O competitivo de VALORANT está próximo de iniciar a temporada de 2024, sendo o MIBR, uma das equipes brasileiras que disputam o VCT Américas (VALORANT Champions Tour). Conversamos com Leandro “frz” Gomes para entender mais sobre a carreira nos esports e preparação para o torneio.
Uma das equipes mais tradicionais dos esports não teve o ano dos sonhos na última temporada competitiva da modalidade. Desde 2022 na organização, sendo um dos veteranos do time, o pro player foi crítico consigo mesmo e seus companheiros ao falar da atuação em 2023.
“Eu acho que esse ano que a gente teve agora em 2023 foi um ano conturbado, sim, em questão de desempenho”.
No primeiro evento, o VCT LOCK//IN São Paulo, o elenco acabou dando adeus ao torneio logo no primeiro jogo. Desta forma, não teve oportunidade de jogar mais partidas contra mais times. Na Liga das Américas, a equipe não se classificou para os playoffs da competição, mas disputou séries contra clubes consolidados, tais como LOUD, Cloud9 (C9) e NRG.
Jogando no qualificatório do Last Chance, o MIBR acabou perdendo para a KRU Esports logo no primeiro embate, porém, este foi o clube que saiu vitorioso do torneio, superando FURIA, C9 e a LEVIATÁN. O pro salientou que 2023 “foi um ano de muito aprendizado também”.
O novo MIBR
Como se é esperado em fim de temporada, a organização realizou alterações na line-up. Com mazin e artzin no elenco, disputou o MEG (Multiplatform Esports Game 2023) de VALORANT contra outras 15 equipes brasileiras em evento presencial no Rio de Janeiro, na Arena Carioca 1.
A vitória veio na primeira disputa, mas o time precisou varrer a lower para chegar nas finais da competição; sob pressão de não poder perder mais nenhuma partida, o MIBR ficou no terceiro lugar do torneio e em pouco tempo junta, a line-up já mostrou para os fãs uma nova realidade.
Perspectivas para o VCT 2024
Pensando no VCT 2024, Gomes se vê animado para nova temporada com a nova escalação, mas também não tira os pés do chão quando o assunto é competir.
“Eu acho que muitas coisas que eu fiz errado, eu consegui corrigir pra esse ano. E muitas coisas que eu fiz certo, eu consegui manter. Então eu acho que esse ano vai ser muito melhor. Já tô vendo o resultado já nos treinos aqui já no Brasil.”
“Obviamente, tem que ver como que vai ser na hora do campeonato, no treino lá fora. Mas eu tô bem mais confiante esse ano. E em relação ao time, eu acho que essas novas peças que entraram realmente tão agregando muito. São dois moleques muito bons, muito cabeça. Tô gostando bastante do time, do jeito que tá. Tem que ver no campeonato agora”, explica.
O “costume” do NA em farpar
Só quem vive em uma caverna não viu o fatídico vídeo de pro players da NRG sendo colocados em situações desconfortáveis em dezembro do ano passado. Em um ranking dos participantes do VCT Américas, Demon1 elencou os brasileiros na lanterna da lista e a comunidade não ficou muito satisfeita com as críticas.
Aparentemente, os fãs se importam mais com a visão do norte-americano do que o próprio atleta do MIBR.
“Sinceramente, tipo, pra ser honesto, eu nem ligo. Tipo, eu vejo isso aí, eu realmente não me importo, tipo, com a opinião deles, o que eles acham.”
“Eu acho que, tipo assim… o pessoal do NA tem muito costume de farpar, pra movimentar o cenário e tudo, sabe? E tipo, é a opinião dele também, e eu respeito, sabe? Mas acho que não é algo assim que afeta, pelo menos a gente, os jogadores.”
“Tenho certeza que também ninguém se importa. Acho que é mais pra questão do público mesmo, que fica olhando e fica bravo, né? Com isso, mas… acho que não faz muita diferença pra gente não”, disse durante a entrevista.
Veterano no MIBR e nos esports
Pela equipe brasileira, é um dos mais antigos na line-up, mas não apenas isso. Aos 23 anos, o jogador profissional já tem um longo percurso quando o assunto é competir; entrou nos esports aos 16 anos, mas a família não apoiava a carreira de pro player no Paladins; até disjuntor o pai desligava para que fzr não jogasse.
“O começo da minha carreira foi bem difícil, pra falar a verdade. Eu morava com meu pai e ele nunca apoiou muito na época, né? Ainda mais que ele não conhecia direito como funcionava a questão de esports e tudo. Ele não gostava que eu ficasse até mais tarde jogando.”
“[…] Meu pai, ele ficava doido comigo, que eu ficava até mais tarde acordado jogando. […] Meu apelido, me chamam de Fogão e o motivo disso é que tinha um problema lá em casa. Na época eu jogava no notebook que era bem lenzinho, tipo, dava, sei lá, 50 FPS…”
‘Tinha um problema em casa de eletricidade, que quando eu ligava o fogão, desconectava todos os USBs do meu notebook. Eu tinha que pausar o treino. Eu tinha que explicar pro meu time que acontecia isso. Eu falava que era do fogão, aí todo mundo começou a me chamar de Fogão.”
“Na época meu pai fazia de propósito. Tipo, ele ia lá, ligava o fogão, só pra eu parar de jogar. Desligava o disjuntor, era um caos pra eu jogar, […] mas foi indo nessa luta aí” – frz.
Tudo isso não impediu que o jogador profissional continuasse a perseguir seu sonho e, não é que deu certo? Depois de jogar o mundial da modalidade — o qual foi vice-campeão, o pai começou a aceitar melhor a profissão.
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Hoje (2024), quem o vê disputando o VCT Américas, pode nem imaginar como foi difícil para o jovem Leandro continuar a competir e até mesmo aprender a mandar bem no Vavá.
“Eu só sabia usar poder”
“Eu cheguei [no VALORANT] e eu só sabia usar poder, né? Tanto que nos times que eu jogava, o pessoal falava pra mim: ‘ô, arma na mão, puxa a arma na mão, você tá toda hora com o arco na mão aí, tacando magia e tudo’. Eu falei: ‘ah, é o que eu sou bom’. Acho que com o tempo, fui aprendendo” – frz
O MIBR é um dos times que representa o Brasil no VCT Américas ao lado da LOUD e da FURIA. Além disso, a LEVIATÁN conta com o tupiniquim aspas e a Sentinels possui Sacy e pANcada na line-up, ambos nascidos em terras brasileiras.
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