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Counter-Strike 2
Foto: Game Arena.

CS2: WOOD7 vê ODDIK mais coesa e agradece carinho de Gaules: “Muito feliz e agradecido”

Capitão da equipe, WOOD7 falou sobre mudanças da equipe, títulos recentes, expectativa para o RMR e projetos passados

Thulio Bastos •
26/08/2024 às 12h00, atualizado há 3 meses
Tempo de leitura: 15 minutos

Adriano ‘WOOD7’ Cerato, capitão da equipe de Counter-Strike 2 da ODDIK, concedeu entrevista exclusiva a Game Arena uma semana antes do Closed Qualifier do Regional Major Ranking Américas para falar sobre alguns assuntos envolvendo sua equipe e momento da carreira.

No começo do papo, WOOD7 abordou temas a respeito sobre a equipe, em especial as mudanças inesperadas que o time acabou passando. O capitão falou sobre os resultados imediatos que a equipe conquistou recentemente.

Eu acho que esse time, todas as pessoas estão extremamente confortáveis dentro do jogo. Todo mundo está muito confortável com a função. Antes, a gente tinha um time que nenhum jogador estava confortável. O jeito que a gente está jogando, estamos dando atenção para coisas importantes.

Acho que foi um misto de todos os jogadores estarem bem individualmente, e coletivamente também estamos muito preparados. É esse misto, ele está fazendo a gente jogar bem e rápido em todos os campeonatos. Formamos o time e em dois, três dias, já dava para sentir internamente que escavávamos melhor do que antes, mesmo sem preparação.” – afirmou.

Sobre a participação da ODDIK no FERJEE, WOOD7 revelou que o objetivo do time era dar experiência a alguns jogadores em LAN, para que eles se acostumassem a jogar sob pressão visando o RMR. O time foi campeão do torneio no Rio de Janeiro.

Esse campeonato era uma preparação principalmente para os meninos mais novos. Acho que o naitte já tinha algumas experiências de LAN lá no Nordeste. Eu também joguei alguns, mas esse campeonato a gente usou principalmente para testar o nosso nível e preparar os meninos para momentos de pressão. Porque na LAN você está vivendo esses momentos o tempo inteiro.” 

Desde o início do jogo até o final, é muito complicado ter que lidar com barulho, com plateia, com PC às vezes dando algum problema. Todos esses somatórios de coisas que acontecem, queríamos que passassem por essas adversidades para os meninos se prepararem, porque agora que a gente tem o RMR, eles se sintam mais confiantes, que todos possam sentar na cadeira e saber que vão desempenhar bem, porque eles são confortáveis.” – revelou.

WOOD7
Foto: divulgação/FERJEE.

Na sequência, WOOD7 falou sobre a possível negociação com n1ssim e por que ela não deu certo. O capitão disse que não sentiu do jogador tanto interesse em participar do projeto, citou outros nomes que foram analisados e rasgou elogios ao escolhido togs.

A gente teve interesse em vários jogadores, não só no n1ssim. Na posição de âncora, a gente tinha o togs, tinha o nickss, tinha o n1ssim, tinha a koala. A gente levantou vários nomes para essa posição. A Sharks pegou o koala, acabou que o n1ssim se tornou uma opção. Achamos que era uma opção, chamamos ele, mas ele não mostrou tanto interesse, eu também não, já que não mostrou interesse, não teria nem por que correr atrás. E a gente, felizmente, encontrou um jogador que eu acho que é melhor que o n1ssim. O togs é um jogador que estava infeliz, e hoje vejo que ele é um ótimo jogador e tem potencial para ser um dos melhores jogadores da posição no Brasil.” – revelou novamente.

Por fim, encerrando o assunto mudanças, WOOD7 falou o quão difícil foi ter que se despedir de Tuurtle, amigo e companheiro de equipe de longa data. Ele contou que, quando ambos os lados não estão felizes, o melhor é seguir caminhos distintos.

Foi uma decisão bem difícil. Como você mencionou, ele é um amigo meu de longa data. A gente joga CS há 5, 6 anos. Mas acredito que ele não estava feliz com as posições que ele estava jogando. Eu também não estava feliz com algumas coisas. Então, quando nenhuma das partes está feliz, o melhor caminho é se separar mesmo. Acho que ele vai se encontrar em outro time fazendo o que ele realmente gosta.

Aqui a gente tinha muitos problemas de funções. Às vezes, tinha que encaixar ele fazendo alguma coisa, que ele não desempenhava tão bem. Acho que agora ele vai poder encontrar uma nova casa, jogar do jeito que ele gosta. E está tudo bem. Não tem nada a ver. Eu, particularmente, sempre penso que não tem uma grande diferença de nível entre os jogadores. Ele tem que estar confortável fazendo o que ele gosta. E o Tuurtle não estava assim aqui dentro.” – disse.

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ODDIK
Foto: divulgação/ODDIK.

Falando sobre o próximo e grande compromisso da equipe, o Closed Qualifier do RMR Américas para o Perfect World Shanghai Major, WOOD7 chega confiante para disputar o torneio e revela que nunca teve um time tão bem preparado antes, mesmo classificando todos os outros para o evento principal.

Acredito que, não querendo nos zikar, mas esse time é um dos mais preparados que eu já cheguei em um RMR. Lembro que a Bravos era um time que era muito inexperiente. E a gente mandou muito bem. O time da MIBR era um time que o bit1 tinha acabado de entrar com uma filosofia totalmente diferente, naquele momento estava vivendo conflitos de ideias. Talvez a gente não estava tão preparado. O time do Fluxo tinha trocado muitas funções e também estava oscilando. A ODDIK anterior também, a gente sempre teve problemas de funções. Esse é o primeiro time olho para uma coisa e está tudo bem. Olho para outra e está tudo bem. Outra e está tudo bem. Então, acredito que a gente está preparado sim para conseguir essa vaga.” – afirmou.

WOOD7 ainda relembra que, no RMR passado, a antiga ODDIK tinha condições de se classificar ao Major e o fato de ter tido menos vagas atrapalhou. Agora, com mais oportunidades e com um time bem encaixado, ele espera chegar ao mundial da China.

Com certeza. Essas vagas a mais, aliado ao nosso time estar mais preparado, é muito bom. Eu estou muito feliz, muito ansioso. Quero passar por esse Closed para chegar lá e mostrar realmente o nosso nível. Por mais que a ODDIK anterior mostrou bons sinais, poderia ter conquistado a vaga em um jogo contra a paiN, não era nada estranho a gente ganhar deles e pegar essa vaga para o Major. Aquele time tinha problemas de funções, que te mencionei. A gente não conseguia encaixar isso e entrava muito na forma que eu penso o jogo. Quando a gente via situacionais dentro do jogo, eu tinha que fazer muita força para cair em uma situação boa. Porque as coisas não fluíam naturalmente.” – analisou.

Concluindo o assunto, WOOD7 analisa que a ODDIK de hoje é, de fato, um time que joga CS da mesma forma que ele pensa e que está satisfeito com a forma que a equipe vem se portando nos jogos.

Esse time hoje, as coisas fluem naturalmente, os jogadores vão para a posição que espero que eles vão. Eles tomam atitudes muito parecidas com o que penso que julgo que é o certo. Então, hoje a gente tem um time muito mais rápido. E, ao mesmo tempo, ele é muito mais passivo a ponto de punir erros. É muito legal, porque parece que a gente está conectado para a mesma ideologia, para finalizar um round. Antes não, parecia estranho. Não sei descrever. E isso é o legal do CS, porque quando você tem cinco pessoas diferentes, às vezes você muda uma pessoa, e aquela pessoa traz uma qualidade que complementa bem. Às vezes você não consegue trazer isso, traz uma pessoa que ela só atrapalha. É muito louco isso.” – finalizou.

WOOD7 é um jogador subestimado?

WOOD7
Foto: Divulgação/PGL

Perguntado se ele sente que as pessoas não lhe dão o seu devido valor, WOOD7 rechaça a possibilidade e relembra títulos individuais que recebeu nas duas últimas temporadas.

Acho isso relativo, porque ganhei o melhor capitão do Brasil em 2022 e 2023. Na premiação da GC. Então, querendo ou não, lá eu fui valorizado. Por dois anos eu fui premiado como o melhor capitão. Eu juro que eu não sei. Porque hoje eu estou vivendo uma fase que eu sinto que eu estou muito bem para a mídia. No passado, já fui criticado, por não ter números tão bons assim, mas já vivi momentos que tive números melhores do que a média dos capitães do Brasil e do mundo.” – contou.

Ele ainda revela que os jogadores de Counter-Strike vivem de altos e baixos na questão da opinião dos brasileiros e cita FalleN, nqz e zevy como exemplos.

 A gente vive uma montanha-russa, todos os jogadores. Sem exceção. A gente vê o FalleN sendo criticado e amado em questão de dois dias, vê o nqz, que para mim é o melhor awper hoje do Brasil, na 9z todo mundo descendo o ferro nele, hoje ele é um cara. zevy também, para mim ele no passado era o melhor awper do Brasil, hoje vejo a torcida do Flux pedindo para ele sair. Isso não é uma coisa só minha, todo mundo passa por isso, tem que saber lidar. Eu me considero um dos melhores capitães do Brasil, acho que as pessoas já veem isso em mim. Se em algum momento estão falando mal ou falando bem, faz parte também. Eu melhorar e mostrar que eles estão errados.” – explicou.

E por que ele foi tirado de projetos que estavam dando certo? WOOD7 explicou que, no MIBR e no Fluxo, viveu momentos diferentes. No primeiro, após o PGL Major Antwerp 2022, a equipe acabou tendo duas lideranças distintas e a sua saída foi o melhor para ambos.

O time do MIBR quando me chamou, eu trouxe a base da Bravos, que eu confiava muito e que quase tínhamos ido para o Major. Naquele primeiro momento, senti que eu tinha o controle das coisas, tinha autonomia, voz, o meu estilo. Tivemos aqueles primeiros seis meses onde ganhamos da NAVI, fomos muito bem na BLAST e em Katowice. Quando o MIBR traz o bit1, ele tem uma abordagem diferente, sobre pessoas, sobre o jogo. E a gente não estava na mesma página. Por isso acho que, quando saí, estava tudo bem. Porque, de fato, duas lideranças que elas estão na mesma página, você começa a ter jogadores escolhendo lados. E quando isso acontece é muito ruim.” – relembrou.

Já no Fluxo, os problemas foram outros, onde WOOD7 teve que gerenciar algumas mudanças que estavam fora do seu controle e, após tudo isso, o clima ficou ruim na equipe após a disputa do BLAST.tv Paris Major 2023. 

O Fluxo, já é outra história. A gente tinha um time muito forte, para mim a primeira line do Fluxo, se tivesse ficado junto até hoje, seríamos o melhor time do Brasil. O time com o lux era o melhor time do Brasil disparado, com mais potencial. O kick do lux foi o mais errado da história do CS. E isso ocasionou vários problemas internos que eu tive que gerenciar. No final, quando a gente mudou, já não tinha um clima tão bom.” – contou.

Reconhecimento de Gaules

Finalizando a entrevista, WOOD7 agradece o carinho e reconhecimento que recebeu de Gaules, recentemente. Ele afirma que, vindo de uma pessoa tão influente no mundo do CS, é importante para ele e para sua família.

Fico muito agradecido por isso, principalmente pela minha família, porque eles acompanham todos os jogos, assistem as lives, e como eu já vivi uma montanha-russa, a minha família está muito feliz, assistindo e vendo esse carinho. O Gaules é o maior formador de opinião do nosso cenário, e ser reconhecido por uma pessoa assim é muito bom. Fico muito feliz com isso, que essas pessoas que estão falando, têm propriedade, porque elas foram ex-jogadores, muitas das coisas que elas falam, faz sentido mesmo. Não é alguém leigo que está falando, é alguém que viveu o jogo, que vive o esporte, tem a paixão. Sou muito grato por tanto.” – concluiu WOOD7.

WOOD7 e Fluxo estreiam no Closed Qualifier do Regional Major Ranking Americas para o Perfect World Shanghai Major 2024 nesta segunda-feira, dia 26 de agosto, contra a equipe da KRÜ Esports, às 11 horas, horário de Brasília.


Assista também nossos vídeos. Neste aqui, o quadro ThúliOpina fala sobre o retorno de s1mple.

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