A Team Liquid (TL) garantiu permanência no mundial inclusivo de VALORANT e em entrevista exclusiva à Game Arena, Daiki falou sobre a como a comunicação e confiança do time as ajudaram a performar na lower e citou possíveis problemas técnicos na estreia contra a G2 na competição.
O elenco tupiquim não atuou na primeira série como gostaria, mas em um curto espaço de tempo conseguiu colocar a cabeça no lugar e se preparou para o próximo confronto, em que eliminou a Evil Geniuses GC (EG) do VCT Game Changers Championship (VALORANT Champions Tour) nesta quinta-feira (30).
Após o resultado contra a G2, o elenco mostrou que quem é brasileiro, não desiste nunca: a performance contra a EG na Split foi um pouco mais equilibrada terminando em 13 a 10, mas na Ascent, a cavalaria mostrou que está pronta para escalar o campeonato ao vencer por 13 a 6 no mapa de escolha adversário.
Daiki contou com exclusividade que a estréia trouxe alguns imprevistos que tiveram de ser alinhados — com paciêncie e carinho — para que a TL continuasse viva na competição.
“A gente tava bem nervosa. Eu tava bem ansiosa com o jogo, foi a estreia de tudo, tava dando muita coisa errada em voz, a gente não tava se escutando direito e isso deixou a gente bem nervosa para falar a verdade.”
“A gente ficou abalada justamente porque a gente não perdeu porque elas tavam jogando exorbitamente melhor do que a gente”, explicou a campeã brasileira.
Segundo a jogadora — que é considerada uma das melhores do país, perder o embate foi doloroso. Crítica consigo mesma e com sua line-up, mas sempre procurando evoluir, contou detalhes da Sunset — que deixou o brasileirinho sonhar — e o sentimento da primeira derrota.
“A gente perdeu por nós mesmas e eu acho que isso que mais dói. Por exemplo, a Sunset a gente poderia ter ganho há tempos, aí foi para o OT, as calls eram boas, aí a gente levou para o OT e a gente perdeu.”
“Essas coisas assim acabaram nos deixando chateadas porque a gente não foi totalmente mérito delas mas foi demérito nosso também. Óbvio que teve mérito delas, mas tem demérito nosso”, disse.
Só na conversa
Quando questionada sobre como a line-up trabalhou o psicológico para jogar contra a EG nesta quinta-feira (30), em disputa válida pela primeira rodada lower da competição, Daiki pontuou que o resultado bateu diferente, mas que a união e profissionalismo do time foi um dos pontos chave para resetar e disputar a série.
“Dói porque foi culpa nossa [o resultado contra a G2]. A gente literalmente não fez nada de diferente, a gente não mudou tático, não mudou assim absolutamente nada, a gente só conversou.”
“A gente teve uma conversa mais profunda no sentido de confiança e tudo mais. Saber que se você tiver nervosa, se uma tiver nervosa e falar isso, mas transparecer isso pra todo mundo e a gente tentar puxar e tudo mais.
“Todo mundo tava com tanto medo de falar que tava nervosa que acabou que todo mundo ficou e explodiu. Ninguém se ajudou”, relembra.
A jogadora também compartilhou que em um momento da partida contra a G2, o estresse acabou falando mais alto; mostrando que até mesmo os times mais entrosados não estão isentos de terem dificuldades no stage.
“Inclusive, teve uma hora que a gente ficou muito estressada que tava dando tudo errado e parecia que ninguém tava se ouvindo. Acabou gerando um estresse e não foi nada legal, mas dá para sentir que se a gente simplesmente tivesse falado ‘to nervosa, guys. Me ajuda’, teria sido diferente”, conta a brasileira.
O alinhamento do time aconteceu com uma conversa com todo mundo. Afinal, acertos e erros acontecem como um time : “Foi literalmente o time inteiro, psicólogo, manager, coach, assistente, todo mundo. Todo mundo participou e eu acho que todo mundo tem uma parcela de culpa nisso, sabe?”, disse.
Possíveis problemas técnicos contra G2 e auto-crítica
A atleta comentou do impasse do som, porém, pode ter sido também um problema técnico da própria Riot Games, visto que, a disputa contra a G2 foi a que abriu o campeonato, tendo mais chances de erros por parte da produção e não somente das competidoras.
“Eu acho que é os dois [problemas com a comunicação interna do time e também dificuldades técnicas de stage], tipo… eu acho que talvez alguém tava falando muito alto ou muito baixo, as vezes não saía no microfone e se saía, estourava. Então, o que a gente mais treinou ontem foi essa comunicação”, conta.
Na série contra a EG, a profissional explicou como entrou num consenso com as companheiras para não terem o mesmo impecilho. Inclusive, foi perceptível de forma clara que o profissionalismo de Daiki fala mais alto até mesmo na hora de se cobrar como capitã.
“A gente falou ‘guys, a gente vai comunicar hoje — que quarta-feira (29), a gente teve dia de treino normal, vamo comunicar baixinho para não ter essa oscilação de estar muito baixo, do nada estar muito alto, estourar microfone e tudo mais.”
“Eu acho que o problema maior foi esse; foi técnico. Eu me peso bastante porque era para eu ter pedido pelo menos uns quatro pauses técnicos e eu não pedi nenhum porque eu achei que ia atrapalhar. Mas essas coisas tem que pedir, não tem jeito”, finaliza.
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“Ganhar um round de cada vez”
“Eu tava muito leve [em jogar contra a EG], eu não sei se é por causa da conversa de ontem, mas eu não senti essa pressão de tipo to na lower.”
“Eu só queria ‘eu vou ganhar esse round aqui e acabou’; eu nem tava me importando, eu só queria ganhar aquele round e pronto, acabou.”
“Depois foi desenrolando, a gente ganhou o primeiro, depois ganhou o segundo. Pelo menos minha mentalidade hoje tava ‘vou ganhar um round de cada vez e vamos fazer o que a gente conversou ontem.”
“Eu nem pensei que a gente tava na lower para falar a verdade. Só deu para cair a ficha que a gente tava na lower quando a gente entra no stage, o cara fala: ‘agora, como é eliminação e tudo mais, o time que perder vai ter que ir lá na frente dar tchau’. Aí eu falei ‘caralho, é verdade’; mas eu nem tava pensando nisso”, diz Daiki com detalhes do backstage.
Com a vitória em cima da EG, a cavalaria garantiu permanência no mundial inclusivo de VALORANT e enfrenta a BBL Queens nesta sexta-feira (01), com série que está programada para acontecer a partir das 17h, podendo ser adiantada mediante resultado do confronto anterior que inicia 14h.
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