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VALORANT: por que tentam deslegitimar o cenário inclusivo em demasia?
Valorant
Foto: Reprodução/Riot Games

VALORANT: por que tentam deslegitimar o cenário inclusivo em demasia?

Opinião: o cenário de VALORANT é inclusivo e todas atletas merecem respeito como pessoas e  profissionais  

Siouxsie Rigueiras •
02/10/2023 às 21h05, atualizado há um ano
Tempo de leitura: 5 minutos

Opinião: o cenário de VALORANT é inclusivo e todas atletas merecem respeito como pessoas e  profissionais

 

Desde que o mundo é mundo, o preconceito existe e seria quase impossível isso não acontecer no cenário de esports, que é um mero reflexo de como a sociedade lida com problemáticas cotidianas. Desta vez, foi no VALORANT.

A conquista do tetracampeonato da Team Liquid pelo VCT Game Changers (VALORANT Champions Tour) aconteceu na noite do último domingo (01), e um lugar que era para ser espaço de acolhimento para o cenário inclusivo, acabou seguindo um percurso contrário.

Como se já não bastasse uma das jogadoras da cavalaria ter recebido ameaça de morte por conta de disputar a série em meio a urros saudáveis – de ambas equipes, uma fatia do público não perdeu a oportunidade para chutar a porta da intolerância e perseguição.

Em reposta a um tuíte de Amanda “AMD” Abreu sobre a conscientização da torcida, um usuário do Twitter compartilhou na tarde desta segunda-feira (02),  prints de algumas pessoas da comunidade que se aproveitaram da conquista da Liquid para propagar transfobia, veja:

A atual equipe da cavalaria é formada por mulheres cis, que inclusive apoiam a causa LGBTQIAPN+, então qual é a motivação para tentar deslegitimar o competitivo que abrange todas as pessoas?

Para quem não sabe, o competitivo é inclusivo segundo as próprias regras da competição. De acordo com o Regulamento Oficial (Versão 23.4), “cada atleta deve se identificar como Mulher cis, Mulher trans ou Não Binário”.

Há mais de uma década, mulheres se unem e lutam com unhas e dentes para conquistar seus espaços dentro dos esportes eletrônicos e no cenário.

No Brasil, nomes como AMD, Olga “Olga” Rodrigues, Henry “Henrytado” Walnut, Samira Close, Sher Machado, Bah Gutierrez e muitas outras figuras dedicaram seus esforços para que todos possam atuar profissionalmente.

O caminho não foi fácil. Não tinha referência. Não tinha mulher em evidência – muito menos no topo. Com os anos, essa construção foi ocorrendo aos trancos e barrancos, seja em mapas do Counter-Strike, em Summoner’s Rift e, agora, no VALORANT.

A verdade é que o competitivo precisa dessa diversidade para ser um espelho da vida como ela é. O reconhecimento das minas veio tarde, mas junto com ele, começou a ser criada uma atmosfera em que pessoas podem competir sendo quem são de verdade.

Gostando ou não, a comunidade vai ter que aprender a respeitar todos os profissionais do jogo. É importante salientar que utilizar falas transfóbicas para justificar um preconceito enraizado na sociedade não vai fazer com que Não Binários ou Mulheres Trans desapareçam do competitivo.

Todo mundo sabe que o público é tóxico e é fácil entender isso, visto que, as maiores reclamações de jogadores casuais é justamente a toxicidade nas partidas, que pode acontecer de diversas formas.

 

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Eu tenho um recado que alguns indivíduos podem não concordar, mas o respeito é necessário. A gente tá aqui ocupando esse lugar que é de direito de todes e eu tenho certeza que nada vai nos parar. A comunidade estando preparada ou não, esse é só o começo de uma história real com pessoas reais.


Se você gostou desse conteúdo em texto, confira também nossos vídeos. Neste aqui, a Game Arena entrevistou Amanda “AMD” Abreu, dos cenários de Counter-Strike (CS) e VALORANT no quadro “Além do Lobby” com Thulio Bastos:

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