Capitão da FaZe, karrigan falou sobre saída de RobbaN, analisou CS atual e desabafou sobre esgotamento mental
Após a vitória da FaZe Clan na estreia da IEM Cologne 2023 sobre a Ninjas in Pyjamas, o capitão da equipe Finn ‘karrigan’ Andersen falou com exclusividade a Game Arena, abordando temas interessantes que englobam o Counter-Strike atual.
Começando o grande papo, karrigan falou sobre a saída de RobbaN, treinador que deixou a FaZe recentemente após oito anos comandando a equipe. Ele revelou tristeza pela saída, mas disse que foi o “melhor para todos”
“Obviamente é difícil, quando penso nos meus últimos seis anos, quatro deles foram com RobbaN. Então, tínhamos um relacionamento estreito, tínhamos a mesma visão do jogo. Todos ficaram tristes que RobbaN teve que sair, mas é isso e acho que foi o melhor para todos. Portanto, temos um RobbaN que deixa um time tranquilo, se divertindo.” – disse.
Em seguida, karrigan falou sobre o novo treinador, NEO. Para o in game leader, o polonês trará novas experiências para o time, mas precisa ir “passo a passo” nesse começo.
“Mas também NEO tem uma grande experiência como coach e jogador, ele traz muitas experiências diferentes, parte diferente de si mesmo para a equipe. E eu acho que o ponto principal é como ele ficou na Virtus.pro por quatro anos e manteve a equipe unida. Ele está acostumado com o que pode acontecer. Então, eu estou ansioso para ver mais dele, obviamente, sendo a primeira vez como treinador. Ele tem que ir passo a passo nas primeiras vezes, ouvindo mais a comunicação, então está bom até agora.” – afirmou.
Ainda sobre NEO, karrigan afirmou com veemência que vê NEO o melhor da história do Counter-Strike 1.6, ao lado de f0rest. Ele diz que aprendeu muito vendo as demos do treinador atual e comparou-os com a dupla s1mple e ZywOo.
“Eu concordo. Acho que quando jogamos 1.6, existe dois jogadores para falar, que é NEO e F0rest. E se você ver o talento, a mentalidade e a maneira como eles lidam e gostam do jogo, eles adoram jogar. Você sabe que é especial, é como um antigo s1mple ou um velho ZywOo. Como eles eram bons, né? Eu assisti muitas demos naquela época, então tendo ele entrando com a experiência e ver o que ele gosta nesta equipe, como nós temos um estilo old school de call do 1.6 com um pouco mais de liberdade, jogando no sentimento e em equipe, eu acho que ele gosta do estilo que temos.” – disse.
Fechando o assunto NEO, para karrigan, o polonês precisa descobrir “que tipo de treinador ele quer ser” e se mostrou ansioso para trabalhar “com outra lenda”, dando destaque também a RobbaN.
“Ele tem que descobrir que tipo de cara ele quer ser como treinador e acho que é um sonho se tornando realidade ter uma equipe assim para treinar. Somos fáceis, mas também difíceis de treinar. Então, você tem que encontrar um equilíbrio e ele vai entrar e trocar a forma de como pensamos sobre o jogo, mas ele vai entrar e fazer pequenos ajustes, para podermos melhorar e eu estou ansioso para trabalhar com outra lenda, porque RobbaN era um grande trunfo no meu livro também.” – revelou.
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karrigan relembrou o primeiro semestre vivido pela FaZe e afirmou que chegou ao Major de Paris “saturado” após vencer o Grand Slam da ESL. Em Dallas, karrigan mostrou desgaste e afirmou que estava com “pouca energia” após disputar um torneio uma semana depois do mundial. Para ele, se tivesse tido um pouco mais de tempo para se recuperar, a FaZe teria conquistado o título nos Estados Unidos.
