A LOUD está próxima de ser eliminada do VCT Americas 2025 Stage 1. Após derrota para Sentinels neste sábado (12), a sexta seguida em 2025, a equipe brasileira aguarda a definição de resultados para seguir sonhando com vaga na próxima fase. Após a partida, a Game Arena conversou com Cauan “cauanzin” Pereira.
LEIA MAIS
- VALORANT: ZETA anuncia irmão mais novo de Meteor, da T1
- VALORANT: LOUD chega a sua pior sequência negativa na história
- VCT Americas: LOUD perde e busca milagre na última rodada
- VCT Americas: FURIA perde sexta seguida em 2025 e está eliminada
- VALORANT: faithz0r avalia evolução e momento da 2GAME no VCT Americas
Inicialmente, cauanzin falou sobre a derrota da LOUD para Sentinels:
“Acho que em questão tática, a gente tá bem. A gente sabia exatamente o que os caras estavam fazendo. Pode ter coisas que a gente poderia ter adaptado dentro de jogo, mas a gente fez um plano muito bom pro que a gente tava fazendo. Eles não mudaram praticamente nada, então não foi muito difícil essa parte mais tática. Acho que o jogo de hoje foi bom, só resumiu as derrotas mais no individual. Acho que taticamente a gente tava bem, mas individualmente eu não consegui performar. Acho que foi um dos principais motivos da derrota“.
Com a derrota contra Sentinels, a LOUD chega a sua maior sequência de derrotas na história do VALORANT. Cauanzin falou sobre o momento da LOUD no VCT:
“É um sentimento horrível porque, obviamente, ninguém se acostuma a perder. Acho que toda derrota é um sentimento horrível, assim como cada vitória você fica feliz e é uma felicidade inimaginável. Esse momento que estamos passando, obviamente estamos fazendo de tudo para poder parar e sempre fica no quase, acho que isso é o que mais desanima. Às vezes não tem um jogo muito fácil ou muito clean por parte dos inimigos, é sempre no quase. A gente sabe o que tem que fazer, aí acaba o jogo e fala daquele round que eu trollei ou aquela play que eu deveria ter feito. São sempre coisas assim, sempre no quase, desanima demais. Como eu disse, é uma fase. Temos que ver os erros, melhorar e ir para próxima. É só uma fase ruim, acredito muito que vamos sair dessa“.
Nesta semana, v1nNy deixou o elenco titular da LOUD para o retorno de tuyZ, que não jogou contra a 100 Thieves, sendo substituído por luk xo. Cauanzin comentou sobre a troca e afirmou que foi decisão “de cima”, por parte da staff:
“Basicamente, a gente estava em uma situação de desespero, nada estava funcionando. A parte “mais superior” da staff da LOUD decidiu isso e a gente aceitou e demos o nosso melhor. A única coisa que estava em dúvida era quem ia ser o IGL. Tava entre eu ou pANcada, mas o pANcada optou por ser IGL. Acho que a decisão foi mais da staff da LOUD mesmo e a gente aceita. É basicamente isso“.
Apesar de não ser IGL da LOUD, cauanzin comentou sobre seu papel de liderança dentro do elenco da LOUD:
“Acho que esse papel é muito bom porque, no começo da carreira, você vê o jogo como matar muito, usar as skills bem e ficar sempre no topo do KDA, fazendo clutch e ganhando rounds importantes. Acho que essa é a visão que todo mundo tem de início. Quando você vai estudando o game a fundo, você vê que não é só isso, são muitas coisas que envolvem o jogo. Então acho que eu não era uma pessoa muito animada para essas coisas mais táticas, mas desde 2023 que eu entrei na LOUD, venho criando esse hábito de estudar mais o jogo e acho que é algo muito bom e ajuda muito como jogador.
Acho que talvez, no futuro, eu possa ser IGl em algum time, mas acho pelo momento, o pANcada tá fazendo um trabalho muito bom. Nessa questão mais tática, eu tento ajudar, dar ideia nova, passar tática nova. Acho que isso é algo que estou gostando bastante de fazer ultimamente e pretendo continuar estudando muito mais o game para achar erros que estamos fazendo e melhorar“
Acostumado com o tier 1, cauanzin comentou sobre a pressão de estar no VCT e representando a LOUD, principalmente em um momento difícil na temporada:
“A pressão logicamente é grande porque a LOUD é uma organização muito pica, e estar no tier 1 é o sonho de muitos que estão no Brasil e é o nosso sonho também, a gente luta muito pelo nosso sonho e acaba se, você manda mal em alguma temporada, umas duas temporadas, você pode ser trocado. Existem vários jogadores muito bons. Obviamente, a pressão é muito grande, mas temos uma experiência muito boa com isso. Acho que essa pressão não pode atrapalhar. Ela existe, mas não deixamos ela atrapalhar. A gente tem um trabalho muito bom com o psicólogo, antes com o Brunão e hoje com o Bajé, um cara muito pica também. Esse trabalho todo, somos players acostumados [com a pressão] e cuidamos com o trabalho mental“.
