde (Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games)

Após quatro semanas de trabalho com mwzera, o jogador deixou o elenco principal e “forçou” a FURIA a fazer uma mudança devido a seu quadro médico. Sobre o preparo após a notícia da mudança, lukzera disse:

Primeiro que não é fácil se preparar por oito semanas. No calendário do VALORANT a gente tem que se adaptar a esses momentos longos sem partidas, a gente sabe que é um desafio se preparar por um período tão extenso. Alguns pontos têm que estar muito bem alinhados para a equipe não se perder ao longo do caminho ou não perder tempo, ainda mais no VALORANT que do nada lança um agente novo que pode mudar o meta todo. Desde o Kickoff já lançou agente novo, já vamos jogar em outra rotação de mapa, então sempre temos que tomar cuidado e não se prender a muitos quesitos do jogo, mas sim focar em uma evolução do time, de conexão do elenco.

A gente tava trabalhando muito nisso, sentimos falta de sinergia na nossa estreia, a gente não tava conectado como time nas ideias dentro de jogo e ficou claro no Kickoff. O mw é um cara com voz muito ativa, tava sempre com o raafa ajudando como um certo second caller, dentro do servidor. Tivemos que passar por uma adaptação com o afastamento dele, mas como vínhamos trabalhando como foco a sinergia da equipe muitos aspectos foram aproveitados desse período. O grupo em si está mais envolvido, criando afinidade, então não foi um trabalho perdido o que foi feito nas 4 primeiras semanas. A gente teve que fazer algumas adaptações, principalmente no estilo de jogo. Conseguimos aproveitar bastante coisa das primeiras semanas para dar uma continuidade legal no trabalho.“, disse lukzera.

Sem mwzera, a FURIA contratou pryze, ex-2GAME Esports. Entretanto, lukzera revelou que o plano inicial da organização era contar com um jogador da FURIA Academy, que disputa o VCB 2025. Porém, os problemas com visto foram mais uma vez a grande “pedra no sapato” da organização neste ano:

Eu, Guerri, Peu, sempre pensamos pelo lado competitivo. Quando a gente teve problema de visto no começo do ano, a gente queria um time competitivo para a primeira partida. Dessa vez a gente também falou que precisávamos de alguém que encaixasse na função, no perfil que a gente queria, e que a gente conseguisse colocar o mais rápido possível para aproveitar essas 3 semanas de treino..

Num primeiro momento, a gente olhou pro nosso academy até porque eles estão tendo bons resultados no Brasil e o objetivo do nosso academy é realmente formar jogadores para a competir na franquia. Por conta das questões de visto, a gente percebeu que não ia dar tempo, chegamos a falar com a advogada, e ela disse que não daria tempo e num melhor cenário seria algo pro segundo split do VCT Americas. Entao começamos a olhar para opções mais viáveis, jogadores Americanos, jogadores que estavam aqui no ano passado e a gente só precisa renovar o stamp, analisamos todas as possibilidades visando chegar de forma competitiva.

Até que a gente chegou no Pryze. A 2G foi bem aberta e amigável nessa negociação e estamos bem feliz de contar com ele pra esse primeiro split apesar de tudo.”, detalhou lukzera.

Com problemas de visto fora do servidor, a FURIA enfrentou problemas com o desempenho no Kickoff Americas comparado ao que apresentou no Tixinha Invitational, onde saiu como a grande campeã. Na conversa, lukzera apontou as principais dificuldades da FURIA no torneio que abriu a temporada 2025 no VCT Americas:

Acho que o maior desafio foi conseguir reproduzir e retomar o desempenho da equipe, no mesmo estágio que a gente estava no campeonato do Tixinha. No final do ano passado a gente fechou a nossa line muito cedo, acho que no final de outubro, se não me engano. Acredito que a gente tenha sido um dos primeiros brasileiro a fechar o elenco. A gente demorou um pouco mais para anunciar, mas já estava rolando um trabalho com treinamentos e tudo mais, porque a gente não via sentido em anunciar o time já que nem tinha OFF//SEASON anunciado quando a gente fechou o time, a verdade é essa. Então a gente vai pro TXI com um mês e meio de treino, leva os meninos para o office, porque julgamos que seria algo importante a equipe ter esse primeiro contato jogando junto o mais rápido possível e conseguimos ganhar o campeonato.

Acredito que a gente não conseguiu aproveitar a confiança que ganhou no OFF//SEASON. A gente joga a final no dia 15 de dezembro e já vem Natal, Ano Novo, e acaba quebrando o ritmo que estávamos, e ainda teve problemas de visto que fugiram do nosso controle. Então chegamos nos Estados Unidos com muita vontade de jogar, ainda mais depois de tudo que tínhamos passado, mas infelizmente não conseguimos impor o mesmo ritmo e sinergia que tivemos no final de 2024.

Teve ainda o peso da estreia que todos os times têm, pra gente foi um pouco mais forte pelo fato da gente ter chego no dia anterior ao jogo mas ainda estávamos com muita vontade de ganhar e confiantes.”

