Em entrevista exclusiva, WOOD7 admitiu pressão no time, citou pontos negativos e positivos e visou futuro no CS2
Após a eliminação precoce do Fluxo no BLAST.tv Paris Major 2023, o primeiro de sua história e o último de Counter-Strike Global Offensive, o capitão da equipe, Adriano ‘WOOD7’ Cerato falou com exclusividade ao portal Game Arena.
Primeiramente, ele começou abordando sobre a mudança de postura que o time teve em seu primeiro dia de estreia e hoje. Segundo o in game leader, o Fluxo veio sentindo muito a pressão de ter tido jogos ruins recentes, que culminaram em duas derrotas na MD1. Hoje, apesar da derrota, ele revela que o time veio para “se divertir”.
“Eu acredito que a gente estava com muita pressão nas costas ontem. Vinhamos de alguns jogos bem ruins, temos nossa cobrança interna, que precisamos performar melhor. E hoje a gente conversou que iríamos nos divertir, porque acho que todo jogador tem um sonho de jogar um Major. Então era para aproveitar a oportunidade e, se fosse perdemos, iriamos perder tentando, não continuar naquela cobrança que a gente estava. Sabíamos que os detalhes fazem diferença e decidimos não nos cobrar tanto com isso e só jogar.” – disse WOOD7.
O in game leader da equipe, que disputou o seu segundo Major na carreira, analisou friamente os confrontos que teve no torneio, principalmente as melhores de um ontem. Ele revelou que a tática contra a paiN era trazer uma “abordagem diferente”, já que a equipe vinha de uma derrota contra eles no RMR, o que acabou fazendo com que o time “se perdesse”.
“Acho que a gente se perdeu um pouco no primeiro jogo contra a paiN. Abordamos o jogo contra eles de uma forma no RMR, não deu certo. Nesse viemos totalmente diferente e também não deu certo, nos perdemos. Foi um jogo que, durante a nossa gameplay, o plano de jogo não entrou, não conseguimos se adaptar e no jogo contra Monte, por ser uma Overpass, tentamos fazer algo diferente. A amostragem do primeiro foi muito por conta disso, quisemos mudar tudo e quebramos a cara nisso.
Eu vejo o jogo contra a paiN como 50/50 se a gente só jogasse o nosso, mas como já tínhamos falhado contra eles no RMR, quisemos abordar o jogo de uma forma diferente e saímos da nossa zona de conformo e foi muito ruim para nós.” – revelou.
Na sequência, WOOD7 foi perguntado sobre quais os pontos positivos e negativos ele tira da trajetória do Fluxo nesse Major de Paris. Ele disse que a equipe mostrou que se preparou bem, enxerga evolução em alguns mapas como algo positivo, mas o negativo pesou muito para o lado da confiança, o que, segundo ele, o time “precisa continua trabalhando”.
“Os pontos positivos foram que a gente conseguiu mostrar que o time se preparou muito bem em vários mapas. Jogamos Nuke, Mirage, Inferno, Ancient… E os dois últimos eram mapas que estávamos sofrendo bastante, com derrotas bem feias. Então, mostra que o time cresceu. E o ponto negativo são as inconstâncias quando a gente toma um round, toma 3-4. Acho que tem a ver com a confiança, quando a gente perde ficamos um pouco abalados. É algo que a gente precisa continuar trabalhando, pois isso já faz um tempo.” – analisou.
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Avaliando o projeto do Fluxo no Counter-Strike, WOOD7 fez um panorama desse período de nove meses que a equipe foi montada. Apesar do curto espaço de tempo, ele ver a trajetória da organização como uma “boa caminhada até aqui”.
“Ano passado começamos um time bastante badalado, mas começamos com uma falha e mesmo assim não abaixamos a cabeça. Ganhamos vários campeonatos no Brasil, no final do ano fizemos uma mudança que fez com que dessemos um passo para trás, para dar dois para frente. Conseguimos dar esses dois passos a frente pegando a vaga ao RMR. Fizemos um primeiro semestre muito bom em títulos e o segundo atingimos o objetivo do Major, então avalio como uma caminhada boa até aqui.” – comentou WOOD7.
Após olhar para o passado e para o presente, WOOD7 falou um pouco sobre o futuro da equipe, o que começou a surgir bastante incerteza após recentes declarações do zews e de felps com relação à sequência do time. Ele não deu sinais de mudanças nas palavras e visualizou a sequência do time no restante do ano, pregando foco no Counter-Strike 2 a partir de agora.
“Como acabou o Major agora e tem poucos campeonatos para disputarmos, acho que o time vai começar a trabalhar o CS2. Não faz sentido a gente continuar trabalhando CS:GO nesse final, sendo que vai mudar tudo, map pool, abordagem do jogo, então provavelmente teremos um reset e vamos fazer um planejamento para essa nova fase.” – disse.
Por fim, WOOD7 agradeceu o carinho da torcida na trajetória da equipe no Major e afirmou que “essa energia que a torcida tem, é o que nos motiva para continuarmos”, classificando o Fluxo como “a organização com a torcida mais fanática” do cenário de eSports.