Ainda no Kickoff Americas, o treinador Jordan “stk” Nunes, em entrevista à Game Arena, comentou sobre a mudança de composição da LOUD na Split, tirando Tejo e colocando Skye nas mãos de cauanzin. Na época, o comandante explicou que o novo agente ainda não era “nota 10”, mas que estava sendo trabalhado. O jogador falou sobre sua adaptação com Tejo, usado nos três mapas da série:
“Acho que o 10 é muito difícil de conseguir. Uma partida ou outra, você consegue atingir o nível 10. Acredito que meu Tejo tá no nível 9. Hoje, eu mandei bem com as skills, mas individualmente eu mandei mal. Tinha rounds que eu poderia ter feito melhor uma skill ou pego uma informação um pouco mais rápida em um outro lugar. Por isso, eu ainda acredito que minha nota é 8, 9 do meu Tejo. Acredito que, hoje mesmo, a minha performance não foi tão boa por questão do individual mesmo, morri muito na smoke, morri muito de first kill, morri em situações desconfortáveis. Mas, acredito que, falando do meu Tejo em si, do agente, estou muito confortável jogando de Tejo, só o meu individual hoje que foi bem abaixo“.
Conhecido por jogadas agressivas, cauanzin comentou sobre a confiança de manter o estilo de jogo em dias ruins individualmente e adicionou comparando jogos com Skye, Sova e Tejo:
“Acho que pode acontecer, sim, mas confiança em mim mesmo, tenho bastante. Ela diminuiu quando você faz partidas ruins como hoje, mas acredito muito no meu potencial, sou um player muito bom, mas hoje, infelizmente, não foi uma série boa minha. Falando sobre agressividade de Tejo, é algo que eu tenho diminuído bastante. Não sou mais aquele player agressivo que eu sou de Skye/Sova. De Tejo, tenho que jogar valorizando mais as minhas skills porque o míssel volta, então tenho que jogar pro after plant ou pro retake ter míssel e pode jogar um retake bem feito.
Acho que isso não atrapalha, eu preciso me adaptar mesmo e jogar melhor dessa forma. Acredito que eu tava mandando bem antes. Infelizmente, essa partida eu joguei bem mal mesmo. Entendi o seu ponto de agressividade antes jogando de Skye, mas é um iniciador diferente e preciso me adaptar melhor para jogar de Tejo. Eu vinha mandando muito bem, mas infelizmente essa partida pinei tudo, joguei mal“.
Ainda viva no VCT Americas 2025 Stage 1, a LOUD precisa de uma combinação de resultados para seguir viva. Em busca da próxima fase, a equipe brasileira enfrenta a Evil Geniuses no dia 20, e cauanzin compartilhou suas expectativas para o próximo duelo:
“Não sei como estão as nossas chances, se são baixas ao ponto de serem impossíveis, mas se existem 0,01%, a gente vai acreditar ainda. Alguém deve ter postado ou vamos fazer as contas de como vamos poder passar para os playoffs ainda. Vamos torcer, obviamente depende da derrota da 2GAME para isso acontecer, então temos que infelizmente torcer pra derrota da 2GAME, time brasileiro, e torcer pras combinações fluírem para a gente poder jogar o jogo contra a EG dando o nosso melhor. Mesmo se a gente não tiver chance de ir para os playoffs, vamos dar o nosso melhor, mas você não joga com a mesma vontade quando tem a chance de passar pro playoff“.
Por fim, cauanzin mandou um recado à comunidade e se colocou como o “único culpado” na derrota da LOUD contra a Sentinels:
“Queria agradecer a torcida da LOUD porque ultimamente tem vindo muitas mensagens negativas, mas tem vindo muita mensagem positiva, então quero agradecer principalmente as mensagens positivas. Para as mensagens negativas, estamos dando o nosso melhor. Acredito que a derrota de hoje tenha sido minha culpa mesmo, então se vocês quiserem culpar alguém, podem me culpar, realmente não mandei bem hoje. Podem ter certeza que vamos dar o nosso melhor de novo e sair dessa fase ruim. Ninguém aqui está acostumado com a derrota ou contente com algum tipo de resultado negativo que a gente tenha tido nesses últimos jogos. Vamos fazer de tudo para mudar, tanto individual como coletivamente. Esse é o meu recado“.
Veja também os nossos vídeos. Neste, conversamos com Bruno Garcia, psicólogo de esports, sobre os desafios, estratégia e impacto da área para jogadores e treinadores:
