Em entrevista exclusiva, “zews” falou sobre a vida longe do CS, convite do O Plano, sensação em participar de um RMR e a preparação para o torneio
Uma das principais surpresas do Regional Major Ranking Américas para o IEM Rio Major 2022, Wilton “zews” será o treinador do O Plano durante a competição na Suécia. O bicampeão mundial com a Luminosity e a SK Gaming em 2016 estava longe do lobby desde 2020, quando treinou a Evil Geniuses.
De lá para cá, foram dois anos longe do cenário competitivo, mas o Wilton nunca deixou a sua paixão por games de lado. Tentando arrumar alguma forma de ficar mais tempo no Brasil para cuidar da saúde e curtir a sua família, “zews” contou como foi esse período afastado do Counter-Strike.
Não por falta de paixão, como ele mesmo assumiu. Mas por necessidade. O treinador, inclusive, acabou sofrendo um infarto ainda esse ano, mas está prontamente recuperado do susto. Contando detalhes, o coach procurou atuar sempre no mercado de jogos, desenvolvendo software de desenvolvimento de atletas e até mesmo uma organização de eSports.
“Já fazia bastante tempo desde o meu último trabalho, pretendia de verdade não ter voltado para o CS:GO, mas não por eu não amo, pelo ao contrário, isso daqui é o que eu amo fazer, amo esse esporte, mas eu precisava cuidar um pouco de mim, tive um infarto esse ano ainda, rotina de vida muito corrida. Então dei um pause e foquei nas coisas em volta, criei um software para desenvolver atletas, criei uma organização de eSports voltada pro lado crypto, criei uma agência para ajudar. Então eu procurei criar coisas na área e um estilo de vida que eu possa ficar no Brasil, desfrutar da minha família, minha mulher, sem ter que viajar. Mas é bom estar de volta, rever a galera, sempre bate saudade no coração.” – disse o treinador.
Agora que está de volta, pelo menos de forma temporária inicialmente, “zews” está curtindo o momento como treinador d’O Plano aqui na Suécia. Ele contou como foi receber o convite de “kNgV-” e a tomada de decisão para aceitar o convite de seu antigo companheiro de equipe.
“Foi repentino, não tem outra palavra. Tava em casa, o “kNg” falou: “o cogu saiu fora, bora ajudar a gente?”. Ele nem esperava que eu falasse sim, pois já havia conversado com ele sobre isso, mas vi que eles estavam em uma situação e precisavam de alguém para ajudá-los no campeonato, do meu lado bateu a vontade de participar do campeonato no Brasil, então deu vontade e foi bem em cima da hora, no dia seguinte topei, disse que iria ajudar mesmo sem saber que não poderia ficar atrás (dos jogadores na hora dos jogos), mas eles são uma molecada com o coração no lugar certo, dedicados. Primeira vez que cheguei lá (na sede do O Plano), vi eles falando: “vamos lá, vamos garantir essa vaga”, unindo o útil ao agradável. Já tava querendo ir para o Major do Brasil, tava difícil conseguir ingresso, então não tinha jeito melhor de ir do que conquistando uma vaga, com uma molecada que, para mim, representa o espírito brasileiro.” – afirmou.
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Perguntado sobre a sensação de participar de um campeonato que nunca esteve presente em sua carreira, um RMR das Américas, “zews” disse que foi ótimo para ele rever tantos jogadores que trabalhou ao longo de sua carreira de 20 anos. Com semblante feliz, o treinador analisou que, mesmo acontecendo na Suécia, o Brasil dominou o evento.
“Hoje que está caindo a ficha, falei que ia, dei um jeito e fomos para a Sérvia, ficamos em uma sala trancada e focamos nos treinos para dar o nosso melhor para classificar. Cheguei aqui faz uma hora e já vi geral, uma mesa da Imperial, uma mesa da 00, Los + One… Então você vai vendo todo mundo, é muito daora. Porque o Brasil dominou esse evento, essa é a sensação imediata que eu to tendo, minha primeira resposta. E é gostoso está nesse evento, ver que um qualifyer em um campeonato no Brasil, tantas equipes brasileiras estão tendo chance. Apesar de estar acontecendo na Suécia, é um torneio brasileiro, então isso daqui é onde irão sair os representantes do nosso país que jogarão em casa. Tá bem daora por enquanto.” – confessou “zews”
Por fim, o treinador ressaltou a sua importância no processo de evolução do O Plano durante a disputa do bootcamp na Sérvia ao longo desses 13 dias que estiveram por lá. Ele afirma que a equipe é outra da que chegou no país europeu e que aplicou fundamentos, corrigiu algumas coisas e sente a equipe preparada para a classificação para o Major do Rio.
“Da para ser bem aberto com relação a isso, não teve tanto tempo para trabalhar, tivemos que trabalhar com o tempo que deu. Para mim, eu tava meio desatualizado do CS, mas o lado coach não muda, o CS não muda taticamente. Então tem muitos fundamentos e embasamentos que da para aplicar e eu enxergava um erro ali e corrigia. É bom ter esse olhar de alguém de fora, o “cogu” tava lá antes, mas ele não vai ter o mesmo olhar que eu meu, não passou pelas minhas situações.”
Um time antes e depois de “zews”?
“Então vai ser arrumar coisas simples, a união da equipe, qual o objetivo, todo mundo na mesma página de como queremos jogar, pois o CS não tem uma fórmula de jogar. Queremos jogar de uma forma definida, escolher nossos mapas, escolher como vamos querer chegar nas situações e foi o que deu para fazer nesse tempo. Acredito que vi muita evolução nesse tempo, porque o time que chegou na Sérvia e o time que saiu é completamente diferente, treinamos em condições meio adversas, então a gente está na pegada do “Eu acredito”.” – finalizou Wilton “zews”.
O Plano estreia no IEM Road to Rio 2022 Américas RMR contra o MiBR, nesta quarta-feira (5) às 10h45 da manhã, horário de brasília. A cobertura completa do jogo e do evento você acompanha conosco via portal de notícias e redes sociais.