Em entrevista, treinador do MiBR bit falou sobre campanha em Katowice, negociação por Lucaozy, elogiou insani e traçou meta para a temporada
Após o fim precoce do MiBR na IEM Katowice 2023, Bruno “bit” Fukuda concedeu uma entrevista exclusiva ao portal, falando sobre inúmeros assuntos que cercaram o MiBR entre o fim da temporada passada e o começo da atual. Saída de JOTA, ida ao mercado, promoção de insani, campanha na Polônia, comparação do momento atual com a sua época de jogador, meta de se classificar para o Major de Paris e muito mais.
Em um papo amplo e descontraído, bit começou a entrevista traçando uma comparação entre o MiBR e as duas equipes que disputaram a fase de play-in em Katowice, FURIA e paiN. Para o treinador, o momento que a sua equipe vive é diferente das demais, já que a expectativa nas duas outras equipes eram muito alta e na dele não.
“A FURIA você sempre vai esperar que eles vão longe no campeonato, até porque o último campeonato, eles foram semifinalista de Major, então a galera estava com um hype bem grande por eles. Mas fazia tempo que eles não jogavam campeonato também, a gente sabe que estar em um ritmo de campeonato e vim jogar um campeonato após um período de inatividade é diferente, a paiN também era um time que tinham uma expectativa bem alta por estarem em uma fase muito boa e o nosso time já é um momento bem diferente.” – disse.
O treinador comentou mais profundamente sobre as mudanças que a equipe viveu ao longo desse mês de dezembro e janeiro, não só com a promoção de insani, como a transformação de exit como IGL. O coach ainda afirma que a equipe mostrou que “somos capazes” e que agora é treinar para conseguir fazer mais do que foi feito nos próximos torneios.
“Apesar de ter terminado o ano ganhando campeonato no SA e ter feito alguns jogos bons durante o segundo semestre, ganhamos um mapa da FaZe na Pro League, ganhamos da BIG, mas mudamos o JOTA pelo insani, o que fez com que o time rejuvenescida, somos um time bem mais novo, tínhamos um jogador experiente e agora temos um novato no cenário competitivo. Então as expectativas são outras no momento, mudamos o exit para in game leader há uns três meses. Era o primeiro campeonato tier-S dele em LAN, jogando contra times top do mundo, então a gente não sabia como seria, como o insani iria se comportar em sua primeira LAN, o exit jogando primeiro tier-S como capitão, então tinha muita coisa que não sabíamos o que esperar. Estamos em um momento diferente, vimos que somos capazes e agora é continuar treinando para nos próximos campeonatos conseguir fazer mais do que a gente fez desta vez.” – afirmou.
bit abriu o jogo sobre o comportamento do MiBR no mercado, dando detalhes da saída de JOTA para a Imperial e a negociação por Lucaozy, o jogador que, segundo ele, foi o “único que a gente negociou”.
“Na verdade, quando que soubemos que o JOTA tinha o desejo de ir para a Imperial, sondamos o mercado para saber as opções disponíveis, situação contratual dos jogadores. Sondamos vários jogadores quando o JOTA saiu e nós não somos um time que seguramos jogadores, assim como vendemos o chelo. Então é aquele processo que passa por todos os times. Você vai ao mercado, sonda jogadores, descobrir quem tá disponível, valores, se é viável ou não. Tanto eu como coach ou a org também saber em questão de valores. Quando vimos as possibilidades, algumas não deram certo, como o Lucaozy que foi o cara que a gente realmente tentou contratar de fato, o resto foi suposição.” confessou o treinador.
Após o mapeamento do mercado, jogadores analisados, condições, valores, se era viável ou não, bit junto do staff do MiBR definiram os promover insani, a grata surpresa da campanha da equipe na IEM Katowice 2023. O coach ainda afirma que o fator determinante para a subida do jogador ao time principal foi o fato dele ter aberto mão da faculdade que cursava para se dedicar 100% ao Counter-Strike.
“E aí olhamos para outros jogadores, alguns mais jovens, sondamos alguns jogadores jovens do Brasil, só que já tínhamos falado sobre o insani anteriormente. O exit tinha falado, o staff do MiBR fala muito bem dele em questão de profissionalismo e pessoa. Teve um fato que foi bem legal que ele fazia faculdade há uns dois ou três meses, e ele realmente decidiu largar a faculdade para se dedicar somente ao Counter-Strike, mesmo jogando no time Academy, então isso foi um ponto bem legal. “Pô, o moleque quer viver disso”, pensei. Ele tinha acabado de entrar em uma faculdade em Curitiba e realmente traçou a vontade de jogar CS e se dedicar 100%. Então, esse foi um fato extra, você ver que uma pessoa abriu mão da vida inteira dela para se dedicar a ser o melhor jogador que ele pode, para entrar em um dos melhores times do mundo. Trouxemos ele nesse momento sabendo que ele iria se dedicar muito, dar o sangue, dar a vida e era isso que a gente queria.” – disse bit, em tom de orgulho.
Após esse período da entrevista, bit relembrou a época em que jogava Counter-Strike 1.6 profissionalmente e traçou um paralelo com o momento atual que vivemos no Global Offensive. Ele comparou algumas questões do cenário profissional, afirmou que hoje é muito mais difícil contratar jogadores por questões contratuais e disse que as coisas acontecem mais rápidos para os jovens de hoje do que antigamente, utilizando drop e insani como grandes exemplos.
