Em entrevista, o treinador Bruno “bit” falou sobre nova eliminação, enumerou pontos a serem definidos e projetou futuro da equipe
Após nova eliminação do MiBR, desta vez na FiReLEAGUE com a derrota para a 9z por 2 a 1, Bruno “bit” falou com exclusividade ao portal. Em certo tom de desabafo, o treinador analisou o confronto contra os argentinos, sua ex e última equipe como jogador profissional.
“bit” reconheceu que está difícil desenvolver um jogo consistente do lado terrorista na maioria dos mapas, um ponto que foi primordial hoje para a derrota para a 9z. Em dois mapas disputados, o MiBR pontuou apenas duas vezes na Dust 2 e faturou só três pontos na Inferno enquanto estava atacando.
“A Dust 2 começamos bem, começamos com uma vantagem grande, tivemos um plano de jogo forte que estava dando certo, mas ao longo da partida fomos se perdendo um pouco. Acabamos fazendo pouco rounds de CT, de TR está difícil, pois estamos tendo muita dificuldade na maioria dos mapas desse lado, precisamos continuar revendo muita coisa, continuar tentando evoluir, pensar em novas maneiras para melhorar nosso TR.” – admitiu.
Um dos fatores primordiais que ele cita para uma má performance no lado terrorista é a falta de uma definição de uma segunda voz no time nesses momentos. Ele afirma que antes a equipe tinha “JOTA” e “chelo” como vozes ativas nesses momentos e, com a saída do segundo para a Imperial, a equipe atualmente só conta com o capitão, mas reconheceu que a derrota foi mérito da 9z.
“Tem muitas coisas que precisamos conversar, definir quem vai ser a segunda voz do time, porque antes eram o JOTA e o chelo, duas vozes muito ativas e agora só temos o capitão. Então estamos tendo dificuldades nesse quesito, apesar de na Ancient continuamos fazendo bons halfs ofensivos, mas nos outros mapas não conseguimos repetir isso. É isso, na Ancient mandamos bem, na Dust 2 tínhamos chance de ganhar e desperdiçamos e na Inferno eles deram shot down. Eles jogaram bem, foi mais mérito deles, o “buda” no bomb B estava bem forte.” – citou.
Depois, “bit” comentou sobre o mental da equipe, um ponto que ele precisa trabalhar melhor com os jogadores. O treinador afirmou que a equipe acabou entrando com um excesso de confiança no RMR, o que acabou atrapalhando a equipe a desempenhar, deixando a vaga para o mundial brasileiro escapar.
“Já discutimos bastante sobre isso, são vários fatores, talvez esse quesito de se dedicar tanto, talvez tenha sido um deles. Realmente, o mental da equipe não estava legal, acho que, por a gente ter treinado e se preparado tanto, achávamos que íamos classificar. Ainda mais que perdemos apenas por um ponto para a Team Liquid, que era o time mais forte do RMR. Isso foi mexendo muito com a nossa cabeça e o mental é algo que precisamos trabalhar bastante.” – disse.
Durante a disputa do RMR, apuramos que a equipe do MiBR tiveram uma rotina pesada de treinos em preparação para o torneio. Os brasileiros treinaram 14 horas por dia, sete mapas, além de inúmeras demos e reviews.
Perguntado sobre o porquê da equipe ter sido eliminada de forma precoce nas duas últimas competições que disputou, mesmo com tanto trabalho, “bit1” disse que foram vários fatores que atrapalharam e que a equipe precisa continuar buscando um ponto de equilíbrio até dar certo para eles no futuro.
“A gente ver bastante o pessoal da Imperial e da paiN falando que eles irão fazer uma rotina mais leve, acho que tem horas e horas para tudo, estamos buscando o balanço entre o momento de jogar muito e ficar mais tranquilo. Nesse campeonato, entramos com uma mente mais tranquila, mas em alguns momentos essa tranquilidade acabou nos levando a ficar solto demais. É difícil falar, temos que encontrar um equilíbrio para a gente jogar, igual jogamos no CCT e em outros campeonatos. Mas é isso, o que faltou para ir ao Major são vários fatores, comunicação, nervosismo, muito treino, pouco descanso… Muita coisa que deduzimos, sempre no achismo e vamos mudando isso aos poucos e as coisas vão melhorando, às vezes não e a gente precisa achar esse ponto que vai da certo para nós no futuro.” – afirmou.
Para finalizar, o treinador comentou sobre o futuro da equipe e a sequência da temporada 2022, afirmando que o plano se mantém e que a equipe voltará ao México para se preparar para alguns compromissos que lhe restam durante a temporada, tendo inúmeras decisões a se tomar.
“Vamos viajar para o México para a disputa da ESL Challenger e a BLAST Showdown, o plano se mantém o mesmo, vamos jogar os dois campeonatos, ganhar ambas as vagas que é importante. Depois vamos passar alguns dias no Brasil, vamos aproveitar que os times europeus estarão lá, então vai ser um momento que vamos conseguir resetar um pouco o mental. Estamos desde janeiro vivendo de viagens, hotel, bootcamp. Voltamos para o Brasil somente duas vezes esse ano e vamos usar esse tempo para treinar contra os times do Major e depois ver o calendário, assim como a paiN e os outros times que ficaram de fora do Major, vão ficar com o calendário ruim até o fim do ano. Vamos estudar melhor os campeonatos, ver o que vai acontecer, talvez Europa, NA ou ficar no Brasil, coisa que eu acho difícil, até o fim do Major.” – finalizou.
Com isso, o MiBR sai da maratona de duas semanas de competições na Europa, o RMR Américas em Estocolmo e a FiReLEAGUE em Barcelona, com mais dúvidas do que certezas. Muitos pontos a serem definidos, muitos questionamentos a serem respondidos e uma perspectiva de um fim de ano mais desanimador para o torcedor do que há duas semanas.