O MIBR está fora da Esports World Cup. Após a eliminação para a TheMongolz, o treinador da equipe brasileira, Renato ‘nak’ Nakano, deu entrevista exclusiva a Game Arena. O comandante da equipe reprovou os resultados e as atuações da equipe na competição, afirmando que o time foi abaixo em todos os aspectos do jogo.
“Falando já dos dois times que a gente jogou, mal jogamos o campeonato. Apesar de serem dois times muito bons, o resultado foi inaceitável, a gente não conseguiu criar momento em nenhum dos três mapas que a gente jogou. Foi um péssimo campeonato para nós, e tem muito o que melhorar, em tudo, foi comunicação abaixo, talvez a gente não tenha conseguido criar nenhum momento no jogo, a gente não conseguiu hypar, foi bala abaixo, foi taticamente também. Foram derrotas que você consegue encontrar muitos erros.” – disse.
Depois, nak foi perguntado sobre como foi a preparação do MIBR para esse campeonato. Ele revela que os treinos não dizem muito sobre a equipe, diz que o time treinava 12 horas por dia e que talvez tenha direcionado essa dedicação dos jogadores de forma equivocada.
“O treinamento, na verdade, não diz muita coisa, porque já teve muitos momentos que o nosso time ganhava todos os treinos e no campeonato ia muito mal. A gente procura focar em adicionar coisa nova e rever o que estamos fazendo, e meio que o resultado não importa tanto, mas com certeza alguma coisa no nosso treinamento também não está certa para ter um resultado desse. É o que a gente está procurando. E, em questão de horas, a gente estava treinando praticamente das 8 da manhã às 20 da noite nesse último bootcamp, porque a gente só teve cinco dias. A energia a gente pôs, mas com certeza foi da maneira errada para esse campeonato. Mas a gente acredita que todo esse esforço que fizemos não vai ser em vão e precisamos continuar colocando essas horas, talvez só direcionar de uma maneira diferente e continuar acreditando que uma hora o resultado vai vir.” – afirmou.
Sobre todos os aspectos que o MIBR foi abaixo na Copa do Mundo, nak exalta a comunicação ruim da equipe em Riade como o ponto principal a ser melhorado. Ainda mais contra equipes como a TheMongolz, que, segundo ele, é um time que precisa ser surpreendido.
“De bate e pronto, eu diria que a comunicação, questão de combinar mais coisas juntas, mas na questão de improviso, não questão de ter coisa setada já. Porque acho que às vezes a gente se apega muito a algumas coisas setadas. Por exemplo, contra um time como eles, que jogam bem bagunçado, você precisa, em alguns momentos, se virar ali, improvisar na hora e chamar para abrir junto, ter algumas jogadas mais ativas do que você está entendendo do momento do jogo. E isso é um ponto que a gente precisa trabalhar bem na minha opinião e individualmente também, porque em alguns momentos, a gente consegue jogar bem individualmente. Só que, por exemplo, agora a gente mal ganhou as trocações, não conseguimos uma multi-kill, mata um ou outro ali, mas aquela killzinha importante no round a gente toma, então eu iria que são esses quesitos.” – analisou.
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Ainda sobre a TheMongolz, nak foi perguntado sobre como ele enxerga essa dominância da equipe asiática contra times brasileiros. Dos últimos oito confrontos decisivos contra os mongóis, o Brasil venceu apenas um.
“Sim, é verdade. Parece que o estilo deles encaixa contra os brasileiros. Eu não sei se os brasileiros têm todo mundo no mesmo estilo, mas faz sentido, com certeza. Acho que para bater nesse estilo de jogo deles, você tem que ter um poder de fogo muito grande. Por isso que os times maiores, eles conseguem bater, porque o firepower deles é grande e você vai em muitos momentos, no individual, tirar 1×1, um cara abrindo você e você tem que derrubar o boneco. Então, talvez essa seja uma resposta, mas sim, é o estilo bagunçado, mas fazendo sentido ali. E eles, há muito tempo jogam assim, já perderam bastante, acho que agora eles já estão bem acostumados com esse estilo, então é um estilo bem legal, diferente, e que dá resultado.” – revelou.
Projetando o futuro, nak diz que o time precisa voltar para o Brasil e resetar para chegar melhor preparado para a IEM Cologne 2024, que será agora em agosto.
“Com certeza vai ter muita coisa para a gente discutir, para mudar e melhorar. Mas o momento agora é resetar, temos dois dias aqui ainda. Não sei se a gente vai adiantar o voo, como vai funcionar, mas a gente já vai voltar para o Brasil e já temos mais alguns campeonatos pela frente. Alguma coisa a gente precisa mudar, principalmente para jogar campeonato desse nível tier-S. O próximo desse nível vai ser o play-in de Cologne. Então, a gente tem que voltar de outra maneira para esse campeonato, definitivamente.” – contou.
Finalizando a entrevista, nak revela quais campeonatos o MIBR vai jogar nesse segundo semestre e o que esperar do time para a sequência da temporada.
“A temporada começou agora, esse foi o primeiro campeonato já um campeonato um formato bem difícil, a gente pegou times bem difíceis. Então, a gente não pode de maneira nenhuma desanimar, vamos voltar para o Brasil, jogar o qualifier da IEM, ou jogos da Challenger, mas a gente já tem o Play-In da Cologne e a Pro League também, dois campeonatos que já estão no radar, que são bem próximos e que a gente tem a chance de mostrar que conseguimos bater nesses times também.” – concluiu.