De volta ao cenário competitivo, bizinha afirmou que está pronta para ouvir propostas tanto no Counter-Strike, quanto no VALORANT. Ainda assim, a jogadora adicionou que está mais perto do CS. Em entrevista exclusiva, a Game Arena foi entender o que aproxima mais a jogadora do FPS da Valve.
Antes de entendermos as tais diferenças que colocam bizinha mais perto do CS, foi perguntado a jogadora o que a fez mudar de jogo no passado. Essa é uma resposta que ela já deu antes, mas é importante que ela reviva para adicionar ainda mais contexto na história toda.
“Na época, o cenário de VALORANT parecia conquistar rápido o que no CS lutamos anos e anos para ter, e quando eu falo anos, são muitos mesmo. O cenário feminino de CS sempre existiu e tudo era muito lento pra acontecer, até a frequência dos mundiais, que dificilmente tinha aquela importância. O engraçado é que Lei de Murphy aconteceu, pois fui pro VALORANT e em seguida começaram a acontecer torneios internacionais de CS feminino com mais frequência. De qualquer maneira, quando eu já tinha tomado essa decisão, já tinha visto o calendário e isso não me fez voltar atrás. Principalmente porque estava em busca de aprender algo novo e o CS por muito tempo não apresentou inovação. Na época eu me sentia melhor assim, jogando VALORANT e sempre aprendendo algo novo.”
Bizinha classifica a experiência no VALORANT como “desafiadora”. Ela também revela que duvidou de si mesma várias vezes. Entretanto, algumas pequenas vitórias e seus próprios valores, a animaram a continuar essa caminhada.
“Em um dos meus primeiros jogos, com menos de um mês de game, tiramos um mapa da B4 que era a top 2 da época. Isso me fez pensar que era possível e eu só precisava de tempo, até porque o caminho de evolução eu sei percorrer independente do jogo. O caminho vem da dedicação e respeitar o passo a passo, são valores que trago comigo, pois foi o que me fez evoluir, então não vou abandoná-los”, relembrou a pro player.
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Para a ex-00Nation, quatro pilares se mostram diferentes entre o Counter-Strike e o VALORANT. Três deles são: “comunidade”, “mentalidade dos players” e “mecânicas de evolução”. Dentro desses três pontos, alguns causaram estranhamento a ela.
A comunidade, segundo bizinha
- “No VALORANT a gente tem a presença de ‘pessoas sem rosto’, com uma influência enorme dentro da comunidade. É quase um ‘V de vingança’. Acho diferente, e vejo um ponto positivo pois engaja a comunidade. Mas creio que os jornalistas não devem gostar disso.”
A mentalidade dos players, segundo bizinha
- “No CS:GO, uma pessoa ser Global no MM não faz ela ser cogitada pra algum time grande. Ninguém liga se você é global, mas todos ligam se você é Radiante. Tudo bem que o sistema de elo no CS não funciona igual, porém não fez sentido, um jogador individual ter tanto peso e não ter que passar por algo coletivo para ser cogitado. Acredito que isso só é possível porque de fato o jogo da algumas ‘facilidades’ a mais que o CS não te dá. Isso não faz um ser melhor ou pior, mas tem ferramentas a mais que torna algumas coisas de baixa probabilidade serem de alta probabilidade. No CS tudo relacionado a elo e patente, é ignorado no âmbito profissional.”
As mecânicas de evolução, segundo bizinha
- “O VALORANT não é meu primeiro FPS. Então eu já não acho natural não ter sistema de demo e ainda alguns sistemas que são próprios de competição, não terem previsão para serem lançados. É quase uma mensagem que diz: ‘Ei, atletas, daremos uma prioridade eterna em fazer skins brilhantes, mas provavelmente nunca resolveremos esses problemas’. Para quem é o primeiro FPS, pode parecer aceitável. Mas é muito estranho ficar estudando jogo em live e ficar lendo radar para poder evoluir. Se fulano fez uma skill, vamos apenas imaginar o pixel.”
O quarto pilar é totalmente pessoal e não tem a ver como as coisas funcionam, e sim com ela própria. Afinal, é difícil negar as origens…
“Eu gosto dos dois jogos, mas meus ídolos estão no CS. Lembro que meu primeiro sonho da vida foi ser pro player, pois assistia muito ao MIBR que era pioneiro nos anos 2000. Essa foi a minha referência quando não tínhamos nenhum exemplo claro na mídia de que daria para viver disso um dia”, afirmou bizinha.
“Além disso, tenho uma sensação de pertencimento maior ao CS, pois é um jogo que tive meu primeiro contato aos quatro anos e ali já sabia o que tinha que fazer quando ficasse maior e adulta. Gosto dos dois, mas minha identidade e experiência de vida tem mais história no Counter-Strike”, completou.
Daqui para frente, bizinha não tem uma decisão fácil a ser tomada. Mesmo que sua preferência tenda para um dos lados. Isso porque ela entende que agora precisa bater o martelo de uma forma definitiva.
“Voltei a jogar o jogo nos últimos meses e não é fácil ‘reprogramar’ o cérebro para o CS. Não tem como eu ficar nisso de reprogramar de um jogo para o outro toda hora. Quando eu tiver 100% de certeza, será pro resto da vida”, explicou bizinha.
Por um lado o cenário é de dúvidas, mas por outro, após viver um pouco da vida de influenciadora e apresentadora, bizinha teve certeza que nasceu para competir. Seja no CS:GO ou no VALORANT, a pro player quer voltar de qualquer jeito a representar o Brasil em mundiais e quem sabe trazer um primeiro troféu para casa.
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