“Ganhamos o Grand Slam, sabemos a pressão que teve sobre nós, sabemos como drenar isso e estávamos saturados após jogar o Major de Paris. A convocação como se não tivéssemos espaço para respirar como seres humanos. Nós apenas escolhemos continuar jogando no sentimento e foi decepcionante, como eu estava com pouca energia após o jogo contra a ENCE em Dallas. Acho que tivéssemos tipo dois dias de folga a mais, ganharíamos o torneio, é o que eu sinto.” – contou.
Falando sobre a volta as competições e o desempenho na BLAST Premier Fall Groups, karrigan disse que desempenhar bem no torneio não é o objetivo principal para a equipe nesse restante da temporada, mas sim “colocar a equipe em funcionamento.”
“Acho que entramos na BLAST sabendo o formato de que você não pode perder três/quatro vezes e ainda se classificar. Então, quando entramos no semestre, o objetivo principal não era a BLAST, mas sim colocar a equipe em funcionamento, nos acostumarmos, não adicionar muitas coisas novas, mas fazer o básico. Então, nos últimos quatro/cinco dias antes de Cologne, adicionamos algumas coisas novas em mapas antigos e o que vimos na BLAST não funcionou. Mas, obviamente, depois de perder um jogo para a Liquid no torneio, nós intensificamos os mapas, vencemos Liquid e G2 e entramos no verão com uma boa confiança em nós mesmos.” – comentou.
Sobre o período de player break e da janela de transferências mais movimentada da história do CS:GO, karrigan afirmou que nem houve conversa de possíveis mudanças na equipe, a não ser a saída de RobbaN, relatada já no primeiro dia do retorno. Ele vê a FaZe com uma “equipe muito boa” e chegando “em um bom estado” para o CS2.
“Não teve nem conversa, mas depois do primeiro dia de prática RobbaN nos disse que iria parar e todo mundo estava de férias, aproveitando o tempo livre. Então, eu acho que nem houve tempo para falar sobre, pois eu acredito que temos uma equipe muito boa, sinto que estamos em um bom estado para entrar no Counter-Strike 2 e aconteça o que acontecer, temos que ver depois do primeiro Major de CS2, obviamente.” – revelou.
karrigan foi questionado sobre a escola de capitães que a Dinamarca formou nesta geração do CS:GO, tendo ele como o principal nome, mas também grandes lideres como Snappi, cadiaN, HooXi, entre outros. Ele foi enfático ao dizer que, seu dilema é “nenhum IGL vai trabalhar mais do que eu”, mas desabafou ao dizer que está “mentalmente esgotado”.
“Eu acho que seria uma pergunta melhor para os meus companheiros de equipe, mas acredito que meu maior dilema tem sido que nenhum IGL vai trabalhar mais do que eu. Se eu trabalhar mais duro do que todos os outros, mesmo que eu seja bastante livre, meu esforço de trabalho nunca poderá ser questionado. E isso a equipe também sabe que eu sempre vou estar preparado para o trabalho e nunca vou desistir disso. Estou mentalmente muito esgotado, mas sinto que fico melhor individualmente a cada dia e faço essas crianças ficarem cada vez melhor também.” – desabafou karrigan.
Finalizando, o in game leader dinamarquês concluiu a entrevista reconhecendo a sua evolução como jogador e capitão ao longo dos anos.
“Se eu olhar para trás, cinco anos atrás, estou muito melhor agora do que estava e eu só tenho o que melhorar, mas é difícil, pois todo mundo está ficando muito bom, novas ideias estão surgindo, estão atirando muito bem, mas acho que o que eu tenho é experiência em liderança e isso você nunca pode questionar e tirar de mim, mas preciso manter isso no server e estou fazendo o que posso para equilibrar tudo, mas acima disso tudo, eu tenho que ser o pai, o líder e tenho que trazer a mentalidade certa para o time vencer os torneios.” – concluiu.
Se você gostou desse conteúdo em texto, veja também em vídeo. Nesse aqui, entrevistamos NertZ, da ENCE.
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