Durante o Kickoff Americas, grande parte da comunidade brasileira e internacional fez duras críticas à FURIA pelas composições, principalmente na Fracture, onde a equipe apareceu jogando de Sage e não explorou Tejo e Breach, que começavam a dominar o meta. Para lukzera, a equipe precisa entender como “misturar” as habilidades e a “base do FPS”:

Quando conversamos sobre o jogo no dia a dia, temos uma base de FPS muito forte, minha, do raafa e do peu. A gente veio do CS e acreditamos que no valorant existe sim um meta dominante de momento, mas que não precisa ser levado a ferro e fogo por todos os times ou que seja o único caminho para a vitória. A gente acredita que o que faz um time campeão é um time que toma as melhores decisões e saiba executar alguns conceitos dentro de jogo, ou seja, jogam o FPS. Tem muitos aspectos dentro do VALORANT que quando você começa a ter uma visão mais ampla do jogo, você percebe que o problema não está na composição ou por não estar fazendo o mesmo que outras equipes estão, é muito mais complexo que isso..

Pra esse primeiro split conversamos muito. Nós acreditamos que o FPS tem que ser jogado, essa coisa que falam que é só combinar poderes é algo que a gente não acredita e é algo que a gente dificilmente vai seguir só por esse caminho. A gente está tentando mixar as duas coisas, esse foi um dos principais pontos que eu, junto do Guerri, pensamos ao trazer o raafa e o Peu para o projeto. Estamos fazendo um trabalho para ser mais consistentes aplicando conceitos de FPS e minimizando erros“.

lukzera avaliou a evolução da FURIA desde a eliminação no Kickoff até alguns dias antes da estreia no VCT Americas Stage 1:

Eu avalio como uma evolução trabalhosa. Eu acho que a gente teve que focar em pontos muito específicos que fazem com que a preparação seja bem trabalhosa principalmente para nossa staff. Focando em pontos que talvez, como eu falei, não se tratam de VALORANT e sim sobre fortalecer conceitos de FPS dentro do time. Há algumas semanas, a gente não sabia nada sobre agente novo, então se você foca muito em composições e agentes, um update do jogo pode atrapalhar um trabalho de semanas. A gente não sabia se o Tejo ia ser nerfado por exemplo, imagina se a gente se prepara de Tejo em todos os mapas e só foca nisso e com 3 semanas tudo muda? Por isso que o trabalho tem que ser bem pensado e não só baseado no que está rolando no momento.”

Neste sábado (22), a FURIA estreia no VCT Americas Stage 1 contra a G2 Esports, atual campeã do Kickoff Americas e vice-campeã do Masters Bangkok. Na entrevista, lukzera compartilhou suas expectativas e pontuou o principal desafio da equipe brasileira para o duelo:

Acho que nosso principal desafio hoje é mostrar o trabalho que a gente fez de uma forma que a gente não perca situações que dependem do coletivo. Esse é o desafio e é isso que temos que ir na cabeça pra esse jogo. Como eu falei, a gente trabalho muito a parte do coletivo, então pretendemos nos destacar nisso, estar na mesma página. É algo que está sendo mais comum no nosso dia a dia é estar na mesma página antes da partida, durante o round e no final do round.

Vai ser um jogo equilibrado e estudado de certa forma. A gente não pode ignorar os últimos resultados que eles tiveram, então temos que ir preparados para a guerra. Eles são um time que se adaptam muito rápido, então estamos preparados para algumas coisas diferentes que eles podem trazer e estamos focando bastante no nosso coletivo. Acredito que podemos sair com um resultado positivo contra eles. Começar com essa vitória tem um peso muito positivo para os próximos jogos. A gente está num grupo que a gente considera difícil, mas a vitória tem um peso grande pra dar continuidade no ano, não só no stage 1.”, comentou lukzera.

Sem resultados expressivos desde a criação do VCT, em 2023, a FURIA busca seu primeiro torneio global. Questionado se a falta de resultados gera uma pressão maior ou se a mudança de elenco tira as expectativas da comunidade sobre a equipe, lukzera diz que acredita que a organização é a “maior do Brasil” e que a pressão por resultados é normal:

Acho que a expectativa da comunidade nunca diminui por se tratar de FURIA. É a maior organização do Brasil, então sempre tem um peso maior da comunidade por resultados. Acho que isso é natural, o profissional, quando aceita vestir a camiseta, tem que saber que essa pressão vai vir acompanhada da oportunidade de entrar numa organização desse calibre.

É o que a gente fala por aqui, a pressão depende muito da forma como você vai lidar com ela. Muitas vezes, ela vai ser um privilégio se você souber usar ela da forma certa. E muitas vezes, ela pode te prejudicar, então a gente trabalha muito essa parte do que a gente pode tirar de bom dessa pressão. Enquanto a gente estiver na FURIA, vai ter pressão vindo da torcida, porque o torcedor é apaixonado.

A FURIA é a primeira organização que eu trabalho que realmente tem uma torcida. É importante deixar claro que sabemos quem realmente é torcedor e quem ta ali só para tumultuar.


Confira também os nossos vídeos. Nesse entrevistamos Matheus “bzkA” Tarasconi, head de VALORANT da LOS.

  













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