“A situação é bem diferente de antigamente né, vamos dar o exemplo de quanto eu tinha 16 anos e entrei no MiBR, eu já tinha jogado três anos de campeonato em alto nível no Brasil, contra G3X, contra o próprio MiBR há bastante tempo. Então a minha experiência já era bem grande, apesar de nunca ter jogado fora do Brasil, eu já jogava em alto nível no país. As coisas agora acontecem muito diferente, é tudo muito rápido para os jogadores mais novos. Então, o insani, por exemplo, ou o drop da FURIA, são jogadores que você ver muito futuro, que eles são muito dedicados, que eles têm a vontade de ser um grande jogador. E quando se juntam a grande jogadores, vira uma “esponja”.” – afirmou.
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Novamente falando sobre a joia do MiBR, que terminou a IEM Katowice 2023 em sexto no ranking de maiores ratings do play-in com 1.27, bit rasgou elogios a insani e afirmou que o plano do MiBR com a joia é fazer o mesmo que a NaVi fez b1t, seu xará, e a FURIA fez com drop, que é “ver o potencial, colocar ele no time e vê-lo evoluir e se tornar um bom jogador”. O treinador ainda citou brnz4n como outro exemplo.
“O insani, se não me engano, deve ter jogado Série A da Gamers Club, alguns campeonatos menores no Brasil e nunca chegou a jogar lá. É realmente você ver o potencial em alguns jogadores, porque naquela época você já sabia que o jogador já tinha potencial, em algum jogo eu já tinha ido bem contra G3X ou MiBR e eles sabiam que eu era bom. Aqui não, a gente nunca tinha jogado contra o insani, só alguns treinos. Mas você vai mais nesse caminho, como a NaVi fez com o b1t, como tentamos fazer com o insani e o brnz4n, como a FURIA fez com o drop. Que é ver o potencial, ver que o menino quer muito, você coloca ele no time e ele tem vontade de aprender, evoluir e aí se tornar um jogador bom daqui há um tempo.” – comentou.
“É um pouco diferente, mas é bem legal, tem muito jogador que já joga há bastante tempo e às vezes vale a pena você apostar em um jogador bem mais novo, que não tem experiência, mas tem um potencial muito grande. As contratações hoje no mundo de CS não são tão fáceis como antigamente, principalmente por questões contratuais ou vontade do jogador, mas acredito que nas últimas duas escolhas nossas, fomos muito felizes em ter pegado o brnz4n e o insani porque eles são dois garotos que a gente ver um futuro muito e eles estão demonstrando em várias partidas. O brn em outros campeonatos e o insani nesse campeonato agora.” – completou o treinador.
Finalizando o papo, o bit falou sobre o futuro do MiBR e os planos traçados para a temporada 2023. Ele disse que a equipe volta ao lobby já no próximo dia 17 de fevereiro para o closed do RMR Américas e que o foco principal da equipe é se classificar para o Major de Paris. Nesse intervalo, farão bootcamp na Sérvia antes da disputa da ESL Pro League em Malta. Por fim, o treinador ainda comentou que, se a equipe terminar entre o Top 15 e Top 20 da HLTV no final da temporada, será um resultado muito positivo.
“Acho que a nossa meta é classificar para o Major, a gente tem uma agenda bem grande de campeonatos, óbvio que vamos dar o máximo em todos os campeonatos, mas acho que o Major esse ano já tá quase chegando o qualifier. Esse mês de fevereiro, se não me engano dia 17, já jogamos o closed. Dia 21 voltamos para a Malta para disputar a Pro League. Depois vamos para a Sérvia fazer bootcamp. Após isso, voltamos para o México para jogar o RMR se classificarmos, tomara que sim. Então a agenda tá muito corrida, mas a meta nesse momento é focar e se dedicar ao máximo pensando no Major e, em questão de resultado, se a gente conseguir se manter entre o Top 15 e Top 20, acho que já é uma meta bem legal, para no próximo ano tentar se encaixar no Top 10.” – traçou o treinador.
Completando a fala, bit concluiu a entrevista falando que o desempenho na IEM Katowice 2023 encheu a equipe de esperança e que as coisas aconteceram muito mais rápido do que ele imaginava.
“Mas a gente nunca sabe, às vezes as coisas acontecem mais devagar, outras mais rápido do que se imagina. Eu sinceramente achei que as coisas seriam mais devagar do que as coisas estão indo nesse momento, com exit como capitão, insani jogando agora. Mas, esse campeonato deu uma esperança de que o processo possa ser bem mais rápido do que imaginei, o que é muito bom, no caso.” – concluiu.
O MiBR terminou a IEM Katowice 2023 na 9th-12th colocação da fase de play-in, após ser derrotada para a fnatic no confronto decisivo que valia vaga para a fase principal do tradicional torneio polonês. Apesar da queda precoce, o desempenho individual agradou e a equipe saiu do torneio maior do que chegou, graças a grata surpresa que foi a joia insani, despontando no mundo do Counter-Strike aos 18 anos.
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