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Counter-Strike 2
Foto: MIBR.

CS2: showliana fala de novos passos na carreira e como é ser espelho para outras mulheres

showliana conversou com a Game Arena durante o WIBR Summit 2025

Fernando "nandoshow" Schwabe •
23/05/2025 às 00:10, atualizado há 6 meses
Tempo de leitura: 7 minutos

Uma das maiores e principais jogadoras da história do cenário brasileiro de FPS, Juliana “showliana” Maransaldi encerrou sua vitoriosa carreira como atleta. Hoje como criadora de conteúdo do MIBR, a brasileira conversou com a Game Arena no WIBR Summit 2025, onde a ex-jogadora também foi uma das palestrantes convidadas.

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Inicialmente, showliana contou como tomou a decisão de parar com a carreira profissional nos esports:

Eu acho que o cenário tá passando um momento um pouco delicado, pouco investimento das orgs. No geral, eu acho que não tá muio promissor, infelizmente. Eu tô com 32 anos, acho que é um pouco do meu momento de vida, ficar nessa incerteza. Eu já conquistei muitas coisas dentro do jogo e quando eu olhava pra trás, a única coisa que ainda me doía era ainda não ter conquistado um mundial. Acho que era isso que me fazia continuar querendo e a paixão de competir. Nenhum outro sentimento se iguala.

Eu ficava muito dividia, mas pelo momento do cenário, eu não via muitas oportunidades. Eu pensei em outra maneira de estar inserida no cenário sem estar jogando e unir o que eu gosto de fazer com uma profissão que ainda tô inserida no meio. Acho que foi o que fez sentido no meu momento pra juntar com a minha carreira profissional“.

showliana também falou sobre os caminhos dentro do cenário para as atletas que se aposentam:

Acho que existem várias opções. Se eu quisesse tentar virar coach. Eu pensei em todas essas possibilidades, mas a que mais me agradava era realmente criar conteúdo e fazer stream. É isso que eu falei, era isso que me doía um pouco, de não estar lá no spotlight. O player está sempre muito em foco e eu tava acostumada com isso. Eu encarei como uma nova fase e consigo desfrutar e ver as coisas boas dela.

Por muito tempo, eu senti que se eu parasse de jogar, eu ia me rebaixar e hoje em dia eu vejo que não. Tudo que eu construí ainda ta lá. Agora eu posso compartilhar de uma maneira diferente, contar histórias, dar risada. Estou curtindo essa fase de construir minha comunidade“.

Após anos no Counter-Strike, showliana migrou para o VALORANT, onde competiu no cenário norte-americano e teve breve passagem pela KRÜ Esports, da Argentina. A ex-jogadora comentou sobre a mudança de ares:

Não foi uma decisão individual. Na época, eu tinha entrado na Dignitas, que é uma organização norte-americana e foi bem na época de pandemia. O Brasil era o único país que ainda tinha campeonato nacional com uma cena bem movimentada. No resto do mundo, não tinha e eu estava jogando nos Estados Unidos. A gente olhou e falou ‘não tem mais IEM, não tem nenhum campeonato pra gente jogar’. Enquanto isso, a Riot tava entrando pesado com VALORANT, investindo pra caramba no Game Changers. Pra gente fez muito sentido migrar como time do CS pro VALORANT. 

Depois de dois anos e meio jogando VALORANT, foi uma época muito legal e não me arrependo, eu ainda joguei pra KRÜ, voltei dos Estados Unidos. Ali eu vi que eu não era muito fã do VALORANT. Na época foi uma decisão que fez sentido em time, mas eu voltei sozinha e pra mim não fazia sentido jogar um jogo que, não é que eu não gostava, mas o CS sempre foi o jogo da minha vida. Estando aqui, eu não quis insistir em algo que não me fizesse feliz tendo o CS disponível. Só de falar em CS, assistir CS, meu olho brilhava. Foi uma decisão fácil de ser tomada e me fez feliz. Voltar pro CS me preencheu de novo, lembrei o que me movia. Foi a decisão lógica pra mim“.

Apesar do baixo investimento no cenário feminino e inclusivo por parte de diferentes organizações, o MIBR segue um caminho diferente. A organização tem investido no CS feminino, VALORANT inclusivo e ainda tem diversas iniciativas junto ao WIBR. Showliana falou sobre fazer parte do MIBR neste momento delicado do cenário:

Um prazer. Eu tenho muito orgulho de fazer parte do MIBR. Eles são uma organização muito tradicional do Brasil e eu acho que têm que ter no CS Feminino. Eu acho que eu sou um dos nomes mais fortes do CS feminino, então estar numa organização que representa tão bem o cenário feminino e o CS me deixa muito feliz. A sensação é de que eu estou onde eu deveria estar“.

Experiente e vencedora, showliana é espelho para jovens meninas que sonham em viver uma carreira dentro dos esports. A criadora de conteúdo comentou sobre:

É muito legal e acho que é parte do que me conforta ter parado de jogar, é saber que isso continua. Não é uma coisa de parei de jogar e ninguém lembra de mim. Eu recebo muita mensagem de meninas falando que inspirei elas a começar a jogar, competir, que são fãs, que assistiam e que tirou de depressão.

Saber a importância que eu tenho na vida dessas pessoas fazendo “pouco”, mas fazendo nada diretamente, mas viver o que eu amo, inspira gente, me inspira de volta e me faz sentir que o que eu faço tem propósito, que estou no caminho certo e que me preenche muito. É muito legal. Fico emocionada quando eu recebo uma mensagem desse tipo, é muito especial“.


Veja também nossos vídeos. Neste o quadro ThúliOpina analisa o retorno de s1mple ao competitivo como complete da FaZe:

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