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Foto: Game Arena.

Ex-Manager da FURIA, conheça o brasileiro por trás da Gamers8

Gui Esperanza, ex-FURIA, trabalhou como Manager nos bastidores da Gamers8, o maior evento de Esports do planeta Durante a cobertura presencial do torneio de Counter-Strike Global Offensive, a Game Arena encontrou um velho conhecido pelo deserto da Arábia Saudita. Guilherme Esperanza, ex-Manager da FURIA, era o brasileiro trabalhando nos bastidores do maior evento de Esports do mundo.

Thulio Bastos •
27/08/2023 às 17h00, atualizado há um ano
Tempo de leitura: 8 minutos

Gui Esperanza, ex-FURIA, trabalhou como Manager nos bastidores da Gamers8, o maior evento de Esports do planeta

Durante a cobertura presencial do torneio de Counter-Strike Global Offensive, a Game Arena encontrou um velho conhecido pelo deserto da Arábia Saudita. Guilherme Esperanza, ex-Manager da FURIA, era o brasileiro trabalhando nos bastidores do maior evento de Esports do mundo.

Natural de Jundiaí, interior de São Paulo, Gui é formado em Administração, Marketing e Vendas. Quando jovem, ganhou uma bolsa de estudos nos Estados Unidos na área do futebol e começou as suas experiências como Manager por lá, mas sempre curtiu Esports e jogou Games. Durante pandemia, migrou sua área para a dos jogos eletrônicos.

Em entrevista exclusiva, Gui Esperanza falou sobre como foi receber a oportunidade para ser Manager do time de Counter-Strike da FURIA. Ele revelou que “encheu o saco” do RH da organização no LinkedIn até conseguir a tão sonhada vaga e estreou no cargo na IEM Cologne 2022.

“Primeiro, eu enchi o saco do pessoal do RH da FURIA no LinkedIn toda semana. Qualquer vaga que aparecia, eu preparava meu currículo e mandava para o pessoal e pedia uma oportunidade para fazer uma entrevista e mostrar um pouquinho da minha experiência e do que eu era capaz. Eu tinha tentada para outras vagas, não deram certo e foi aí que apareceu a vaga de Team Manager, eu vi a descrição e encaixava 100% com que eu já estava fazendo antes no futebol. Foi aí que aconteceu e foi muito rápido.” – disse.

Em seguida, o manager falou sobre o adeus aos staff da FURIA após receber a oportunidade de trabalhar na Gamers8. Ele revelou que foi durante a IEM Rio 2023 e que se emocionou bastante na ocasião.

“A despedida sempre é difícil. Quando a gente trabalha como Manager de uma equipe, a gente acaba viajando e vivendo com os caras, praticamente, 24 horas por dia, sete dias por semana. Então, acaba virando família. Na hora de falar tchau para a toda a equipe da FURIA, foi difícil, eu sou esse cara com cara de mal, mas eu sou muito mole, eu choro muito fácil. Eu lembro que me despedi deles na IEM Rio desse ano lá na casa da FURIA e eu me despedi de óculos escuros para me esconder as lágrimas, eu sempre me abalo em despedidas.” – revelou.

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Sobre a ida para a Arábia trabalhar na Gamers8, Gui disse que jamais pensou em sua vida um dia ir para o país a trabalho e que era uma “experiência que eu não poderia perder”. Ele ficou ao longo de dois meses em Riade, com o evento tendo seus últimos torneios sendo finalizados neste domingo (27).

“Primeiro que era uma experiência que eu não poderia perder. Quando, na minha vida, que eu ia pensar que estava vindo para a Arábia Saudita trabalhar. Tava vendo vários jogadores de futebol vindo para cá, eu pensei: “Porque não?” E eu via também como uma baita oportunidade. Tudo que eu tento fazer na minha vida, eu faço um planejamento dos próximos passos. E, estar nesse evento aqui, que eu sabia que talvez não teria tanto interesse para outros players managers que já estão no mercado, porque aqui você fica dois meses, é muito longo, cansativo. Então, talvez muita gente não aceitaria vim para cá, então pensei em ser uma oportunidade de aceitar, fazer meu nome e conseguir mais eventos. Já estou aqui há 2 meses e a experiência aqui tá sendo maravilhosa. Tudo é muito maior do que a gente imagina, é um absurdo.” – contou.

Sobre a experiência de trabalhar para grandes empresas e eventos, o manager comentou sobre a sensação de trabalhar para organizadoras como ESL, BLAST e PGL e deu dicas para quem planeja seguir essa carreira.

“É muito maneiro. Você trabalhando tendo um escudo de uma ESL no peito, de outras organizadoras, BLAST, PGL, é muito interessante. Lógico que não muito fácil chegar, você precisa ter um nível legal de inglês, uma experiência. Mas, se você recebe essa oportunidade, o que eu posso falar, é abraça com tudo. Uma dica que posso dar para você chegar em uma vaga dessa é o networking. Então, usa LinkedIn, tenta fazer contato em eventos, que é assim que você consegue as oportunidades, não só em empresas internacionais, como também no Brasil.” – afirmou.

Na sequência, Gui deu detalhes sobre como é o trabalho de Manager, em eventos como a Gamers8 ou em organizações. Ele afirmou que a função é voltada para a hospitalidade dos atletas e revelou quantas horas de trabalho teve por dia durante o começo dos torneios.

“Oficialmente, o player manager cuida de toda a hospitalidade do jogador. Então, todo o contato que o jogador teria que ter com hotel, administradores, logística, fica sobre nossa responsabilidade. Então, a gente cuida dos horários, reservar o ônibus para ir para o local da competição, organiza o dia de Media Day, ajudar se eles têm algum problema, reserva de passagem. Enfim, tudo que você imaginar sobre hospitalidade, a gente toma conta dos players. O que acaba sendo um pouco diferente quando você trabalha com organizações. Quando trabalha para uma org, a função inclui um pouquinho mais, que é a parte de gestão de projetos, onde você é o cara de controlar todo o budget. É uma responsabilidade um pouquinho menor do que trabalhar em evento. Aqui, no começo, eram 12h-14h horas por dia.” – revelou.

Finalizando o papo, o manager nos contou como está sendo a sensação de trabalhar na Gamers8, maior feira de Esports do planeta, sendo o evento com maior prize pool da história dos jogos eletrônicos. Ele falou sobre o país, o clima e etc.

“Primeiro que aqui é tudo muito gigante. O local do evento é gigantesco, parece um parque de diversões. O país em si está muito mais aberto o que era no passado. Eu estava um pouco receoso com relação as minhas tatuagens, mas não tive problema nenhum. As pessoas acabam sendo bastante solicitas. É bem legal. O clima é complicado porque é bem quente, é diferente do que estamos acostumados, mas de maneira geral está sendo uma experiência muito legal e todo mundo que tiver oportunidade de vir para a Gamers8, trabalhar, vale a pena.” – concluiu.

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