Reforço da Team Vitality na temporada 2025, Felipe “Less” Basso fez história no último domingo (9). Com a vitória sobre a Team Liquid por 3 a 2, o brasileiro se tornou o primeiro jogador a vencer um título em duas regiões diferentes do VCT. Após a conquista, o atleta concedeu entrevista exclusiva à Game Arena.
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Com um reverse sweep, Less comentou suas emoções após a vitória na final do Kickoff EMEA 2025:
“To feliz, tô bem feliz. Tem todo o valor sentimental pra mim, pessoal. Eu saí de um time brasileiro e tals, tem muita galera que hateia, que fala que eu não sei falar inglês. Mas pra mim é muito importante essa vitória, pessoalmente assim“.
Com a conquista do Kickoff Americas 2025, Less fez história ao se tornar o primeiro jogador a conquistar um título em duas regiões do VCT. O jogador compartilhou sua visão sobre o feito:
“Acho que tem um sentimento mais especial por eu ser o primeiro. Eu sei que com certeza essa marca vai ser batida no futuro, acontecem várias trocas em jogos da Riot, mas fico feliz de ter sido o primeiro. Eu pensei em falar na entrevista lá em falar que eu queria ser o primeiro a ganhar duas Champions, mas não vou falar isso ainda. Deixa chegar no Champions e lá nós falamos“.
Apesar da ótima campanha e do título conquistado, a Vitality saiu perdendo por 2 a 0 na grande final. Less explicou as dificuldades encontradas pela equipe:
“Sendo bem sincero, a gente se preparou muito mal. Tipo assim, acho que pelo fato de ser um jogo campeonato muito corrido e a gente não ter tanto tempo pra se preparar e o meu time não estar tão acostumado com isso também. A gente ganhou a final upper, ia ter final lower no dia seguinte e a nossa final no outro dia. Meu time meio que bugou entre ser um day off e uma preparação. A gente se preparou muito mal, sendo sincero. A gente assistiu mais individual as vods deles. Foi com a cabeça erguida demais, salto muito alto. Não fizemos a preparação junto e aí os caras surpreenderam. Querendo ou não, tinha motivo para eles darem três stomps na Heretics, né? Os caras vieram com uma ideia de anti-tático, acho que eles nem tem tática, é só anti-tático. Surpreenderam a gente“.
Em nova fase na carreira, Less tem “saído do padrão” e atuado como controlador em alguns mapas. Além da mudança de função, o brasileiro foi visto jogando de Phantom e causou dúvidas nos fãs nas redes sociais. Desta forma, o jogador explicou atuar de Brimstone e jogar sem sua tradicional Vandal:
“Cara, isso daí é triste, tá? Não me orgulho de dizer. Primeiro, Brimstone foi mais pelo time e pelo trexx, ele não tava muito confortável de fazer Brimstone e eu sou pau pra toda obra. Eu sempre gostei de jogar de Brimstone, o estimulante dele e tals. Em relação à Phantom, rapaziada, eu tava assistindo muitos campeonatos, muita gente jogando de Phantom e eu tava pinando nas ranqueadas, não tava pegando legal. Falei que hoje era Phantom day e que se dane, eu vou com tudo. Joguei ranked ontem de Phantom, joguei ranked de Phantom hoje, fui pro campeonato de Phantom e deu bom. Peguei um monte de kill, quase MVP, acho que o Sayf foi MVP, ele mereceu muito, mas consegui dar uma destacada.
Tô passando por uma fase difícil, pessoal, de confiança. Minha função sempre foi muito em relação à comunicação do time. Como eu tô trocando de língua, meu cérebro ainda não tá 100% adaptado com quatro pessoas falando em inglês todo segundo. Eu consigo entender tudo, mas meu cérebro não tá na insta reação que era antes. Um cara fala que tem dois caras lá, eu consigo reagir instantaneamente aqui, meu cérebro ainda não tá isso, tá prestando atenção no que ele tá falando, não no automático. Eu to com esses problemas pessoais e acabou vindo essa Phantom. Querendo ou não, Phantom é a arma mais fácil de matar, eu sempre falo isso nas minhas lives, Phantom é arma de newba e eu fui newba hoje“, explicou Less.
