Apesar do sucesso global de seus jogos, a Riot Games enfrenta um cenário preocupante nos bastidores de sua operação europeia. A LEC (League of Legends EMEA Championship), principal liga de LoL na Europa, acumula um prejuízo de € 53 milhões desde sua criação e opera hoje sob intensa pressão por resultados financeiros.
Os dados, revelados pelo site Sheep Esports, mostram que, embora a Riot Games Limited, braço da empresa fora dos EUA, tenha registrado €1 ,55 bilhão em receita em 2023 e um lucro líquido de € 385 milhões, a área de esports tem sido um ponto fora da curva, especialmente a LEC.
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Alta nos custos, queda nas receitas
A temporada de 2023 foi especialmente negativa para a liga europeia. As receitas da LEC despencaram 63%, ao mesmo tempo em que os custos operacionais aumentaram 26%. O resultado: um déficit de € 28,5 milhões no ano, sendo € 25 milhões apenas em despesas com salários, produção e infraestrutura.
Esse desequilíbrio financeiro ocorre mesmo com a Riot aumentando sua rentabilidade global. A holding irlandesa Riot Games Holdings Ltd distribuiu mais de € 600 milhões em dividendos nos últimos dois anos à controladora, a gigante chinesa Tencent.

Corte de gastos e reestruturações
Com a Tencent pressionando por mais eficiência e retorno sobre os investimentos, a Riot passou a revisar seus custos. No início de 2024, a empresa demitiu 530 funcionários (11% do total), sendo a área de esports uma das mais afetadas. Além disso, cancelou € 2 milhões em taxas de franquia da LEC e reavaliou acordos financeiros com as equipes participantes, reconhecendo € 20 milhões como dívida irrecuperável.
As mudanças também afetaram a Riot Broadcasting, subsidiária responsável pelas transmissões dos torneios. A operação rendeu apenas € 16 milhões no ano passado, gerados por serviços prestados internamente à Riot.
Esports em xeque
Mesmo com o impacto financeiro da LEC representando uma fração das receitas globais da Riot, a insatisfação da Tencent com os resultados de suas ligas competitivas é evidente. E os efeitos já são sentidos pelo público, com queda na qualidade de produção de campeonatos como o VCT EMEA (circuito regional de VALORANT), que enfrentou problemas técnicos e cortes de orçamento.
O momento da Riot nos esports é de incerteza: enquanto busca manter sua liderança na indústria, a empresa precisa equilibrar espetáculo e sustentabilidade. A grande pergunta agora é se o atual modelo competitivo será capaz de se manter de pé nos próximos anos.
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