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O MIBR saiu na frente na Pearl, mas o jogo não foi fácil. Após empate na primeira metade, a G2 começou melhor e caminhava sem dificuldades para a vitória. Entretanto, a equipe brasileira não desistiu, forçou a prorrogação e venceu por 14 a 12 no tempo extra. fRoD comentou sobre a resiliência da equipe:
“Esse é o espírito do Brasil, não pensar que está longe pra vencer. Só precisamos adaptar um pouco melhor, entendemos nosso plano de jogo. Acho que só a parte de executar as coisas um pouco melhor. G2 é um dos melhores times do mundo, é muito difícil jogar contra os caras porque eles sempre trocam o jeito que estão jogando. O sentimento era que dava pra ganhar esse jogo por 2 a 0, um pouco mais fácil, não dá pra deixar os caras ganhar 1 vs 3, 1 vs 2, clutchs que deixou um pouco difícil. Foi quase.”
O MIBR esteve próximo de fechar a série por 2 a 0 na Haven, mas acabou encontrando alguns desafios, principalmente na defesa, com o Tejo de Trent ganhando muito tempo nos post plants. Na entrevista, fRoD comentou sobre:
“Na Pearl, era pra ganhar mais fácil. A gente entendeu o plano de jogo dos caras, era só executar um pouco melhor. Na Haven, os caras jogaram um pouco diferente do que assistimos no nosso plano de jogo. Eu passei umas calls que dava pra ganhar esse round, de não deixar tanto espaço para os caras. Mas no fim das contas, não fizemos tanto assim, só uma rodada. Não podemos deixar os caras fazer o exec certinho. Verno passou muitas calls no mid round. Era só ouvir ele e fazer as coisas que o cara tava falando.
O cara é muito bom, tinha muitas adaptações, mas era na parte da execução. Isso não era na parte da comunicação, isso todo mundo entendia. Botar mais pressão, ir costa, mas costa tava indo muito lento, estávamos fazendo retake muito lento. Precisamos fazer um fake retake para eles gastarem recurso e depois fazer o retake certo. Nosso plano de jogo e adaptação ficaram certos, mas os caras jogam muito, farmando orbs e tinha muitas ults. Dava pra jogar o jogo mais fácil, mas precisa jogar o jogo mais agressivo que o normal. Só tem dois jeitos de jogar contra os caras – full agressivo ou full retake. Não dá pra jogar dentro do bomb contra os caras, principalmente na Haven“, disse fRoD.
Nas últimas semanas, diversos atletas fizeram reclamações sobre o atual meta do VALORANT nas redes sociais, principalmente jogadores do VCT EMEA. Sobre o “meta polêmico”, fRoD afirma que concorda com as afirmações, mas lembra que “choro” de equipes com o meta Viper/Harbor criado por ele em 2023:
“Eu concordo, 100%. Acho que o meta tá focando muito em habilidades, tem habilidades demais. Mas eu também gosto porque eu acho que é parte do jogo. Esse meta por enquanto, mas vai trocar 100%, talvez no stage 2, vão nerfar, buffar. Para nós, é mais entender como o outro time vai jogar com as suas coisas. Para nós, não muda nada. Tentar jogar um pouco mais rápido, ritmo de jogo do brasileiro que gosta de ser mais agressivo. Perdemos um round na Ascent porque jogamos muito lento e os caras tinham muitas ults. Precisamos, não vou dizer para deixar fora as táticas, porque você pode fazer táticas e vai dar certo, mas tem muita habilidade. Se nós dominamos, eles só jogam habilidade e já era.
Se eu passo uma tática, setup, pode ser para os primeiros 20 segundos da rodada. Temos jogadores muito bons e muito inteligentes que entendem essas coisas. Só fazer um plano juntos, executar. Faz parte do jogo, todo mundo tava chorando quando era Harbor e Viper e era parede, parede, parede, parede e é só você encontra um jeito de jogar contra isso e dá certo. Não sei se existe um meta que vai counterar muito, porque tem habilidades demais, mas é entender o meta. Não dá pra chorar, concordo com os caras que falam que tá esquisito, mas é o meta. Jogar até quando a Riot falar que não vai ter meta“, respondeu fRoD.
Na Ascent, terceiro mapa da série, o MIBR apostou em uma composição mais “padrão” do que foi apresentado pela maioria das equipes nos últimos anos. Por outro lado, a G2 trouxe Tejo e Waylay, apostando em novidades. Para fRoD, a equipe brasileira não perdeu a partida por conta da composição:
“Não é um mapa novo, é o mesmo mapa, só não pode varar B. Eu não senti impacto, eu não senti que perdemos o jogo por composição. Não acho que os caras ganharam porque tinham Tejo, porque tinham Vyse. Pode ser um round aí que o ult do Tejo e espinhos ganharam muito tempo, mas isso é erro nosso jogando muito padrão, tentando fazer fake e entrando no bomb com 20 segundos quando os caras tem muito recurso. Eles não ganharam o jogo ou rodadas, o jawgemo ganhou 1 vs 3 com zero habilidades da Waylay. Não senti impacto nesse mapa em específico do “meta”.
Tentamos muitas coisas. Achamos nossa comp muito forte, meio padrãozinho, com Cypher. É só fazer o plano de jogo e não perder os clutchs. Jogar mais certo. Na Pearl, ganhamos ou perdendo, estamos no meta, na Haven. Na Ascent, não era na parte da composição que perdemos o jogo. Perdemos dois pistols, que tinhamos stack A, eles entraram A e jogamos mal. No TR, dava pra ganhar, mas entramos bomb sem recurso, 1 vs 3 contra Jawgemo. Era pra ganhar esse mapa, fora do comp, fora do meta. Ascent é difícil pra inventar, não tem nada novo no mapa“.
Na entrevista, fRoD revelou que o MIBR sofreu com alguns problemas de saúde nos últimos dias, mas avaliou a derrota da equipe e apontou a G2 como o melhor time do mundo no VALORANT:
“Eu realmente estou muito feliz. Acho que esse jogo dava pra ganhar 2 a 0 seco, mas jogamos contra um dos melhores times do mundo, que eu acho que é o melhor time do mundo. Foda** que perderam em Bangkok, eu realmente acho que são o melhor time do mundo, um time de três, quatro anos juntos com o mesmo core, realmente são um time muito bom. E não é dando desculpa, só sendo honesto. Xenom enfim se recuperou de estar doente, artzin tá mal demais, jogando com máscara, tá muito, muito mal. Eu to meio doente, você pode perceber como estou falando com o nariz fechado, mas eu sou coach, isso foda**.
O cortez acordou ontem também doente. Acho que hoje era um dia que estamos um pouco baixo no nível individual e energia e quase ganhamos contra o melhor time do mundo. Isso pra mim é muito positivo como resultado. Demos azar de ficar muitos jogadores doentes no camp contra o melhor time do mundo, mas deu uma luz positiva para o futuro e para o próximo jogo. Espero que todo mundo continue descansando e acordar na segunda-feira que já começa treino e nossa preparação para Cloud9“, disse fRoD.
No próximo domingo (6), o MIBR enfrenta a Cloud9 pela terceira rodada do VCT Americas Stage 1. Para fRoD, só existe uma palavra para o duelo – vencer. O treinador compartilhou suas expectativas:
“Para ganhar o jogo, já era. Jogamos cada jogo para vencer, trazer um Masters para nossa org, nossa região. Queremos classificar pro Champions, nosso foco 100% é ganhar cada jogo que entramos. Nosso foco de segunda-feira até o dia do jogo vai ser esse. Nosso treino dia-a-dia, nosso foco vai ser ganhar o jogo. Vamos pensando no que aconteceu hoje, aprender algumas coisas, vou trazer coisas para aprender na segunda. Acordando amanhã, é esquecer hoje e pensar na Cloud9.”
Por fim, fRoD comentou sobre a evolução da comunicação do MIBR em inglês, já que a equipe conta com o estadunidense Andrew “Verno” Maust no time titular:
“Acho que tá muito boa. No início, eu falei que não ia ser problema. O Verno é realmente muito bom e todo mundo entende um pouco de tudo. Não era a parte de comunicação que perdemos na Haven, era a execução. Se o Verno passou as calls, eu passei as calls. Era só executar, você vive e morre pela call. Só bota fé nisso, fora do idioma, comunicação, fazer e foda**. Se dá certo, dá certo, se não dá certo, ouvimos o cara e já era. Jogando nesse meio-termo, e não resetando, só ouvir e executar. Não era a comunicação que os caras não tavam entendendo.”
Confira também os nossos vídeos. Nesse entrevistamos Matheus “bzkA” Tarasconi, head de VALORANT da LOS.