Em sua primeira experiência internacional, Less comentou quais pontos precisa focar para voltar ao auge:
“Acho que vai ser muito tempo e trabalho. Tava falando com meu coach pra ele me ajudar a fazer vod review só de comunicação pra eu pegar essa comunicação lá do fundo. A call do IGL eu consigo entender de boa, mas aquela call que vai diferenciar meu round, aquela informação, aquele Sova spot vai mudar tudo. É com tempo, esforço, jogar ranked eu to jogando, comunicando com os caras, vai ser questão de tempo. Quanto mais passar, mais vai voltar esse Less e a galera vai voltar muito“.
Um dos principais duelistas da história do VALORANT, Derke se fingiu de clone do Yoru em partida contra a Heretics. Less contou um pouco dos bastidores da jogada e destacou o companheiro:
“Cara, essa história foi boa. Foi ideia do trexx e do Derke, eles criaram essa ideia juntos. Foi muito engraçado porque eles fizeram isso no round anterior pra fazer fake do nosso default e o cara insta deu um time na cabeça do clone no round anterior. O Derke viu isso e falou pro trexx que deu insta tiro na cabeça do clone, mas eu vou. Ele foi, ele não deu tiro na cabeça do clone e deu bom. Ele foi só confiando no universo, no último round não tinha sido boa a experiência“.
Nos últimos anos, uma narrativa sobre “super times” existe em volta do cenário de VALORANT darem errado Equipes como NRG, Sentinels e outros sofreram nos últimos anos. Considerada por fãs como um super time, Less destacou a diferença da equipe e pontuou o que faz uma equipe ser “super”:
“Super time é uma parada que a galera ver só o nick. O montar de um time é muito diferente rapaziada. A gente tem que ver o que é um super time. São os melhores jogadores, mas esse super time pode ter vários IGLs. O que acontece no nosso time, vamos dizer que temos um super time, o Derke era o duelista da FNATIC e ele fazia muita call de defesa. Eu era o second caller da LOUD e fazia muita call de ataque. O Sayf era second caller da Vitality, ele nunca confirmou isso, mas sempre deixou claro que sempre comunicava muito, e virou IGL. Você tem que ver a personalidade das pessoas. O quarto e quinto jogador são mais quietos, não comunicam tanto, então não vai bater muito a cabeça.
Um super time não é montado pelo nick e sim pelo projeto que tá atrás. Não adianta você colocar três caras que querem ser IGL ou ninguém quer ser IGL, que acontece muito no Brasil também. Quando eles me chamaram pra esse projeto, eu tinha na minha cabeça que eu ia seguir o coach e o IGL. Eu já tinha isso na minha cabeça. Se eu vou com a mentalidade de que eu quero mandar em todo mundo, poderia dar uma merda gigante, é muito a mentalidade do jogador e não só a mira dele.”, respondeu Less.
Less comentou sobre como é vencer seu primeiro título com a Team Vitality:
“Bem feliz pra ser sincero. O Neo, dono da Vitality, veio no último jogo, ele torceu, estava muito feliz, a gente conseguia ver que ele tava feliz. Ele tá acreditando no projeto a longo prazo, que é o que a gente tá tentando colocar a ideia, o projeto é o Champions, tudo é experiência. Ele tá abraçando essa ideia, fico muito feliz com esse troféu. Temos muito menos pressão, podemos focar no Champions“.
A Team Vitality estreia no VALORANT Masters Bangkok contra a T1, vice-campeã do Kickoff Pacific 2025. Less compartilhou suas expectativas para o duelo:
“Eu tô bem feliz que vamos jogar contra eles. Eu e o stax somos bem amigos e eu gosto da organização também. To bem feliz que vamos jogar contra eles. Nós já tínhamos jogado um OFF//SEASON contra eles em off. A gente não fez OFF//SEASON em campeonato, mas fizemos match day contra alguns times, tryhard, tipo campeonato, e fizemos contra eles e foi bem divertido. Estou bem animado para enfrentar eles“.
Confira também os nossos vídeos. Nesse entrevistamos Matheus “bzkA” Tarasconi, head de VALORANT da LOS.
